quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O retorno

Estive ausente por um tempo, mas cá estou de volta. Passei uns dias no interior, na doce e quente cidade de Marília. Acho que nunca passei tanto calor na vida, pois o vento forte que sopra por lá definitivamente não refresca nada... aliás, ele levanta uma super poeira que chega a sufocar (sempre ficava pensando nas primeiras cenas do filme Volver, do Almodóvar, e toda aquela ventania que fazia enquanto as mulheres limpavam os túmulos do cemitério). Fora isso, a cidade está com sérios problemas na rede de abastecimento de água, o que torna o seu "calor" muito mais grave. Mas, tirando esses pequenos problemas climáticos e estruturais, gosto muito de Marília. Além da cidade, que de maneira geral é bem bonita e agradável, lá estão pessoas que são muito importantes na minha vida. E mais uma vez passei bons momentos com elas (não com todas, pois o tempo sempre é curto...). Enfim, mesmo com toda a aridez, a cidade ainda me presenteou com sua paisagem bonita, rodeada de vales por todos os lados, e com pessoas que são peças importantes na minha vida. Sempre volto de lá com as baterias carregadas, cheio de energia para retomar meu doce dia-a-dia na terra da garôa... Aliás, o calor aqui também está grande, mas hoje mesmo fomos agraciados com uma chuva de verão no meio da tarde, e a noite trouxe a esperada brisa fresquinha que só aqui a gente encontra... É bom estar em casa!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Homenagem ao dia das crianças

Jean Baptiste Debret: Meninos brincando de soldados ou O primeiro ímpeto da virtude guerreira (Le premier élan de la vertu guerrière), 1816-1831, aquarela, 15,3 x 21,6 cm. Acervo do Museu da Chácara do Céu/Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya/IPHAN, Rio de Janeiro.




Inspiração

Sabe o que é mais curioso? Ao longo do dia, passo por diversas situações que me inspiram alguma coisa para escrever aqui... Na hora até acho que são coisas interessantes, e talvez até fossem mesmo. O grande problema é que, ao chegar em casa, momento em que, efetivamente, eu sento aqui para escrever, nada vem a minha cabeça! Esqueço completamente de todos os assuntos supostamente interessantes que gostaria de ter escrito durante o dia. Mas tudo bem, de alguma forma, isso já é rendeu uma postagem! Para evitar esse tipo de coisa, acho que vou começar a carregar um caderninho de anotações.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Novela das 8

Sim, eu assisto novela... mas nem sempre. Essa nova novela da Globo, Duas Caras, tenho achado meio sem pé nem cabeça. Mas não estou aqui para falar sobre a trama da novela, ou comentar a performance dos atores... longe disso. O que me deixou instigado foram duas cenas específicas e banais. Na primeira delas, a protagonista Majorie Estiano chega a São Paulo, direto do Paraná. Ela veio de ônibus, e pegou um trem rumo à Estação da Luz, no centro. Ao sair da estação, com outras duas mulheres, são abordadas por uma cinco crianças que as rodeiam desesperadamente pedindo insistentemente dinheiro, ao mesmo tempo em que tentam abrir a bolsa de Majorie (acho que sua personagem se chama Maria Paula) - no fim, elas saem correndo e não roubam nada. Tudo bem, a novela não é um retrato da realidade, mas a cena ficou forçada demais, qualquer um que tenha passado ao menos um dia em São Paulo sabe que também não é assim que acontece - mas tudo bem, isso é o de menos. O pior é que elas, tendo descido, sabe-se lá porque, na Luz, acabam chegando à pé em um local que, aparentemente, é em Santa Cecília; se elas chegaram à cidade de ônibus, estavam no terminal do Tietê - bastava ir de metrô até a estação Santa Cecília. Mas até aí, tudo bem... Mas o pior foi que, segundo as falas das personagens, Majorie, ou melhor, Maria Paula (ainda tenho que confirmar esse nome!), iria procurar um hospital público qualquer para fazer o pré-natal (afinal, ela estava grávida). Fiquei imaginando que hospital seria... A surpresa veio na cena em que ela já estava ganhando o bebê, que é nada mais, nada menos, que uma das maternidades particulares mais sofisticadas da cidade, que é a São Camilo, em Pompéia. Não é o máximo? Todos sabemos que novelas são construções, baseadas em elementos da realidade, mas são construções... Mas é curioso quando a gente percebe tantas incoerências em uma só passagem da novela, como essas em relação à cidade de São Paulo. O pior é que, ao assistir a novela pensando todas essas coisas, nem reparei se o bebê é menino ou menina. É nisso é que dá...

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Daqui pro futuro... Pato Fu!

Uma banda que gosto muito está com CD novo. Trata-se de Daqui pro futuro, do Pato Fu. Sempre gostei do modo como eles combinam um pop-rock de primeira com sons eletrônicos, resultando em coisas muito originais. Mas hoje quero falar um pouquinho do novo trabalho, que ainda não tenho e ouvi apenas uma vez na rádio do UOL. Desde o trabalho anterior, o Pato Fu tornou-se uma banda independente (no caso, a maior do Brasil) e isso só deve trazer bons resultados. Admito que CD anterior, Toda cura para todo mal, não me animou muito (por enquanto), exceto pela música Amendoim*, que é ótima. Mas gostei mais do novo disco. O mais interessante é que eles resolveram lançá-lo primeiro na internet, onde cada música sai por R$ 0,99, que é realmente barato - o CD todo sai por R$ 11,88. Nas lojas, onde já está sendo comercializado, não deve estar muito mais caro que R$ 20,00. Todos os artistas deveriam fazer isso... Sobre o disco em si, pretendo escrever oportunamente e com mais calma, comentando todas as faixas. Mas, como primeira impressão, posso adiantar que gostei das faixas 30.000 pés, A hora da estrela e Vagalume. Enfim, a banda mineira mostra-se madura, com um som de qualidade, e certamente é uma das melhores coisas do rock brasileiro. Vale a pena conferir!
A capa traz a imagem de uma geringonça mecânica que, enquanto toca um disco de vinil, solta borboletas pelos alto-falantes - uma boa metáfora para o som do Pato Fu.


* Adendo (07.02.2008): A música Agridoce, do CD Toda cura para todo mal também é ótima, talvez uma das melhores da banda.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Sociologia, amigos e uma peteca

A vida é mesmo uma correria - quanto a isso não há dúvidas. A minha, nesses últimos tempos, não tem fugido à regra, e o tempo parece sempre mais e mais curto (e tenho plena convicção de que na cidade de São Paulo o tempo passa muito mais rápido). Quando vejo, estou imerso em uma rotina de dormir, acordar, tomar café, lidar com os afazeres domésticos, ir pra faculdade, assistir aula, ir à biblioteca, procurar livros, ler os livros, anotar tudo o que me interessa sobre os livros, sair da faculdade, ir pra casa, e mais afazeres domésticos, e tentar dormir pra, no outro dia, fazer tudo de novo... e isso é bom. Afinal, como bom taurino, gosto de rotinas que promovam alguma estabilidade no cotidiano (não que eu acredite em astrologia, longe disso, até porque os taurinos, conhecidos por seu materialismo, não dão bola pra esse tipo de superstição); mas, sem me dar conta, ao me envolver tanto com essas rotinas, especialmente na atmosfera da metrópole, por vezes esqueço de separar um tempinho para coisas simples como visitar ou receber amigos ou viajar para ver os familiares, por exemplo. E quando faço isso, me sinto imensamente bem, e recarrego as baterias para voltar à minha doce rotina.
Nesse último fim de semana estive no interior e foi uma maravilha. Revi meus familiares, fiz novos amigos, e até joguei peteca na casa de uma prima (detalhe: o mais novo na "roda" tinha 14 anos e o mais velho, 35! - eu tenho 29, caso alguém esteja curioso a esse respeito), e foi sensacional! Estava um calor horroroso, e no meio do jogo começou a chover, o que teve cara de celebração... foi muito legal. Outras coisas legais aconteceram, estive com muitas pessoas que amo, e isso é o melhor de tudo (sinto apenas não ter conseguido visitar todos os amigos queridos, mas um final de semana realmente é pouco). Fizemos ainda muitas outras coisas, apesar dos dias quentes que deixavam a gente passando mal de verdade, mas a chuva veio em boa hora e lavou nosso mal-estar! Encerramos o dia na casa da minha irmã jogando "Master", e fomos dormir. Foi tudo muito lúdico e meio mágico, talvez porque tenha sido tudo muito simples.
Hoje estou voltando às rotinas de sempre, já li até um texto interessante do sociólogo Pierre Bourdieu, que de simples não tem nada. Mas isso faz parte do "jogo"- um jogo que eu gosto: o do saber. Mas, com certeza, esse jogo é apenas uma parte da minha vida. O que eu pretendo sempre lembrar é que entre um livro e outro, há sempre um tempinho para um jogo de peteca entre amigos. Carpe Diem!