segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Um talento nórdico

Você conhece Per Gessle? Trata-se de um cantor, compositor e produtor nascido em Hamstad, Suécia, em 1959, que começou sua carreira nos anos 70, influenciado pelo new wave e punk rock da época (como o som do Blondie, por exemplo). Começou sua carreira na banda Gyllene Tider, que fez bastante sucesso por toda a Escandinávia. Em meados dos anos 80 partiu para carreira solo, e em 1986 uniu forças com Marie Fredriksson e formou a dupla Roxette (um projeto internacional), onde ele seria o principal compositor durante toda a sua existência. Assim como Marie, Per tem uma carreira solo paralela, e é sobre ela que quero falar aqui.
Após muitos anos de dedicação quase que exclusiva ao Roxette, Per Gessle voltou a dedicar-se aos projetos solo. Em 1997 lançou mundialmente um álbum solo em inglês, The world according to Gessle, recheado de canções pop-rock de primeira qualidade. Os destaques do álbum foram Kix, Do you wanna be my baby e I want you to know. Mas todo o CD é ótimo, com muitas guitarras, baterias de respeito e músicas divertidas. Destaques também para a irônica Reporter, que faz uma crítica à midia sensacionalista e Elvis in Germany, cheia de boas vibrações. Apesar da qualidade, o trabalho não teve boa recepção no mercado brasileiro, o que foi uma pena.
Em 2003 Per arrisca lançar um álbum solo inédito em sueco, algo que não fazia desde 1985. E para sua surpresa foi sucesso imediato, levando-o de volta aos primeiros lugares nas listas suecas, resultando em uma turnê muito bem sucedida. O mesmo aconteceu com Son of a plumber, álbum duplo gravado em inglês, de caráter autobiográfico e melodias de altíssima qualidade. Baseado na sonoridade da década de 70, o disco confirma o talento do músico para compor um power-pop de qualidade, em tudo distinto do que se ouve atualmente no mercado musical. Duas particularidades do trabalho: primeiramente, Per não assina o álbum, mas coloca apenas o nome Son of a plumber, claramente um pseudônimo ligado às suas origens, uma vez que seu pai era encanador. Outro detalhe é a participação especial da cantora sueca Helena Josefsson, cuja voz cai como uma luva nas composições (mas nada parecido com o trabalho no Roxette, ao lado de Marie - são coisas bem distintas). O projeto foi premiadíssimo e muito bem comentado pela crítica especializada. As minha favoritas do disco são Jo-Anna says, I have a party in my Head (I hope it never ends), Hey Mr DJ (Won't you play another love song) e Making love or expecting rain (onde ele arrisca uns versos em francês). Mas todas são muito boas. Uma pena é que o CD foi lançado apenas na Europa. No começo de 2007 Per lança En händig man, outro álbum em sueco, não menos bem sucedido que os anteriores.
Enfim, Per Gessle é um dos poucos músicos que vieram da década de 70 e mantiveram suas raízes, fazendo um pop-rock de qualidade, tanto em sueco como em inglês.
Agora ele está envolvido com uma continuação do projeto Son of plumber, e, certamente, podemos esperar coisas muito boas por aí!

domingo, 18 de novembro de 2007

Escrevendo no céu

"Time went by as I wrote your name in the sky"
{Queen of rain (P.Gessle/M.P.Persson)}

Você já escreveu seu nome no céu? Bem, eu nunca... Sempre achei
bonitos os versos da música Queen of Rain que falam "o tempo passou, enquanto eu escrevia seu nome no céu..." mas não achei que fosse uma expressão corrente. Hoje eu estava assistindo a um filme (que nem sei o nome, vi só um trecho, mas é sobre um menino que descobre seu primeiro amor - não, não é "aquele" filme do Macaulay!). Daí, em determinada cena do filme, em que a mãe tenta explicá-lo como na vida algumas coisas são efêmeras, ela usa esse exemplo, que é como escrever um nome no céu. Perguntei ao Alê, que também estava assistindo ao filme, se isso era uma coisa muito comum de se fazer, e ele disse que se cansou de fazer isso na infância... Não é incrível? Eu jamais fiz tal coisa! O máximo que eu fazia era ficar imaginando imagens com as formas das nuvens, mas nunca tentei escrever nada. Vivendo e aprendendo. E o melhor é que agora os versos daquela música, que eu gosto muito, ganharam um novo significado pra mim. A vida é boa por isso - mesmo coisas que julgamos conhecer muito, revelam surpresas incríveis, de uma hora para a outra.

Bem, quanto a mim, ainda não arrisquei ir lá fora fazer o teste... mas o dia está lindo, e vou aproveitar aquele céu azul para fazer alguns rabiscos.


sábado, 17 de novembro de 2007

Bandidas

Como estou sem muita inspiração, resolvi escrever sobre um filme que acabei de assistir: Bandidas, com Penélope Cruz e Salma Heyek. Lembro que achei divertido o trailer no cinema, mas nunca tive maior interesse em alugar o DVD. Mas hoje passou na TV, e acabei assistindo, pois, de maneira geral, gosto das atrizes (especialmente da Penélope, nos filmes do Almodóvar).
Em Bandidas, as duas estão bem e convencem no papel de justiceiras atrapalhadas - e sensuais! Aliás, o que mais chama a atenção no filme é, sem sombra de dúvida, a beleza das duas atrizes - e também das paisagens mexicanas, iluminadas pela luz amarelada da atmosfera local. Enfim, é um filme leve, divertido e com belas imagens. Bom para uma quarta-feira à noite, ao invés de perder tempo com um enfadonho jogo de futebol na TV.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Dois filmes sobre o amor

Os últimos dois filmes que assisti foram Eternal Sunshine of the Spotless Mind (Brilho eterno de uma mente sem lembranças) e My Summer of Love (Meu amor de verão) , ambos de 2004.
O primeiro deles (Brilho eterno...) eu vinha relutando a assistir desde seu lançamento no cinema, pelo simples motivo de eu não gostar do Jim Carrey. Bobagem... eu devia ter ido mais pelo nome do roteirista (Charlie Kaufman). Trata-se de uma bonita história de amor, na qual um rapaz, decepcionado com seu relacionamento, submete-se a um revolucionário tratamento neurológico em que as memórias relativas à sua antiga namorada são simplesmente apagadas de sua mente. Claro que o filme não foge muito à determinadas regras, e cai em alguns clichês (por exemplo, é de se imaginar que a primeira cena do filme será também uma das últimas, e antes mesmo da metade do filme já é possível se prever o final) - mas nada disso altera o que o filme tem de melhor, que é a maneira como a história é contada. Fora isso, o filme pode receber uma boa interpretação psicanalítica, que eu não arriscaria fazer aqui, por absoluta incompetência! Mas o melhor do filme, sem dúvida, é que ele é bom, apesar de ter o Jim Carrey como protagonista.


O segundo filme, My Summer of Love, é uma pérola. Conta a história de amor de duas garotas, durante as férias escolares, num pequeno povoado do Reino Unido. Além da história contada de maneira doce e delicada, a bela fotografia do filme já o faz valer a pena: cada cena apresentada é como uma pintura, com uma luz muito bem utilizada e paisagens sensacionais. Como o povoado fica em um vale, muitas cenas são gravadas sobre os montes, de modo que as casinhas aparecem ao fundo. Eu não conseguia deixar de pensar no Van Gogh, como ele fez com Starry Night, com as casinhas bem pequenas, e o céu exuberante. Enfim, para quem gosta de uma bela história de amor, recheada com lindas imagens, esse filme vale uma boa espiada!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

A noite estrelada de Van Gogh



Vincent van Gogh
A Noite Estrelada
, 1889
Óleo sobre tela, 73 × 92 cm.
Museu de Arte Moderna de Nova Iorque



Nunca veríamos uma noite como essa no mundo real, e, sinceramente, acho que não seria uma experiência muito tranqüila! Porém, na tela da Van Gogh, essa explosão de luzes em espiral expressa uma energia e vivacidade que enche os olhos e lembra a sensação de quando se observa o céu em uma noite muito estrelada. Os contornos firmes e as pinceladas nervosas presentes nessa obra contrastam com a beleza e a candura da cena noturna, da qual, inevitavelmente, nos tornamos parte. Do ponto de vista privilegiado que Van Gogh no coloca, temos uma linda vista aérea do vale, de onde é possível sentir o vento frio no rosto, e ouvir o som dos grilos... mas isso já é uma viagem da minha mente. E eu viajo muito através das casas, montes, vegetações e estrelas desse quadro. Sinto-me numa noite com vários sois! Talvez, por isso, este seja um dos meus quadros favoritos.



sábado, 10 de novembro de 2007

"Nem tudo é o que parece"

Minha última boa experiência em Marília foi ir ao teatro, assistir à peça Nem tudo é o que parece, estrelada por um grupo de atores iniciantes que fazem aulas no SESI, dentre os quais está o meu sobrinho João Gabriel (14 anos). Apesar dele estar nesse mundo desde os 9 anos de idade, é a primeira vez que tive a oportunidade de vê-lo atuar. Não sei bem explicar o que senti, mas fiquei muito orgulhoso ao vê-lo no palco, à vontade como um pássaro no céu ou um peixe na água... O que se viu foi uma peça feita pelos próprios alunos, que não deve nada a espetáculos ditos "profissionais". Dei muitas risadas e me impressionei com o talento de todos os atores, especialmente do Gabriel, claro... Mas em geral todos fizeram um belo trabalho. Quem dera todos os adolescentes resolvessem seguir o mesmo caminho, trocando os vídeo-games ou lan-houses por aulas de teatro (ou música, pintura, dança, etc). Certamente o futuro seria um lugar melhor de se viver.

Imagem da peça Nem tudo é o que parece (Marília, novembro de 2007).




segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Capitu ☼ SuperStar!




Capitu em suas pequenas férias em Marília-SP (1 min.).