terça-feira, 22 de dezembro de 2009

2009-2010

Pois é, finis operis. Lá se vai 2009. Que ano! Para o bem ou para o mal, que ano!
Escrevi bem menos posts do que em 2008. Não sei se menos do que escreverei em 2010... de qualquer modo, "faremos contato"... rs.
Não vou fazer um enorme post de final de ano. O ano está acabando, e cumpri muito das coisas que havia planejado. Terminei ontem minha última tarefa acadêmica pendente do ano. Férias até janeiro, eu mereço. Sim, mereço. É difícil trabalhar com autonomia e dizer: férias! Mas eu digo: Férias! Talvez por duas semanas... mas serão férias!
Ano que vem me deixa cheio de expectativas: último ano do doutorado, planos mil para esse período da tese... darei notícias. E mais: minha banda favorita está gravando um novo CD, depois de 9 anos de hibernação. Acho que 2010 vai ser um ano bem curto, se eu pensar em tudo o que tenho que fazer. Que delícia. Que venha 2010!
Mas ele ainda está lá, em janeiro. Agora, o que sei é que estou com comida no fogo, e tenho que dar um pulo na cozinha pra ver qual será o resultado do meu experimento -rs...
A gente se vê.
Feliz tudo pra vocês.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Almodóvar, eu te amo!

Sim, eu gostei da Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos). Gostei muito.

Está tudo o que a gente espera lá: as cores, as coincidências, o cinema, aquelas mulheres incríveis… tudo. A Penélope está simplesmente deslumbrante, melhor do que nunca. A atriz certa com o diretor certo. Fórmula exata, não podia dar errado.

Pode-se dizer que o filme é uma história de amor, e uma história doída… mas linda. As citações estão lá, e a mais legal, na minha opinião, é a citação ao próprio Almodóvar, do filme Mulheres à beira de um ataque de nervos, que aparece no filme que está sendo feito dentro do filme, com o nome de Garotas e Malas. Essa foi uma saída genial do diretor, que ao mesmo tempo dá uma leveza à história e agrada aos fãs (eu!), em um pastiche delicioso da antiga comédia de Almodóvar.

A sequência final é muito divertida, e por isso mesmo mostra que o mestre sabe o que faz, sabe fazer chorar, saber fazer rir, sabe fazer cinema, mesmo que seja às cegas.

los-abrazos-rotos-poster

sábado, 14 de novembro de 2009

The voice



Roxette, 2009. Marie com a voz mais linda do que nunca.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Cinema e formação cultural

Já escrevi por aqui sobre como gostei do filme Anticristo, do Lars von Trier. Não falei, contudo, qual teria sido a importância da música que toca bem no comecinho do filme para isso. Ela é incrível. Não sendo grande conhecedor de música clássica (ou erudita, como alguns dizem), não tinha idéia do que se tratava. Mas aquela música ficou na minha cabeça. Daí li em uma crítica que saiu em um jornal de domingo que se tratava da música Lascia ch'io pianga, segundo o crítico, um hit clássico de Händel. Bem, fiquei pensando quão ignorante eu era, por nem conhecer uma música clássica que era um hit... E não é que ouvi essa mesma música tocando em uma novela outro dia? Depois disso fiquei sabendo que a música havia sido gravada por uma infindade de artistas, de Sarah Brightman a Celine Dion e Mika! E pior: eu tenho o CD do Mika que tem essa música, com o nome de Over my shoulder! Como as coisas são, né? Mas a verdade é que a música é uma ária* de Händel, da primeira ópera que ele compôs, em 1711, chamada Rinaldo. No filme a canção é interpretada por uma cantora chamada Tuva Semmingsen, e, de todas as versões que ouvi até agora, foi a que mais gostei. É realmente linda.

(*) "Uma ária, no sentido restrito, é qualquer composição musical escrita para um cantor solista, tendo quase o mesmo significado de canção. Geralmente (mas não necessariamente) usa-se o termo "ária" quando está contida dentro de uma obra maior, como uma ópera, cantata ou oratório e "canção" quando é uma peça avulsa. No sentido amplo, uma ária pode ser destinada a mais de um cantor: para dois cantores, chama-se duo ou dueto; para três, trio ou terceto, para quatro, quarteto e assim sucessivamente (...)" (Fonte: Wikipedia).

domingo, 25 de outubro de 2009

Coisas da Suécia

Deixa ela entrar (Let the right one in/Låt den rätte komma in, 2008)| A primeira vez que tive notícias desse filme foi em 2008, numa reportagem sobre Per Gessle que informava que o músico sueco havia sido convidado pelo diretor Tomas Alfredson para compor uma música para sua trilha sonora. Como Gessle era muito famoso na Suécia entre os adolescentes dos anos 80, uma música de sua autoria seria bacana para dar o clima da época. Mas não podia ser uma música antiga, mas uma composição nova com cheiro de pop-rock sueco dos anos 80. Desde então fiquei curioso sobre o filme, mas ninguém falava sobre o ele. Deixei pra lá. Então eu soube que esse filme fez parte da mostra de cinema da São Paulo daquele ano, mas não imaginava que entraria no roteiro - e não é que, um ano depois, o filme está em cartaz? Quase não acreditei… Talvez isso se deva, em parte, à onda de filmes de vampiros dos últimos tempos, com a vantagem do filme sueco ser bem diferente do blockbuster americano. O filme é simples, direto e muito original. Os atores adolescentes são excelentes e convencem enquanto um casal alternativo composto por um vampiro e um humano. E mais: o filme é muito sacado ao tratar da perversidade do universo infantil, tabu pouco enfrentado no cinema. Ganhador de mais de 50 prêmios internacionais, o filme é recomendadíssimo. Vai na fé!

lettherightonein banner.indd

Traillers:

http://www.youtube.com/watch?v=vTFA6j4AlXo

http://www.youtube.com/watch?v=NcJjVOFz-BY


A volta do Roxette| No dia 23 de outubro aconteceu a primeira apresentação ao vivo do Roxette depois de sete anos. A aparição da dupla foi no Night of Proms, um festival que acontece na Antuérpia, onde músicos pop-rock fazem performances acompanhados por uma orquestra. O Roxette deveria ter feito essa apresentação em 2002, adiada em razão da grave doença descoberta por Marie, da qual hoje está totalmente curada. O show, adiado por sete anos, foi um acerto de contas e marca a volta oficial do Roxette ao mundo pop. Quanto a mim, fiquei muito feliz!

Trecho da apresentação do dia 23/10/2009, na Antuérpia, gravado da platéia.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Repassando: Defenda os animais domésticos no Brasil. - WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal

Geralmente não faço isso, mas gostei da dica da Soninha Francine no Twitter e resolvi passar adiante. Afinal, se já saem por aí matando gato e cachorro sem maiores problemas hoje, imagina se uma lei desse tipo for aprovada o que não vai acontecer! Segue a reportagem:


Defenda os animais domésticos no Brasil. - WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal



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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Cores novas

Como ultimamente não tem saído nenhuma postagem, resolvi mudar as cores do blog. Escolhi um modelo minimalista. Final de ano é sempre assim, só correria! Fora isso, tem as coisas da vida... tese e coisas assim. Mas isso é outro assunto...
Por hora, cores novas.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O reino do caos – Lars von Trier

Ontem fui assistir ao novo filme do Lars von Trier, Anticristo. O que dizer? Bom? Ruim? Não creio ser possível falar do filme nesse registro simplificador. Eu diria que, se um filme é bom quando desperta no espectador sensações inusitadas, bem, então o filme é excelente. Sem dúvida a trama é pesada, as imagens são fortes e a narrativa não é óbvia.

Assim como em Dogville e Manderlay (e, por que não, em Dançando no escuro), o diretor explora os recônditos mais íntimos e humanos das personagens, donde vem, possivelmente, a sensação de desconforto propiciada por esses filmes. Nesse sentido, não há como negar sua genialidade.

Diferente dos filmes anteriores, que já se mostravam inovadores em todos os sentidos, Anticristo tem um desencadeamento menos linear, embora respeitando o formato de capítulos e legendas, como nos dois anteriores (Dogville e Manderlay). Mas, se nesses filmes a imaginação do espectador tinha um papel essencial na criação de cenários e situações, em Anticristo as imagens são nítidas e em close-up. A participação do espectador, agora, depende muito mais do seu envolvimento na trama de medo, luto e poder que se desenrola, na intensa luta entre a racionalidade tranquilizadora e os pontos mais obscuros da natureza humana.

Não é bolinho, não. Contudo, nem todos terão as mesmas sensações – houve momentos, no cinema, em que ouvi risadas, em situações de tensão e sofrimento dos personagens, o que, de algum modo, me deixou intrigado. Concluo, em situações assim, que cada um organiza o [caos do] mundo a partir de seus próprios elementos, não é?

De qualquer modo, não é um filme fácil, nem agradável. Mas é construído de modo singular e magistral, com a marca registrada de Lars von Trier. De fato, não é um filme para “menores” – tem coisas que demandam certa experiência de vida, e não estou falando das imagens de sexo da trama – bobagem. Refiro-me, sim, à vida nua e crua, e à toda dor e alegria de podermos vivê-la, intensamente.

LarsvonTrier Sobre o diretor: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lars_von_Trier

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Catálogo do Roxette será remasterizado

Per Gessle anunciou no site oficial do Roxette que o catálogo remasterizado da banda será lançado em 30 de setembro de 2009. As novas versões dos álbuns trarão faixas bônus, três nos discos físicos (exceto em Tourism, que trará apenas duas), e algumas a mais em formato digital. Todas as músicas, porém, já podiam ser encontradas em The Rox Box (1986-2006), que jamais foi comercializado no Brasil.

Segundo Per, não se trata de um lançamento para colecionadores, mas um modo de trazer o Roxette de volta ao mercado, já que na maioria dos países esses CDs não estão mais em catálogo. De qualquer modo, as músicas estão todas remasterizadas, o que é algo muito relevante, se pensarmos que os primeiros CDs são da década de 80!

Essas serão as faixas bônus dos álbuns que serão relançados (as faixas antigas, naturalmente, estarão todas lá, remasterizadas):


Pearls of Passion
CD & DIGITAL
1. Pearls of Passion B-SIDE SOUL DEEP-SINGLE
2. Neverending love (demo) PEARLS OF PASSION RE-REL 1997
3. Secrets that she keeps (demo) PEARLS OF PASSION RE-REL 1997
iTUNES ONLY
1. I call your name (Montezuma demo) PEARLS OF PASSION RE-REL 1997
2. Neverending love (Frank Mono mix) A-SIDE SINGLE
3. I call your name (Frank Mono mix) A-SIDE SINGLE

Look Sharp!
CD & DIGITAL
1. The voice B-SIDE DRESSED FOR SUCCESS-SINGLE
2. One is such a lonely number B-SIDE THE BIG L-SINGLE
3. Don’t believe in accidents (demo) B-SIDE RUN TO YOU-SINGLE
iTUNES ONLY
1. Cry (demo) ROXBOX
2. Dressed for success (US single version, mix by Chris Lord-Alge) A-SIDE SINGLE USA
3. Listen to your heart (US single version, mix by John Luongo) A-SIDE SINGLE USA
4. Surrender (live) B-SIDE DANGEROUS-SINGLE
5. Neverending love (live) B-SIDE DANGEROUS-SINGLE

Joyride
CD & DIGITAL
1. The sweet hello, the sad goodbye B-SIDE SPENDING MY TIME-SINGLE
2. Love spins (demo) ROXBOX
3. Seduce me (demo) B-SIDE JUNE AFTERNOON-SINGLE
iTUNES ONLY
1. Come back (before you leave) (demo) B-SIDE CHURCH OF YOUR HEART
2. Joyride (US single version, mix by Brian Malouf) A-SIDE SINGLE USA
3. Fading like a flower (US single version, mix by Humberto Gatica) RADIO SINGLE USA

Tourism
CD & DIGITAL
1. Fingertips ´93 A-SIDE SINGLE
2. 2, Cinnamon Street SUPER MARIO SOUNDTRACK EUROPE
iTUNES ONLY
1. Fading like a flower (live) B-SIDE HOW DO YOU DO-SINGLE
2. Paint (live) B-SIDE QUEEN OF RAIN SINGLE
3. It must have been love (live) B-SIDE QUEEN OF RAIN SINGLE
4. Dressed for success (live) B-SIDE FINGERTIPS ´93-SINGLE
5. Hotblooded (live) B-SIDE FINGERTIPS ´93-SINGLE


Crash! Boom! Bang!
CD & DIGITAL
1. Almost unreal SINGLE A-SIDE + SUPER MARIO SOUNDTRACK
2. Crazy about you B-SIDE YOU DON’T UNDERSTAND ME-SINGLE
3. See me B-SIDE SALVATION-SINGLE
iTUNES ONLY
1. Better off on her own B-SIDE STARS-SINGLE
2. Always breaking my heart ROXBOX

Have a Nice Day
CD & DIGITAL
1. It hurts BONUS-EP THE POP HITS
2. Myth (demo) ROXBOX
3. Makin’ love to you BONUS EP THE POP HITS
iTUNES ONLY
1. Little miss Sorrow THE POP HITS
2. Happy together B-SIDE WISH I COULD FLY-SINGLE
3. Anyone/I love how you love me (demo) ROXBOX
4. New world (demo) ROXBOX
5. Better off on her own (demo) ROXBOX
6. Staring at the ground (demo) ROXBOX
7. 7Twenty7 (demo) ROXBOX
8. It will take a long long time (Modern Rock version) B-SIDE REAL SUGAR-SINGLE

Room Service
CD & DIGITAL
1. Entering your heart B-SIDE CENTRE OF THE HEART-SINGLE
2. The weight of the world B-SIDE A THING ABOUT YOU-SINGLE
3. Bla bla bla bla bla (You broke my heart) BONUS-EP THE POP HITS
iTUNES ONLY
1. Every day ROXBOX
2. Bla bla bla bla bla (You broke my heart) (demo) ROXBOX
3. All I ever wanted (demo) ROXBOX
4. Stupid BONUS-EP THE POP HITS

look_sharp!

Look Sharp!, de 1988, álbum que fez o Roxette decolar no cenário da música pop mundial.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Iniciando o segundo semestre.

É muito bom estar de volta. A temporada no Rio foi muito boa, produtiva para a tese, enriquecedora para a alma. Como deu pra perceber na série de postagens anteriores, essa viagem mexeu muito comigo – percebi como o Rio de Janeiro é uma cidade, digamos, intrigante. Aprendi muito. E concluí que preciso é viajar mais, assim, talvez, os estranhamentos sejam menores.

Pretendo, oportunamente (e não muito adiante, eu espero) fazer um resumo sobre minha estadia, com dicas sobre a cidade, aliás, sobre a parte da cidade na qual vivi, estudei, interagi. Afinal, foram trinta dias que passaram como um raio.

Mas agora estou em casa. E como é bom. Chego aqui repleto de manuscritos, que agora precisam ser relidos, sistematizados, analisados e, finalmente, incorporados à tese. Mas isso é outra história… falamos disso depois.

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Última foto, de celular, de dentro do avião… voltando para Terra da Garoa.

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Home sweet Home

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #11. Casa de Rui Barbosa


Na Fundação Casa de Rui Barbosa você irá encontrar um museu, um lindo jardim e uma biblioteca. O museu é a casa onde Rui Barbosa morava, e fica logo na entrada. No fundo do quintal fica a biblioteca pública, que possui um acervo muito interessante e peculiar. Entre essas duas coisas há o jardim, com muitas árvores, flores, espelhos d'água, pássaros canoros e crianças - aliás, bebês! Vários, com suas respectivas mães, babás, etc, tornando o ambiente super familiar e leve. Claro que isso, de alguma forma, contrasta com o silêncio que se espera de um ambiente de pesquisas. Mas, de fato, não atrapalha em nada. O que atrapalha são alguns usuários da biblioteca, que falam alto, mas isso existe em TODA biblioteca - o que me deixa sempre irritado, mas não é o assunto agora.
Enfim, o lugar é lindo, pitoresco, suave, fica no bairro do Botafogo e é um dos meus favoritos nessa cidade.


Nessa foto é possível ver algumas da senhoras com seus bebês. Como ainda eram 9h00 da manhã, eles eram poucos. No horário do almoço a densidade bebeológica é realmente grande! Junto com os pássaros, eles são responsáveis pela trilha sonora local.

Foto: Anderson RT

domingo, 26 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #10. Pente azul escuro

Enfim, a última semana. Parece que foi ontem que cheguei, e agora faltam poucos dias para encerrar minhas atividades por aqui. Foi mesmo muito corrido. Acho que preciso voltar em outro momento, a passeio. Trabalhei bastante. Muitas horas diante de livros, papéis e micro-filmes.
Já sinto saudades de muitas coisas daqui, mas admito que essa temporada me fez ver que a cultura carioca é bem diferente daquela de onde eu venho, o que não significa que seja melhor ou pior - é apenas diferente. Mas já falei disso várias vezes nessa série de posts, então pulemos essa parte. De qualquer modo, foi uma temporada produtiva e muito interessante.
Ontem fomos ver uma exposição de pintores russos que está no Centro Cultural Banco do Brasil, chamada Virada Russa. Vi muitas coisas bonitas, mas o ponto alto foi poder ver, bem de perto, dois quadros do Kandinsky e um do Chagall. Passei uns bons minutos olhando para o quadro do Kandinsky (abaixo), não por pedantismo, mas porque realmente senti vontade de ficar olhando. Conheci a obra desse artista em 1999, quando li seu livro Do espiritual na arte, e desde então o admiro. Poder ver um quadro como esse, ao vivo, foi uma experiência inesquecível e única.
Enfim, o Rio tem muitas coisas boas, para além das maravilhosas paisagens. E foi bom poder ter ficado aqui por um tempo. Mas já estou com saudade de casa, e feliz por saber que em breve é de lá que estarei escrevendo essas coisas.


Kandinsky. Pente azul escuro.
Óleo sobre tela, 1917.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #8. Digressões

Indo para a terceira semana no Rio. O tempo passa rápido. Mas passa diferente.
Trabalhar em outra cidade pode ser uma experiência interessante, por ser diferente de apenas "tirar férias". Quando se viaja a passeio, tudo é mais tranquilo, e as diferenças culturais, por exemplo, tornam-se um ingrediente extra na diversão. No meu caso, esse ingrediente extra também existe, e é muito interessante, mas pode ser um problema, em uma viagem de poucas semanas, onde a variável tempo é determinante para o sucesso da empreitada. Não dá para se dar ao luxo de ambientar-se aos poucos, é preciso interagir com o meio imediatamente.
A vida no Rio de Janeiro é realmente diferente da vida nas outras (poucas) cidades por onde já passei. Mas é especialmente diferente de São Paulo.
Como toda grande cidade, aqui também é o reino do caos, do trânsito maluco, das ruas abarrotadas de pessoas no centro, dos vendedores ambulantes que gritam para vender seus produtos, das buzinas... Porém, parece que aqui as pessoas são mais felizes. Ao observá-las no corre-corre na hora do almoço, por exemplo, não vejos as mesmas expressões da Avenida Paulista, no mesmo horário. Elas não têm a cara fechada, nem muita pressa de chegar ao seu destino. Não ficam bravas se o motorista para na faixa de pedestre, e não hesitam em atravessar no sinal verde dos carros. Aqui também é muito fácil alguém que você jamais viu começar a conversar contigo, do nada, sem constrangimento. Isso significa, por outro lado, que alguns tipos de formalidade não existem. A impressão que tive é que as relações passam sempre por um registro informal, especialmente em alguns serviços, como nos cafés e restaurantes, por exemplo. Se a gente faz uma abordagem exageradamente formal, do tipo "por favor", "por gentileza", etc., isso pode atrapalhar o diálogo, que tende a ser mais rápido, do tipo curto e grosso. Percebo que as pessoas, nesses momentos, nem sempre entendem quando eu digo "muito obrigado", ao final de um atendimento - por ser, talvez, algo não muito comum. Falar demais, acredito, é correr o risco de não ser compreendido. Isso faz com que inúmeras vezes eu tenha precisado repetir o que disse, ainda que a língua seja a mesma (aliás, acho que o sotaque diferente tende a deixar o que eu falo mais incompreensível ainda).
E também há a coisa da cidade de aparência antiga. As construções do centro do Rio são sensacionais, monumentais e incríveis. A Biblioteca Nacional, por exemplo, é algo espantoso, tanto por fora quanto por dentro. Esse tipo de construção, que existe em todo o centro, deixa a cidade com uma cara antiga, o que, associado às ruas estreitas como a do Ouvidor ou a Travessa de Ouvidor, nos conduz a outro tempo, daqueles dos livros de história ou dos romances. Mas essas ruas de paralelepípedos, que de tão cheias de pessoas parecem calçadas, têm também veículos e motos, que não hesitam em buzinar para os tranquilos pedestres que ali perambulam.
Acho que é isso. É espantoso como uma cidade, em um mesmo país, possa ter diferenças tão marcantes em relação a outra, que fica a menos do quinhentos quilômetros de distância. O Rio é muito peculiar, mesmo. Não sinto, por exemplo, um contraste tão grande ao ir para uma cidade do interior de São Paulo, pois nessas cidades há um tipo de registro de vida urbana muito parecido com a capital do Estado, respeitando, claro, as proporções. O Rio, não. Tem uma identidade muito precisa, sobre a qual eu poderia escrever muito mais coisas. E tem tanto a ser dito: a mistura de culturas, a coisa da violência ao lado do pitoresco, as paisagens indescritíveis, a questão do orgulho do modo-de-ser-carioca, a preciosidade dos acervos públicos, paraíso de qualquer pesquisador, a arte nas ruas - enfim, um universo ilimitado que transita do caos ao sublime em questão de metros ou minutos.
Passadas essas primeiras semanas, acho que já estou me acostumando com o ritmo da cidade. E posso dizer que estou gostando, pois poderia escrever muito mais coisas aqui. Mas é bom deixar assunto para outros posts. Até outra hora, então!



Lagoa Rodrigo de Freitas, vista do Corcovado.

Foto: Anderson RT.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #7. Imagens

Estátua de Camões, em frente ao Real Gabinte Português de Leitura.


Rua do Catete.

Esposição com fotos de interiores de residências. Museu de Folclore Edison Carneiro, no Jardim do Museu da República (Palácio do Catete).

Jardim do Museu da República (Palácio do Catete).
Fotos: Anderson RT.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #6. Real Gabinete Português de Leitura

Hoje passei o dia estudando no Real Gabinete Português de Leitura. É um lugar muito bonito, com as paredes repletas de livros. É monumental. Possui um acervo primoroso, especialmente sobre a história e a literatura de Portugal e do Brasil colonial. É um lugar bom pra estudar, apesar de ser movimentado, com um entra-e-sai constante de turistas. Fui fotografado tantas vezes que fico me imaginando em vários orkuts e facebooks da vida agora... Eu mesmo tirei uma foto (sem flash, naturalmente):

Apesar de ser um lugar muito bonito, fica num lugar meio feio do centro. Aliás, como saí de lá às 18h00, era hora do rush de pedestres... um verdadeiro caos! Se você acha que São Paulo é caótico no final da tarde, é porque nunca esteve nas estreitas ruas do centro do Rio de Janeiro na mesma hora. É uma confusão mesmo. Em São Paulo me parece que, mesmo com toda a movimentação de pessoas e carros, a coisa é toda mais organizada. Enfim, isso provavelmente não passa de uma impressão tipicamente paulista, aliás, como tudo mais que tenho escrito por aqui.

Foto: Anderson RT

domingo, 5 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #5. Botafogo

Hoje fomos almoçar na casa de amigos que moram no bairro do Botafogo. Depois do delicioso peixe, fomos tomar um café no shopping local. Apesar de minha amiga ter me dito com antecedência que o melhor do lugar era a vista, eu não dei prestei muita atenção, pois estava mesmo era doido por um café. Mas ao chegar lá, mal começamos a subir as escadas rolantes e dei de cara com uma paisagem que me tirou uns segundos de fôlego. É isso o que acontece aqui no Rio. Lembro como se fosse hoje da primeira vez que fui ao IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro), e fui até o xeróx fazer umas cópias. Quando chego ao balcão, dou de cara com essa mesma paisagem (que fica na Baía da Guanabara). A primeira reação, que dura milésimos de segundo, é achar que é algum tipo de papel de parede. Pois não parece "real". Parece uma "foto", daquelas que a gente vê na TV ou nos postais. Parece mesmo uma "visão". Na época, perguntei ao moço do xérox: "Como você consegue trabalhar com essa passagem ali, todo o tempo, do lado de fora?" - e ele: "Ah, já estou acostumado, nem presto atenção". Vai ver que é assim mesmo. Mas, para mim, é sempre uma grande novidade.
Portanto, aqui está a imagem de hoje, a vista do Shopping, no bairro do Botafogo.


Foto: Anderson RT

sábado, 4 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #4. Copacabana e Ipanema

Penso que existem (pelo menos) dois Rios de Janeiro: o histórico e o dos cartões postais. Para mim, o mais legal é o histórico, do Centro, cheio de monumentos, arquiteturas, museus e bibliotecas, que transpiram história e cultura. É com esse Rio que mais me identifico. Mas não há razão para ignorar o outro Rio, aquele que as emissoras de TV mais apreciam, o da orla. E que praias lindas, não?
Hoje fomos para Copacabana, de metrô, e caminhamos até Ipanema - são praias vizinhas. É uma caminhada muito boa de se fazer. Admito que sinto um pouco de medo em Copa, é muito movimentado, e sempre se ouve aquelas histórias de violência por lá. Contudo, tem muita coisa bonita: todos aqueles bares, restaurantes, hotéis, uma vida pulsante repleta de turistas estrangeiros (lá é mesmo uma Torre de Babel). Na praia, ondas que se quebram violentamente na areia dão um espetáculo à parte, enquanto, próximos ao calçadão, artistas anônimos moldam verdadeiras obras de arte apenas com areia - muito impressionante.
Depois de alguns minutos, chegamos à praia de Ipanema. É de uma beleza estarrecedora. E na divisa dessa praia com Copacabana há a pedra do Arpoador, onde subimos para ver a paisagem e tirar algumas fotos. É incrivelmente lindo.
Mas como escurece rápido no inverno, às 17h00 o sol, antes escondido por nuvens espessas e cinzas, dava adeus ao dia, enquanto a lua surgia onipotente. Voltamos para Copa, para pegarmos o metrô novamente. Passamos por lá às 17h30, já era noite, e praia sob a luz da lua e dos refletores nos brindou com uma linda imagem prata-azulada, que tive de fotografar no ato e enviar para meu twitter (foto). Percebi que Copacabana é mais bonita à noite.
Enfim, apesar de me sentir mais em casa no lado de cá do Rio do Janeiro, mais ao centro, tenho que me curvar à evidência de que a beleza das praias da Zona Sul é indiscutível.



Mesmo com o dia nublado, a paisagem é muito bonita.
Essa foto foi tirada de cima da pedra do Arpoador, com vista para a Praia de Ipanema.
Foto: Anderson RT

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #3. Impressões

Minhas recentes descobertas antropológicas sobre o Rio de Janeiro:

1. O Pão de Açúcar e o Corcovado são coisas distintas
2. Tijuca e Barra da Tijuca são coisas distintas
3. O metrô do Rio não é como o de São Paulo
4. O sotaque dos cariocas é realmente característico e uniforme. E parece que é em "estéreo".
5. Os cariocas colocam "x" ao invés de "s" nas palavras
6. Os cariocas colocam alguns "i" onde não haveria (para dar um exemplo dos itens 5 e 6, "palavras" poderia ser pronunciado como "palavraix", ou algo assim)
7. Os cariocas colocam "u" em algumas palavras onde não haveria (doze = douze)
8. Os cariocas às vezes são tão ou mais mal-humorados que os paulistanos
9. A trilha sonora oficial do centro da cidade é Michael Jackson (isso não vale, é puramente conjuntural)
10. Café carioca aqui realmente é chamado de carioca - pode pedir dessa maneira sem receio.
Estátua do Pixinguinha, na Travessa do Ouvidor.
Foto: Anderson RT

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #2. Corcovado

Das outras duas viagens que estivemos no Rio não fomos a pontos turísticos óbvios. Mas desta vez bateu a vontade de fazer algo diferente. E fomos nós ao Corcovado, ver a estátua do Cristo Redentor. E sabe de uma coisa: é de arrepiar. Porque trata-se de um símbolo, algo que permeia o imaginário da gente desde pequenininho. E lá estava eu, frente-a-frente como ela - quer dizer, mas abaixo do que à frente. É realmente monumental.
Mas o que mais faz o passeio valer a pena é a vista. Não tem como descrever - só vendo pra entender, mesmo. No começo dá um certo receio, afinal eu sou daqueles que tem muito respeito por locais altos... e lá, convenhamos, é bem alto. Mas a vista que se tem daquela altura é impagável (aliás, é pagável, e não é muito barato, já que a passagem de trem ida-e-volta sai por 35 reais).

Trecho da subida de trem, "Jardim Capitu", no Parque Nacional da Tijuca.
Pena que o tempo estava meio nublado, e a pouca luminosidade não permitiu a realização de fotos muito boas. Mas ainda assim dá pra ver a beleza daquele lugar.
Fotos: Anderson RT

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #1. A chegada

Eu assumo, tenho medo de andar de avião. Hoje foi a segunda vez na vida que fiz isso - o medo foi vencido pela rapidez da viagem (40 minutos de vôo), associada aos módicos preços oferecidos pela empresa aérea, menores do que eu teria pago em uma passagem de ônibus. Tudo correu bem. E o tempo estava bom, de modo que a vista foi mesmo maravilhosa. Como estive alto! Considerando meu pequeno problema com alturas, foi mesmo uma aventura. Mas a beleza da vista foi maior do que esse medinho. Ver o Rio lá de cima é mesmo algo singular.
Chegamos bem, nossa mala foi uma das últimas a surgir na bendita esteira, mas após uns 10 minutos ela apareceu, linda e formosa.
Mas a aventura estava só começando. Como desembarcamos no aeroporto internacional do Rio, havia um segundo medo a ser superado, muito mais terrestre: atravessar a famosa Linha Vermelha. Mas foi bem tranquilo, apesar do pequeno congestionamento (pra quem vem de sampa, isso até sugere uma atmosfera familiar...)
Ainda não tirei fotos. Amanhã começa a "viagem pitoresca e sociológica ao Rio", propriamente dita. Vim aqui a trabalho, mas meu trabalho é bem divertido, pois consiste basicamente em visitas a bibliotecas, museus, centros culturais e históricos, e coisas do gênero. E, no final de tudo, participarei de um congresso de sociologia. Ótimo.
Enfim, pretendo registrar aqui as impressões dessa cidade bonita, com textos e fotos, durante o período que ficarei por essas bandas.
Portanto, aguardem cenas dos próximos capítulos!

PS: está um calorzinho gostoso aqui, por volta dos 30º. E há uma brisa fresca. Perfeito.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A noite mais longa do ano – São João

É, não fui a nenhuma festa junina esse ano. Pra ser bem sincero, raros são os anos em que eu vou a alguma… não por falta de vontade, mas de empolgação, mesmo. Acho que na minha cabeça isso faz mais sentido no interior (falo por experiência própria). Aqui nesse mundo de concreto tudo parece meio deslocado. Mas isso é apenas uma impressão minha, o que não me impede de ficar imaginando as coisas legais que estariam acontecendo lá (em algum lugar de onde só ouço o som dos fogos) . Fico aqui, imaginando as guloseimas da festa, especialmente o bolo-de-milho-verde, que eu adoro. Quentão, vinho quente, essas bebidas eu dispenso. Cachorro-quente é legal. Pipoca, nem tanto. A quadrilha é divertida, mas gostava mais quando eu dançava, no tempo de dantes… A verdade é que parece que as coisas estão muito diferentes, e na minha cabeça tenho a imagens das festas juninas da minha infância, que tinha quermesse, e minha mãe não deixava eu me aproximar muito da fogueira, por conta dos riscos de ficar entre o calor e o frio típico do mês de junho. Até hoje falo que ela estava errada, mas ela ainda não acha um bom negócio esse “choque-térmico”. Mesmo com essa pequena restrição (invariavelmente desrespeitada por mim) eu achava bem divertido.

De qualquer forma, fica aqui minha singela homenagem à essa festa joanina, com uma bela e curiosa imagem, fruto não da minha imaginação, mas da mente de um grande artista, que colocou balões flutuando entre morros e igrejas, em uma misteriosa atmosfera esfumaçada:

guignard

Alberto da Veiga Guignard. Noite de São João. Óleo sobre madeira; 19 x 29 cm; 1961. Coleção particular, Belo Horizonte.

domingo, 21 de junho de 2009

Utilidade pública

Recentemente entrou no ar o site da Coleção Brasiliana da Universidade de São Paulo. Contando com um acervo primoroso - com destaque para a biblioteca de José e Guita Mindlin - já é possível acessar mais de 2000 documentos digitalizados. Entre as raridades estão, por exemplo, o Primeiro Dicionário da Língua Portuguesa, do séc. XVIII, e as gravuras do livro Voyage pittoresque et historique au Brésil, de Debret, do séc. XIX. E o processo de digitalização está apenas no começo, e conta com a mais alta tecnologia disponível no mundo. Um novo prédio, já em construção, deverá abrigar toda a Coleção Brasiliana, que estará disponível para o público, da mesma forma que o seu conteúdo digital, no site.
Para acesso ao acervo já disponível e maiores informações sobre a biblioteca, consulte:


Fica aqui a dica. Afinal, este blog precisa ser útil de alguma forma!

Voyage pittoresque et historiq... Digital ID: 485690. New York Public Library

Folha de rosto do livro de Debret, lançado entre 1834 e 1839, na França, contendo mais de 200 gravuras sobre o Brasil do século XIX.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Deborah Blando, Roger Chartier etc.

Supondo que eu tivesse um leitor assíduo (o certo seria: supondo que eu tivesse um leitor) eu teria que iniciar esse post dizendo: "desculpe o sumiço, sei que ando meio relapso com o blog... bla bla bla..." O fato é que eu ando meio sumido daqui mesmo, por pura falta de tempo. E de inspiração, também. Porém, se eu ficar esperando pela confluência desses dois requisitos, não sairá mais nenhum post! Então cá estou para falar de amenidades.
***
Como eu já adiantei via Twitter, outro dia eu vi a Deborah Blando na padaria aqui do bairro! Foi bem na hora em que eu estava levantando da mesa para voltar pra casa, de modo que foi uma olhada bem rápida (não gosto de dar pinta de deslumbrado quando vejo um "famoso", ainda que, às vezes, eu dê alguma bandeira, sim). Mas fiquei na dúvida, pois ela estava meio diferente do que eu lembrava, daquela época de "Innocence" (né esqvl?). Na dúvida, pedi para o Alê dar uma conferida, e ele confirmou minha suspeita. Era ela! Tudo bem que ultimamente ela não anda muito presente na mídia; e que eu tampouco tenha ouvido outros trabalhos seus que o primeiro LP (A different story, 1991) - mas na época eu ouvia! Gostava muito de músicas como Innocence, Merry-go-round e Decadence avec elegance. Mas isso já faz um bom tempo, considerando que eu devia ter uns 14-15 anos... Mas foi legal vê-la, afinal, não é sempre que topamos com "ídolos" da adolescência.
***
Bem, mudando de cenário, mas ficando no tema celebridades, hoje assisti a uma palestra com o historiador francês Roger Chartier. Foi muito legal, levando em consideração que só o conhecia dos livros. Fora isso, a palestra foi toda em português, o que permitiu que eu economizasse meu escasso conhecimento de francês para outro momento! Apesar de ter sido de manhã, e eu estivesse com sono, foi uma experiência incrível, que uma dia hei de compartilhar com meus futuros alunos.
***
Ainda sobre o "mundo acadêmico", gostaria de dizer que, enfim, passei pelo exame de qualificação, e foi uma experiência muito positiva. Aliás, fui aprovado (eba!), mas tenho muito trabalho pela frente. Por isso, caro leitor (hein?), perdôe futuros sumiços, caso aconteçam. Mas pretendo aparecer por aqui sempre que possível. Afinal, entre antigas cantoras pop e célebres historiadores franceses, sei que haverá sempre vontade de aparecer por aqui para comentar meu diletante cotidiano.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Para não dizer que não falei do dia dos namorados

Minha homenagem a todos os que namoram, aos que querem namorar e aos que estão muito bem em sua própria companhia...



Roxette, Stars, 1999

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Rapidinhas

* Depois que inventaram o Twitter, meu blog anda meio abandonado! (atire o primeiro mouse quem não tem passado pela mesma situação!);

* Depois de uma semana de intenso frio, acho que ele está finalmente indoemboragraçasadeus... estou sem blusa enquanto escrevo isso;

* Estou ouvindo o CD Crash! Boom! Bang!, do Roxette. Se você nunca ouviu e acha que a dupla é feita apenas de baladas metal e popismos (deliciosos) não sabe o que está perdendo; pop'n'roll de primeira!

* Semana que vem será meu exame de qualificação de doutorado - meiotenso /mode on.

* Tenho assistido ao Furo MTV e me acabo de rir com a Dani Calabresa. Divertidíssima... Já o fiho do João Ubaldo, bem, enfim... a Dani arrasa!

* Como vocês perceberam, a postagem aconteceu, mas na forma de microblogging! Essa coisa pega...

// abraçosatodosmetwittem!!




segunda-feira, 1 de junho de 2009

Parabéns, Marie!

marie51

Dia 30 de maio Marie Fredriksson completou 51 anos de vida. Há que não goste de dizer a idade, em uma sociedade em que se prega a eterna juventude e tal. Diga isso para alguém que sobreviveu a uma grave doença e esse discurso patético cai por terra. Marie superou uma grave enfermidade, descoberta em 2002, que poderia ter encerrado não apenas sua carreira, mas sua vida. No entanto, cá está ela, no auge de sua voz, aos 51 anos. Certamente é minha cantora favorita, não apenas pela voz ou carisma, mas pelo exemplo de que a vida vale a pena, e que não se deve medir esforços para vivê-la, dia após dia, a despeito das adversidades.

Abaixo, um vídeo da música Tro, do seu álbum I En Tid Som Vår (1996).

"Tro" (Marie Fredriksson), 1996.

sábado, 16 de maio de 2009

Paranóia – ou não

Recebi um daqueles e-mails que falam sobre os riscos dos perfis públicos na internet, seja Orkut, Facebook, Twitter ou outros do gênero. Falava sobre o perigo de tornar a vida pública demais, em um mundo em que o perigo ronda, esperando o momento oportuno para dar seu golpe fatal. Em parte isso é verdade, não acho muito seguro deixar o número de telefone em um perfil público, nem mesmo dar detalhes sobre sua vida pessoal ou profissional. Mas será que é preciso ser radical?

Eu mesmo tenho vários perfils virtuais. Aqui no blog, por exemplo, não sou fake, meus amigos próximos sabem que esse espaço é meu. Da mesma forma tenho um perfil no Orkut e um no Twitter – nenhum deles é fake. Mas isso não significa que utilizo o espaço para descrever minha vida, fornecer dados pessoais ou informações que ninguém precisa ver na net. Mas isso não impede que estejamos expostos aos riscos do mundo, conheço gente que nem e-mail tem e já foi assaltado. As coisas não estão necessariamente ligadas.

Fora isso, é muito difícil não ter, mesmo que involuntariamente, algum tipo de informação sobre você na internet – já tentou jogar seu nome no Google? Bem, eu já e encontrei muita coisa sobre mim, sem que fosse algo que eu tivesse escrito. No caso, como sou do meio acadêmico (vixi, olha eu dando informações pessoais aqui), isso é inevitável. Nesse caso, eu querendo ou não vai haver coisas sobre mim rolando por aí. Faz parte do metier.

Mas é claro que alguns cuidados podem ser tomados. Evito colocar fotos na rede, e se faço é com discrição e pouca descrição. Apenas quem sabe do que se trata irá entender. Endereço, telefone, coisas assim, nem pensar – isso realmente é uma loucura.

Ou seja: que o mundo é perigoso, e muitas pessoas também, isso é um fato. Mas ficar trancado em casa com o computador desligado não vai ajudar muito. Como sempre digo, sobre uma série de coisas, bom senso é a medida.

domingo, 10 de maio de 2009

Música da hora #2

It seems so long ago
It seems so long ago
Water / tides / high and low
Sky high and low

Watching from my window
Watching the street below
You tried to walk real slow
You were in a rush

Je ne suis q'un enfant
Je ne suis que ton enfant
J'ai confiance en toi
Toujours en toi

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Son of a plumber, Making love or expecting rain, 2005.

http://www.sonofaplumber.com
http://en.wikipedia.org/wiki/Son_of_a_Plumber



quinta-feira, 7 de maio de 2009

A volta do Roxette

O Roxette está de volta. Pergunta que ouvi por aí: o mundo ainda precisa deles?

Quando a dupla surgiu, em 1986, eu estava na segunda séroxette NeverendingLoverie do primeiro grau (hoje ensino fundamental) e ouvia as músicas da Xuxa, Trem da Alegria e Os Abelhudos. Nem sabia, tadinho, que uma dupla estava despontando no mundo nórdico com uma música chamada Neverending Love, e que 6 anos depois eu estaria doido atrás dela, pois não seria lançada no Brasil antes de 1996 e, claro, não havia essa coisa de “buscar no Google”. Bem, de qualquer modo, apesar do enorme sucesso no verão sueco (sim, existe um verão sueco), a música apenas permitiu que a dupla lançasse seu primeiro LP, Pearls of Passion, dentro das fronteiras de seu gelado país. Mas em 1988 a dupla roxette joyride inteira k7emplacaria o segundo disco, Look Sharp!, sucesso instantâneo na Suécia. Em 1989 esse disco seria lançado nos EUA e em todo o mundo, tornando o nome Roxette conhecido de ponta a ponta do mapa-mundi. Eu só prestaria maior atenção nela em 1992, ocasião da vinda da dupla ao Brasil, na turnê do álbum Joyride, que vendeu horrores e consagrou o Roxette no cenário pop mundial. Bem, a história seguia dessa forma até 2002, quando Marie Fredriksson descobriu um tumor no cérebro e, desde então, o Roxette permaneceria em stand-by.

Nesse meio tempo foram lançadas coletâneas da dupla,roxette e algumas coisas novas, como as músicas One Wish e Reveal, de 2006. Marie lançou três CDs após sua doença (da qual está totalmente curada), um em inglês (The change) e dois em sueco (Min Bäste Vän, 2006 e Tid för tystnad, 2007 (coletânea)). Per Gessle, por sua vez, tem sido muito presente no cenário musical, tendo lançado, desde 2003, 4 novos CDs, dois em sueco e dois em inglês, sendo o último deles o Party Crasher, do qual já falei exaustivamente por aqui.

roxettebackTudo levava a crer que o Roxette já era, pois Marie mostrava-se muito contente cantando em pequenos locais na Suécia, sempre com grande sucesso, e Per eufórico com sua banda fazendo estrondo nos quatro cantos da Europa na bem sucedida turnê Party Crasher. Porém, dias atrás, ambos informaram que voltariam a fazer algo juntos, ainda que não soubessem bem o que seria. E ontem, pela primeira vez desde 2001, eles dividiram o palco em uma apresentação ao vivo, durante o show de Per em Amsterdã. Graças ao mundo internético, pude ver o momento do show em que Marie entre no Palco. A platéia simplesmente explodiu, enquanto Per aplaudia sua antiga companheira adentrando aquele espaço sagrado. Palavras de Per no Twitter confirmam o que estou dizendo: “The Richter-scale reached new hights when Marie joined me on stage”. Um abraço selava a volta da banda. Eles cantaram juntos The Look e It must have been love, certamente os maiores hits da banda, e foi bonito de ver. Agora planejam uma pequena turnê pela Europa, cantando os antigos hits, e parece que toda sua discografia será remasterizada e relançada no segundo semestre de 2009.

A notícia da volta da dupla aos palcos ganhou a imprensa mundial, revelando que o Roxette fez falta durante esse tempo, e que um novo disco da dupla seria, sim, muito bem vindo. Em um tempo em que o pop anda tão insosso, talvez a volta do Roxette sirva, também, como inspiração para essa moçada que está aí, tentando compor. Certamente os fãs (entre eles, eu), estão muito felizes com essa possibilidade. E estou certo que sim, o mundo ainda precisa do Roxette.

Trecho da apresentação do dia 06/05/2009, em Amsterdã. Dia histórico para os fãs da dupla.

Tudo sobre o dia das mães

Na verdade o título do post foi apenas um trocadilho com o filme do Almodóvar, Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre, 1999 ). Não consigo imaginar outro filme que consiga com tamanha sensibilidade abordar o universo da maternidade. Nunca consigo escrever muito sobre esse filme – talvez eu apenas conseguisse pintar, se tivesse talento suficiente para isso. É um filme que me toca profundamente.

Fica aqui, portanto, minha homenagem a todas as mães desse mundão, através dessa obra prima do Almodóvar.

tudo-sobre-minha-mae-poster02t

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Juntos novamente!

Falem o que quiseram, é muito legal vê-los juntos novamente!

http://www.youtube.com/watch?v=69fcpQ9OZhg

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Um dia perfeito

Dia 25 completei 31 anos de vida. Quando era pequeno imaginava que aos 31 eu seria um velho… bem, acho que eu estava enganado, me sinto um bebê – rs.

Em geral eu não dou tanta importância para meus aniversários. Tento não criar grandes expectativas, pois, no fundo, é apenas um dia como outro qualquer. É? É nada! Acho que a gente inventa essas coisas justamente para não se frustrar. Pode até funcionar, mas acho que devemos aproveitar o dia do aniversário para nos sentirmos especialmente importantes, guardar a baixa auto-estima na gaveta, levantar o nariz e dizer: “É o meu dia”.

Acho que só posso dizer isso por conta do aniversário maravilhoso que tive esse ano. O Alê, danado, resolveu me dar uma festa surpresa, e levou isso às últimas conseqüências: tramou com meus pais, irmãos e irmãs, cunhados e cunhadas, sobrinhos e sobrinhas, uma super festa surpresa na casa dos meus pais. Como a gente estaria lá no fim de semana do aniversário, imaginei que haveria algo. Mas foi mais do que eu poderia supor: quase todos estavam lá, e era um bocado de gente, acredite, cantando parabéns quando eu adentrei a cozinha da minha mãe. A sensação foi indescritível, todo mundo lá, feliz da vida apenas por estar me fazendo aquele baita surpresa. Claro que me sentido super envergonhado, pois eu odeio ser o centro das atenções. Mas a alegria que sentia me permitiu relaxar e aproveitar meu dia de glória – rs.

Foi muito lindo. Um dia que ficará para sempre na minha memória.

Aproveito aqui para agradecer meu querido Alê pela supresa, bem como a todos os meus queridos familiares, que não pouparam esforços para tornar aquele dia perfeito.

Obrigado!

niver_para_blog

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Aniversário de Capitu

Que Machado de Assis, que nada! Hoje, primeiro de maio de 2009, minha gatinha sialata Capitu completa 3 anos de vida!
Ela apareceu em casa em 2006, graças ao Pedro, que foi quem a trouxe. Como ele nunca aceitou outros gatos ou gatas em casa, achamos por bem que ela ficasse, já que foi escolhida como sua companheira. E por mais que a gente lutasse, foi impossível resistir ao seu charme.
Fiz um vídeo com algumas fotos da gatita. Eu gostaria de ter feito no Windows Movie Maker, pois ele tem recursos muito mais interessantes; por outro lado, o programa é uma porcaria, volta e meia trava ou simplesmente não reconhece os próprios arquivos. Nesse caso, fiz em um programa alternativo. Por isso ficou meio "mais-ou-menos". Mas vale como homenagem a minha querida gatinha.



Espero que gostem!

domingo, 19 de abril de 2009

Entre les murs

Podem ser várias as razões para se achar um filme bom: ele pode nos divertir, promover a reflexão, se aproximar da “realidade”, se afastar dela, nos fazer rir, chorar… enfim, isso pode variar muito. Isso permite que eu tenha entre meus filmes favoritos Tudo sobre minha mãe, As Horas e Procurando Nemo, por exemplo. E por isso digo, sem medo, que o filme Entre os muros da escola (Entre les murs, França, 2008) é um filmaço. Filmaço porque ele prende minha atenção do começo ao fim, me tensiona dos pés à cabeça, faz meu cérebro ferver – tudo isso sem ser, necessariamente, um sofrimento. Com cara de documentário, o filme é uma ficção das mais realistas que poderia haver. Um amigo muito querido me disse que o filme é legal enquanto um documentário, que o faria discutir a realidade, mas não enquanto um filme em si. Mas que realidade? Esse tipo de raciocínio nos levaria para uma discussão particular sobre a idéia de realidade no cinema, e nos documentários em especial. O que, afinal, é o “real”? E que “real” estaria presente em um filme com proposições documentais? Nesse caso, é fundamental questionar a idéia de documentário como uma construção e tal… ou seja, pano pra manga que não acabaria. Mas Entre les murs não é assim: trata-se uma ficção declarada, com atores (ainda que os alunos fossem todos alunos reais da tal escola), e um roteiro definido, baseado em uma obra literária, inclusive. Nesse caso, nada mais assumidamente ficcional. Mas é aqui que está o barato: na ficção, as personagens, talvez, falem muito mais verdades! Na condição de estarem protegidos por uma atmosfera de interpretação, os atores permitem-se determinadas liberdades que o constrangimento de uma câmera declaradamente documental poderia impor. É por isso que o realismo do filme assusta. Assusta professores, alunos, e qualquer um que tenha o mínimo envolvimento com a questão da educação. Nesse sentido o filme é brilhante. Fora tudo isso, ele coloca em cheque todos os pressupostos e arrogâncias da tal “civilisation française” – hoje, composta por um enorme agrupamento de imigrantes que cercam a cidade de Paris. O buraco é bem mais embaixo, e um espinho na garganta dos franceses tradicionais. Enfim, o filme merece ser visto, mesmo. Não é um filme agradável. Não é tampouco uma comédia – embora você possa rir em muitos momentos – mas talvez também chorar. Sabe-se lá. De qualquer maneira, é um filme bem feito.

entre-os-muros-da-escola-poster12

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Helena Josefsson & Sandy Mouche

Ninguém pode negar que a Suécia é um celeiro de músicas pop. Desde o Abba, passando pelo Roxette, Ace of Base, Cardigans e outros, sempre aparece algo interessante daquelas bandas. Nos últimos tempos tenho descoberto coisas bem legais de lá, como Helena Josefsson e Sandy Mouche. Apesar de parecer tratar-se de duas mulheres, na verdade trata-se de uma só – em dois projetos diferentes!

Helena Josefsson é uma cantora sueca de 31 anos. Conheci seu trabalho graças às suas participações nos trabalhos solo de Per Gessle. Sua voz é… linda! Não consigo encontrar um adjetivo melhor para descrever. É suave, mas versátil. Se em uma faixa ela emociona pelo aveludado sutil e cristalino com que entoa uma balada, em outra performance arrisca agudos e dissonâncias, lembrando a cantora Björk.

A sua banda, Sandy Mouche (composta por Helena, seu marido Martinique Josefsson e os irmãos Per e Ola Blomgren) existe desde 2001, e possui um EP e dois álbuns. Tenho gostado exageradamente do mais recente, de 2006, que é o … And the poems for the unborn, gravado, assim como os demais, de forma independente. Eles cantam tanto em inglês como em francês, o que me deixou ainda mais animado – nunca encontrei música francesa contemporânea que me animasse a treinar o idioma! Esse disco realmente impressiona, ainda mais se considerarmos que foi gravado e mixado em apenas 10 dias. Ela soa um pouco retrô, algo entre Carpenters e ABBA, mas também apresentam uma sonoridade muito contemporânea e até alternativa. O CD traz três faixas que gostei especialmente, Spiderweb Suit, Baby cant’ stop e Fish tale, esta última carregada com o imaginário escandinavo (imagino eu). O triste é que, obviamente, esse tipo de trabalho não existe nas lojas brasileiras – sueco e independente, daí seria querer demais… Mas é possível conferir um pouco do trabalho deles no site da Last-Fm (clique aqui para ir ao site).

Helena possui também uma carreira solo, com o CD Dynamo (2007), que é outro primor. No entanto, é um CD um pouco mais alternativo – algumas vezes me lembra a Björk, só que menos radical que a artista islandesa. Vale uma boa espiada (Helena na Last-FM). Ainda estou ouvindo melhor, talvez mais pra frente eu escreva algo por aqui. Aliás, soube que tanto Helena está com o projeto para um disco novo, quanto sua banda. Estou ansioso pra ver o que vem por aí!

E um viva à Suécia! Tackmycket!


Sandy Mouche

Aqui vai um exemplo da performance de Helena, ao lado de Per no projeto Son of a Plumber, com a música Hey Mr. Dj (Won't you play another love song): http://www.youtube.com/watch?v=xMwOV-4OEJ0


Sites relacionados:
http://www.helenajosefsson.com
http://www.sandymouche.com
http://martiniquemusic.wordpress.com
http://www.gessle.com


post editado em 15/o4/2009.



quarta-feira, 1 de abril de 2009

Fim do blog. Despedida...

Meus caros,

Depois de mais de dois anos, finalmente o blog chegou ao final.
Neste espaço pude dividir com todos vocês, anônimos ou conhecidos, angústias, alegrias, tristezas ou amenidades.
Agradeço pelas visitas, comentários e tudo mais...
Quem sabe algum dia eu volto, com esse blog ou outro... talvez eu mude de aquarela para tinta a óleo - rs...

Ah, falta ainda uma coisa:



PRIMEIRO DE ABRIL !!!!

PEGUEI VC?!

Brincadeirinha, gente... eu não largo isso aqui por nada, vocês vão ter que me aguentar por um bom tempo ainda... espero!

Que ainda possamos compartilhar as alegrias e agruras do nosso doido cotidiano.

Abraços a todos...

Até a próxima postagem!


segunda-feira, 30 de março de 2009

Música da hora

Hey, I died and went to heaven

i thought it was cold
i thought it was over
i thought i was old
then in a dream
mysterious dream
a miracle, it seems
magical dream

i was
leaving the ground
floating around
frightened next to never
a choir nearby
trumpets and chimes
hey, i died and went to heaven

i thought it was late
i thought of the pain
i thought i was stranded
with just a mouthful of rain
then playing soft
like a radio at night
you made me shine
i was destined to shine

i was
leaving the ground
spinning around
frightened next to never
a kiss with no words
came into mind
yea, i died and went to heaven
hey, i died and went to heaven

oooh i was
leaving the ground
floating around
frightened next to never
a bright summer night
the grass was all dry
hey, i died and went to heaven

(Letra e música: Per Gessle
Vocais: Per Gessle e Helena Josefsson)


Ouça:
http://www.youtube.com/watch?v=nYnc0Rnx2jc

domingo, 29 de março de 2009

Pop (só) para maiores.

Outro dia fiz uma coisa que pouca gente tem feito nos últimos tempos: comprei CDs! Em tempos de polêmica sobre download de músicas e tudo mais, a verdade é que isso tem se tornado algo meio raro... mas apesar dessa euforia dos novos tempos, sempre que posso eu compro os discos dos artistas que gosto. Para mim, nesse caso, trata-se de possuir o trabalho como um todo, com encarte e tudo mais. Afinal, com essa história de caberem centenas de músicas em um CD ou chip de qualquer espécie, comprar um CD de 40 minutos com 12 faixas parece até uma excentricidade. Mas eu ainda curto isso. Só poderia ser mais barato... mas isso é outra história.
O fato é que outro dia comprei 2 CDs. O primeiro deles foi o Party Crasher, do Per Gessle (como li numa reportagem outro dia, trata-se daquele que já vendeu mais de 70 milhões de discos pelo mundo, fez várias turnês por aí, é uma sumidade pop na Suécia, mas você provavelmente o conhece - se é que conhece - como "o cara do Roxette"). O outro CD foi de presente para o Alê, o novo CD do Keane, Perfect Symmetry. Falarei um pouquinho sobre eles...



Per Gessle (Party Crasher): Bom, desse nem preciso falar mais, pois desde o lançamento da versão digital em novembro de 2008 eu tenho falado dele. (Para comentários faixa-a-faixa, clique aqui). Enfim, como resumo eu diria, sem sombra de dúvidas, que é um dos CDs de música pop mais incríveis que já ouvi. Leva esse conceito às últimas consequências e nos brinda com um CD atual, tendo como referência toda uma tradição que se assenta nas décadas de 70 e 80. As minhas favoritas são Silly really, Kissing is the key e Doesn't make sense (essa última, na minha opinião, foi resultado de uma daqueles momentos de inspiração que fizeram Per compor coisas como Joyride ou It must have been love). Não hesite, ouça agora! Para quem quiser comprar, aqui vai o link, pois não estou certo se a distribuição será satisfatória Brasil afora - entendendo que já um milagre a gravadora ter lançado por aqui esse disco.


Keane (Perfect Simmetry): Gostei muito dos dois primeiros CDs dessa banda, e quando ouvi esse novo álbum pela primeira vez fiquei meio sem saber o que achar. Mas aos poucos fui apreciando e hoje tenho certeza que, ao lado do Party Crasher, foi um dos melhores CDs do ano passado. Não tenho dúvidas que o Keane é uma das maiores bandas de música pop da atualidade, com a energia que uma banda nova deve ter. Boto muita fé nesses meninos! Sobre o CD, minhas favoritas são Spiralling, que é uma daquelas músicas que levantam qualquer ambiente, tipo How do you do! do Roxette ou Song 2, do Blur, por exemplo. Os outros singles também são ótimos, especialmente a faixa título, que é um primor, quase um hino. Playing along é a balada do disco, que lembra os refrões do Elton John, com pitadas de Oasis ou Radiohead.

Para mim, os dois CDs se complementam e têm em comum a busca de uma sonoridade perdida nos anos 80. São pop, com certeza, mas pop no melhor sentido que a palavra pode assumir.