sexta-feira, 13 de maio de 2011

Em boca fechada....

Quantas vezes a gente se arrepende do que diz, né? Mas, ainda que as consequências do que se diz possam ser sérias, as do que a gente escreve podem ser bem piores. "Tudo o que você escrever será usado contra você", dizia uma professora no primeiro ano da faculdade. Pura verdade.
Ontem, enquanto o Blogger estava fora do ar, escrevi um post enorme no editor de texto para publicar hoje, falando justamente sobre os riscos da internet, onde as pessoas jogam frases de forma irrefletida mundo virtual afora, e às vezes se arrependem depois, quando já é tarde. Hoje, repensando o texto, vi que não havia necessidade de ele ser publicado aqui. Ficou lá no limbo dos posts abandonados... Às vezes a gente pensa que o que temos pra dizer é muito importante, mas se pensarmos bem, nem sempre é. Na maioria das vezes não tem importância nenhuma. De todo modo, fica aqui minha pequena indignação com a falta de bom senso que vejo aos montes por aí, nos microbloggins e redes sociais por onde passo. Não que eu tenha me arrependido de coisas que escrevi, aqui ou em outros locais; mas acho que não custa ficar alerta, evitar expor-se demais. Tem gente que compra briga alheia em redes sociais e depois paga o pato sozinha. Acontece aos montes. Nesse caso, é sempre bom pensar bem antes de atualizar os status da vida, né? Assim, com bom senso e autocrítica, não há o que temer quando tiver que responder à pergunta: "No que você está pensando agora?".

domingo, 8 de maio de 2011

Balanço do mês de abril


O mês de abril foi especialmente interessante pra mim por contra de três eventos bem significativos, e acho que vale a pena escrever umas linhas sobre cada um deles.

1. 14 de abril, show do Roxette: Esse foi muito esperado. Na segunda vez que o Roxette veio ao Brasil, em 1995, eu era fã da banda, ganhei o ingresso em uma promoção de rádio mas mesmo assim foi impossível, por motivos estruturais, comparecer ao show. A frustração foi finalmente superada com a recente passagem da dupla pelo Brasil, quando enfim pude vê-los em uma inesquecível e emocionante performance no Credicard Hall.

2. 25 de abril, aniversário: Completei 33 anos. Idade de Cristo, como todos dizem. Uma idade interessante, eu diria. Marca uma nova fase da minha vida, onde encerro umas coisas e inicio outras.

3. 29 de abril, defesa de doutorado: Esperado com grande ansiedade, o dia da minha defesa foi muito especial. Com uma banca de respeito e com pessoas muito queridas na plateia a defesa foi gratificante, pois os assuntos da tese foram discutidos com seriedade e, acima de tudo, com muita generosidade por parte da banca. Meu orientador fez um belo encerramento, e o evento foi finalizado com chave de ouro. Mas não se iludam: não é nada fácil defender uma tese, não mesmo...

Acho que foi mais ou menos isso. Bem intenso para um mês de abril, eu diria


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Amanhã é 29


O Nietzsche fala que só se deve escrever sobre uma situação quando ela já tiver sido superada. Bem, de todo modo venho aqui para escrever sobre algo que ainda não se resolveu, mas não deverá passar de amanhã! Trata-se da minha defesa de doutorado, momento máximo, no sentido acadêmico, dos últimos 4 anos da minha vida. Desde 2007 venho realizando esse trabalho de pesquisa, e amanhã será o grande dia. Muitos sentimentos se misturam, mas em geral a sensação de estar em vias de cumprir uma etapa importante da minha formação é muito boa. Claro, há também a ansiedade promovida por toda a idéia que envolve essa espécie de ritual: pessoas falando sobre meu trabalho, me questionando, cobrando posturas, respostas, enfim, não dá para saber exatamente o que irei ouvir. Talvez isso seja, ao mesmo tempo, o mais terrível e o mais excitante de tudo.
Durante todo este mês escutei a mesma pergunta: "e então, está nervoso?". Curiosamente, a resposta era sempre negativa, porque, de fato, eu não estava. Hoje posso dizer que estou um pouco ansioso, mas não é, necessariamente, uma ansiedade ruim, mas, antes, boa. Boa porque reflete a seriedade com que realizei o trabalho, e por isso mesmo não há como fingir que não é um momento sério, que deve ser encarado como tal. Há, ainda, uma imensa alegria, por motivos que também são vários. Lembro-me da vontade que eu tinha de entrar na escola, quando ainda morava na zona rural, e de como enchia o saco de alguns irmãos para "brincar de escolinha", de modo que nessa brincadeira eu aprendia a ler e escrever. Lembro-me também da dúvida sobre o que faria no colegial (magistério, técnico?), e de como acabei entrando na faculdade de ciências sociais sem saber, ao certo, o que isso significava; e lembro-me, mais ainda, de como me apaixonei pelo curso, e especialmente pela sociologia, motivo pelo qual decidi seguir a carreira acadêmica nessa área. Nada disso sozinho, mas sempre tendo, ao meu lado, gente muito especial que me motivou e me fez acreditar que era possível.
E cá estou, escrevendo o último post antes de minha defesa de doutorado em sociologia. Amanhã é um dia muito esperado, não sem ansiedade e algum nervosismo, mas, acima de tudo, com muita felicidade. E, ao meu lado, assistindo, haverá pessoas que muito prezo e que farão desse dia, realmente, um dia muito especial. A essas pessoas eu deixo, aqui, meus sinceros agradecimentos, bem como aos leitores do blog, que acompanham um pouco da história dessa tese desde o começo.
Agora chove lá fora e eu estou um pouco resfriado, mas bem melhor do que estava ontem. No forno está assando um bolo de fubá que eu fiz. Adoro bolo de fubá. E assim a vida segue: nem tanto às teses, nem tanto aos bolos de fubá. Quem sabe assim, um dia, a gente realmente encontre o tão sonhado equilíbrio.



Alguns posts relacionados:

- La question
- Passado, presente e futuro
- Pequenos prazeres de uma vida neurótica
- A tese (getting started)

- Auto-biografia profissional



quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sobre o pop elegante do Roxette


Escuto Roxette desde que tinha 14 anos. Não venho de uma família de tradição musical, em casa nem mesmo tinha aparelho de som. Nos anos 90 meu irmão apareceu em casa com um rádio gravador mono, o que foi minha grande alegria, e dele eu não me desgrudava, passava o dia ouvindo FM e gravando fitas K7. Poderia dizer “bons tempos”, pois, de certa forma, esse hábito era divertido e hoje em dia os jovens não tem a menor dimensão do seu significado. Mas também era triste. Afinal, gravar fitas não era uma opção, mas a única, visto que eu não tinha dinheiro para comprar fitas originais, e as piratas eram de uma qualidade horrível, além da maioria das músicas virem cortadas pela metade.
Enfim, foi no embalo dessa minha então nova paixão pelo rádio gravador do meu irmão que eu conheci o Roxette, em 1992. Na verdade eu os conhecia antes, pois eu assistia novelas, e a música Listen to your heart (Look Sharp!, 1988) havia feito parte da trilha da novela Sexo dos Anjos, da Rede Globo de Televisão. Mas na época eu não dei muita importância para o fato. Em 1992, porém, novamente aparecendo em uma novela da Globo, agora Perigosas Peruas, o Roxette chamou de vez minha atenção com a balada Spending my Time (Joyride, 1991). Foi o que podemos chamar de amor à primeira escutada. Provavelmente, então, eu achasse que Roxette era o nome de uma mulher, que cantava com um guitarrista (acredito que hoje em dia há muitas pessoas que ainda pensam dessa forma), mas em pouquíssimo tempo eu me tornaria fã e passaria a acompanhar tudo sobre a dupla. Aliás, “acompanhar” não tem, tampouco, o sentido de hoje, em que tudo se resolve com um clique. Era bem difícil saber das notícias mais recentes, e, não raro, um novo disco era, realmente, uma surpresa que por vezes acontecia na própria loja. De certa forma, tenho saudade daquela sensação.
Enfim, desde então escuto essa dupla, e jamais duvidei de sua qualidade musical. Aqui no blog já escrevi sobre a sua discografia algumas vezes (links no final da postagem), mas reitero aqui que, dentro do universo absolutamente genérico e indefinido chamado “pop”, o Roxette é o responsável por uma imensa coleção de melodias simples e diretas, adultas e, nem por isso, entediantes, que sempre foram boa companhia para mim. Suas letras não são complexas, antes um amontoado de versos sobre o amor ou a amizade, ou sobre a simplicidade da vida, descrita, por exemplo, como uma sequencia de “la la la's” em June Afternoon (Greatest hits, 1995). O tempo passou e todos ficamos mais velhos; é redundante, dessa forma, mesmo. Hoje ainda escuto Roxette, e suas músicas continuam sendo boa companhia em muitos momentos. Nunca outra banda ou artista pop conseguiu a mesma façanha, ainda que eu procurasse outros referentes. Receber a notícia de que eles voltariam a gravar juntos e, mais do que isso, sairiam em turnê mundial, foi uma das melhores notícias que eu poderia ter. O novo CD se chamou Charm School (Escola de Boas Maneiras, 2011), o que não deixa de ser um puxão de orelha da veterana dupla nos jovens artistas que dizem fazer música pop por aí, algumas vezes imaginando que para tal basta se vestir de maneira exótica ou cantar esporadicamente com convidados da mesma idade e gravadora. Talvez esses jovens artistas precisem, mesmo, de um pouco de boas maneiras, e quem sabe, assim, o pop melhore. Mas para mim isso já não importa, pois o que gosto de ouvir continua tão bom como antes, e ir ao show deles no dia 14 de abril, aqui em São Paulo, foi uma experiência inesquecível, sobre a qual vou escrever aqui no blog em breve. Enquanto isso, Sleeping in my car, versão ao vivo gravada em Stavanger (Noruega)* no ano passado, corre frouxa no meu som... afinal, guitarra pouca é bobagem, e "the night is so pretty and so young! Yeeeeah!"





Posts relacionados:


- Resenhas sobre a discografia do Roxette (até 2006) (parte 1, parte 2, parte 3)
- Sobre Charm School, novo álbum

* Faixa do segundo disco da versão Deluxe do CD Charm School (2011), gravado ao vivo em Stavanger, Halmstad e S. Petesburgo, em 2010.


quarta-feira, 23 de março de 2011

La question

Acabei a tese.
Não sei se preciso escrever mais do que isso pra dizer isso. Pois, na verdade, é apenas isso mesmo. Acabei a tese, e ela não acabou comigo. Devo entregá-la logo, talvez amanhã, se tudo correr bem (sempre há uma imensa burocracia, claro). É assim, vou lá e deixo os 10 volumes no balcão, mais um CD com um arquivo em formato pdf. Acabou. Alguém deverá me dar um recibo, imagino, e está feito. Daí é esperar o dia da defesa. Mas a tese, essa, está pronta, impressa, encadernada, encerrada...
E a pergunta que não quer calar é

e agora?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

The long goodbye

Há cerca de seis meses eu me via preocupado com a iminência da viagem para Paris, e de como as coisas seriam: "Será que vou entender o que as pessoas falam? Será que o tempo vai passar rápido? Será que vou conseguir fazer aquilo que planejei? Será que vou sentir muita saudade de casa? Será... será... será?"
Bom, a vida só se aprende sendo vivida. E eu vivi Paris. Nem preciso dizer que é uma cidade linda, cheia de cultura, de lugares incríveis, de boa comida, de vinhos baratos e deliciosos, de queijos formidáveis, enfim, de tudo aquilo que sempre se ouve dizer de Paris - mas com um adicional imprescindível: muitas pessoas maravilhosas. Sim, em geral, o povo francês não é realmente acolhedor, e isso eles mesmos reconhecem. Mas se você tem a chance de se aproximar, de se mostrar, de provocar, muitos deles podem ser companhias sensacionais e, algumas vezes, amigos de verdade.
Eu tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas incríveis aqui, não apenas franceses, mas também ingleses, escoceses, turcos, enfim, pessoas de todo o mundo, muitos dos quais hoje fazem parte do meu rol de amigos. E a coisa mais triste de deixar essa terra não é ficar longe da paisagem ou da cultura, sem dúvida uma perda enorme, mas sobretudo dos amigos que fiz aqui. Claro que a cidade ajuda, e os encontros aqui são sempre regados a bom vinho, boa comida e boa conversa.... como dizemos, todos aqui ficamos muito "gaté" (mimados). Não que não haja problemas, eles existem em todo lugar, mas creio que pra mim só ficarão boas lembranças. E reitero, especialmente por causa das pessoas que eu conheci. Elas foram acolhedoras e gentis, muito mais do que eu poderia imaginar.
Enfim, falta agora muito pouco pra voltar pra casa, e levo daqui muita coisa na bagagem. Aprendi muito, não apenas para a tese, mas para a vida - missão cumprida. Estou triste, pois vou deixar para trás uma série de coisas que se tornaram importantes, e me refiro especialmente às novas amizades - mas também estou muito feliz. Feliz porque volto pra casa, para os meus amigos de sempre, para os meus familiares, para os meus gatos... que saudade desse povo todo! Não seria ótimo se o mundo fosse menor e a gente pudesse ficar perto de todo mundo que gosta?
Mas enfim, c'est la vie, e ela continua...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Há 26 anos...

Bem, no ano passado eu escrevi um post celebrando a data em que entrei na escola, 25 de fevereiro de 1985... faz um tempinho, não? O curioso é que eu nunca me esqueço da data, nem sei porque, mas não esqueço. Até resolvi consultar no calendário do computar pra conferir se caía mesmo numa segunda-feira, e como olhei errado, pensei que caía numa sexta. Foi uma decepção, pois uma data que eu considerava tão importante, a ponto de me lembrar sempre, era na verdade alguma confusão das minhas próprias lembranças - o que me rendeu um post que nunca vai existir aqui, pois, de fato, dia 25 de fevereiro de 1985 caiu numa segunda-feira. Que alívio!
De todo modo, isso é algo pra se pensar: até que ponto devemos confiar nas memórias da infância? Eu já me questionei várias vezes sobre coisas que me lembro como realidade, e que podem ser, muito bem, sonhos que tive ou mesmo invenções da minha cabeça. Não dá pra ter certeza. Aliás, memória é mesmo uma coisa incerta, e rememorar não deixa de ser um ato de criação ou de reinvenção do próprio passado - uma releitura, talvez.
Mas, enfim, hoje faz 26 anos que entrei na primeira série, e aquele foi, definitivamente, um dia inesquecível.

* * *


Observação: apesar de no Brasil ainda ser dia 24, aqui em Paris já é dia 25, de modo que acabei adiantando um pouco o post comemorativo! Viu só como começam as confusões com as datas?


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre Charm School, novo álbum do Roxette


Depois de 10 anos sem um álbum de músicas inéditas*, o Roxette reaparece no cenário pop mundial com Charm School.
Eu pensei muito se deveria escrever algo sobre o disco, ou então quando o faria. Mas eis que hoje resolvi. Não é uma resenha - posso até fazer isso outro dia, comentando cada faixa, mas quero apenas deixar aqui algumas primeiras impressões.
O disco, de maneira geral, tem sido bem recebido mundo afora, e alcançado o topo das vendas logo na primeira semana do lançamento. Parece que a maioria dos fãs ficou contente com o resultado, mas há uma parcela que não gostou, considerando o álbum monótono. É um ponto de vista. Para mim, trata-se de um álbum maduro, suave e coerente - e, tenho certeza, repleto de músicas lindas. Nele pode-se encontrar um pouco de tudo o que o Roxette já fez, de canções pop dançantes (She's got nothing on (but the radio)), passando por baladas de classe como No one makes it on her own (uma das músicas mais lindas da dupla) e folks como Dream on ou Way out, a faixa de abertura do disco. Only when I dream provavelmente é a balada mais próxima à tradição do Roxette, com uma levada mais atual e urbana. Foi de cara a música que mais gostei.
Quem procura, porém, as guitarras rasgadas e os violinos dramáticos de Crash! Boom! Bang! (1994) ou a sonoridade dançante de Have a Nice Day (1999) ficará decepcionado. Também gosto muito desses dois discos, especialmente do Crash! Boom! Bang!, mas agora a proposta é outra. É o retorno do Roxette, após anos de incerteza quanto à continuidade da dupla. E o álbum reflete um pouco da atmosfera de revitalização do duo. Não mais dois jovens suecos em busca da fórmula pop perfeita para ganhar as paradas mundiais ou mesmo de artistas maduros que procuram se manter no auge atualizando seu som conforme as tendências atuais. Trata-se de um álbum calmo, suave, mas vibrante e cheio de vida. Para mim, um dos melhores trabalhos da dupla, sem sombra de dúvida. Talvez um dos que tenha mais personalidade, ainda que alguns prefiram chamar isso de monotonia. É um exemplo para as novas gerações de como se fazer música pop sem cair na mesmice, nem se rebaixar às batidas recorrentes nas paradas de sucesso. Uma verdadeira Charm School**...






* Em 2006 a dupla lançou as músicas One wish e Reveal na coletânea A Collection of Roxette Hits: Their 20 Greatest Songs!

**
Escola de boas maneiras.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Túmulo de Debret

Hoje visitei o túmulo do Debret. Foi realmente emocionante, afinal temos uma "relação" há um bom tempo. Ele não é muito conhecido aqui na França, de modo que seu nome nem constava na lista de "famosos" da entrada do cemitério. Na primeira vez que estive lá não encontrei nada, por isso percebi que precisava fazer uma pesquisa extra. Descobri na internet o local do cemitério onde ele estava, que era a sétima divisão. Mesmo assim não foi fácil encontrar, contei com a ajuda do Alê, que foi comigo. Mas, enfim, missão cumprida.
Sei que pode parecer meio mórbido, mas compartilho aqui a foto:



Sepultura de Jean-Baptiste Debret (1768-1848)
Cemitério de Montmartre (7ª Divisão), Paris, França

Foto: Autor do blog (www.aquarelasnachuva.blogspot.com)



Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma

sábado, 29 de janeiro de 2011

Feijoada na França

Na associação onde me encontro semanalmente com outros estrangeiros para praticar o francês há um café. Esse café, como toda a associação, não tem fins lucrativos, por isso tudo lá é bem baratinho. Nesse café há, semanalmente, um almoço especial, geralmente com a comida típica de algum local do mundo, feito, se possível, por algum dos estrangeiros que lá se encontram. E outro dia estavam interssados em saber mais sobre a comida típica brasileira, e o Alê e a Carol, disseram publicamente que eu sabia fazer feijoada, e daí pra frente não teve como me esconder... fui "convidado" pra fazer o tal prato. Na verdade, eu não sei fazer, de fato, uma legítima feijoada, o que eu faço é feijão preto com vários tipos de linguiça e bacon, até porque não gosto de feijoadas tradicionais, com todas aquelas coisas fortes - no máximo uma carne-seca ou costelinha. De todo modo, aceitei o convite, pois seria deselegante recusar, já que eu frequento o local de graça. Seria uma oportunidade de retribuir.
No fim das contas, 45 pessoas se inscreveram para o evento, pois houve certa publicidade. Como no dia choveu, apareceram apenas 30, mas, de todo modo, eu tinha que fazer comida pra um munderéu de gente - algo que jamais havia tentado. Assim, expliquei para o responsável pelo café o que ele deveria comprar (tivemos que adapatar alguns ingredientes, mas ficou bem parecido, no final), o que incluia uma panela de pressão (aqui eles chamam de Cocotte Minute, é uma marca comercial). Claro que convoquei o Alê e a Carol para me ajudar, e uma amiga inglesa, Jill, se ofereceu para ajudar também: "Serei brasileira por um dia, pelo menos"', disse ela, sorrindo. Como o local tem pouca estrutura, resolvemos que seria prudente começar um dia antes, para evitar problemas de última hora - eu sequer sabia quanto tempo o feijão daqui demoraria pra ficar cozido. Assim, fizemos uma panela de 10 litros e duas de 7,5, litros totalizando 25 litros de feijoada! Fora isso, uma mega panela de arroz (parboilizado) precisou ser feita; uma outra amiga brasileira, Marina, fez uma farofa light, apenas com manteiga e farinha, pra acompanhar. Para beber, água ou vinho - nada de cerveja ou caipirinha - afinal, é Paris, e tudo tem limite - rs.
Bem, apesar do meu medo de tudo dar errado, funcionou bem, os franceses e outros estrangeiros gostaram e agradeceram muitas vezes. Muitos agora querem a receita... acho que fiz minha parte na divulgação de uma coisa boa do Brasil. Aliás, é preciso deixar isso destacado: as pessoas adoram o Brasil e os brasileiros, e tudo o que se refere a nós deperta interesse.
Enfim, graças aos meus amigos abelhudos, me vi numa situação que, no fim, tranformou-se em uma experiência inesquecível, e por isso eu tenho mais é que agradecê-los.
De todo modo, falta agora menos de um mês pro meu retorno ao Brasil. O tempo vôa, mas as memórias, essas, ficam pra sempre. E eu levarei muitas daqui.

Cartaz de divulgação do almoço brasileiro.


domingo, 23 de janeiro de 2011

Snippets de "Charm School", novo disco do Roxette

Uma rapidinha: saíram as amostras de 30 segundos das músicas do novo álbum do Roxette, lá vai:

http://www.qobuz.com/album/charm-school-deluxe-edition-roxette/5099907200151

Gostei muito, mas vou esperar o álbum completo, nas minhas mãos, para fazer meus comentários. Ah, lembrando que trata-se, aqui, da versão DeLuxe, com CD bônus contendo gravações ao vivo dos shows do ano passado, então as músicas novas são até a faixa 12, apenas... e será, provavelmente, a versão do CD a ser lançada no Brasil.

xxx

OBS: Parece que foi um "engano" o site francês ter disponibilizado os trechos, de modo que agora eles não estão mais disponíveis. No entanto, os fãs foram mais rápidos e copiaram as músicas, que agora povoam o Youtube. Para conferir, clique no clipe abaixo:



Vídeo retirado do ar... mas sempre há outro no Youtube, é só dar uma procurada!

O lançamento do CD está previsto para 11 de fevereiro.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Passado, presente e futuro

Lá se foi 2010, um ano rápido e intenso. Com muito esforço, a sonhada viagem ao exterior para fazer meu estágio doutoral aconteceu - aliás, ainda está acontecendo, e talvez por isso o meu "final de ano" ainda não se concretizou. Desde setembro estou aqui, e agora meu trabalho se encaminha para um final. Final de estágio, final de tese, final de doutorado. Muitos finais, o que significa, de outro lado, muitos recomeços. Admito que nunca na vida gostei muito de imprecisões, mas há algo de excitante em um ano que parece prometer ser realmente novo para mim. Por hora, apenas as idéias para novos projetos é que dão o tom de uma nova fase, e, nesse sentido, eu já estou em 2011. Vamos ver o que esse ano me reserva... ou, melhor, o que eu reservo pra ele...