quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Um prato que se come frio.

Não sou um grande seguidor de séries, mas procuro ter sempre alguma à mão para os (raros) momentos de distração. E agora me vejo envolvido com Revenge (2011). É a história de uma jovem que tem a vida arrasada após o pai ser injustamente condenado por um crime, graças a um plano perverso de pessoas do seu círculo íntimo. Ao tornar-se adulta, essa moça volta ao local de sua origens, com nova identidade, para vingar-se de todos os culpados. A história é fascinante e não dá para sair da sala e ir tomar um cafezinho sem perder uma informação importante. É também muito tensa, pois me vejo torcendo por Emily (novo nome de Amanda, a heroína vingadora da história) e respirando aliviado após cada situação complicada da qual ela consegue escapar. Não posso negar que é um pouco desconfortável me ver torcendo por alguém que está agindo como Emily, fria, calculista, manipuladora. Mas como sentir algo diferente, com tantos flashbacks me mostrando as agruras de seu passado? Sou facilmente convencido de que ela está certa. Mas não estou sozinho, a série finalizou sua primeira temporada e já é um imenso sucesso, algo alcançado apenas por Lost (2004-2010) em algumas temporadas.
Mas a receita é antiga. Foi de Alexandre Dumas, escritor francês, que veio o modelo com o romance O Conde de Monte Cristo (1844). Lá já temos todos os elementos necessários para uma trama desse gênero: injustiça, traição, humilhação e sofrimento no passado tornam-se o alimento para a construção de um perfeito “gênio do mal”, só que carismático e popularmente admirado. Ao acompanharmos o sofrimento do herói ou heroína nos tornamos cúmplices de sua vingança, e torcemos por ela.
No cinema isso acontece muito, em filmes como Kill Bill (2003-2004) ou Valente (The brave one, 2007) as heroínas não pensam duas vezes antes de vingarem a perda do amor causada por terceiros de forma violenta. Na televisão brasileira também, e o recente sucesso da novela Avenida Brasil não deixa dúvidas. Em 1988, Malu Mader também encarnava sua heroína vingadora em Fera Radical. E muitos são os exemplos.
O fato é que esse tipo de história agrada, porque permite imaginar uma possibilidade de se fazer justiça quando a justiça legal mostra-se incapaz de fazê-lo. Claro que é ingenuidade achar que a ficção pode motivar pessoas a sair por aí fazendo justiça por contra própria, por isso não vejo problema no sucesso desse tipo de narrativa. O que é legal é que a ficção nos dá elementos para perceber valores que são coletivos, e no caso dessas histórias, valores de uma sociedade que se identifica com a vítima, e como ela, não acredita que o sistema irá promover a justiça. É um  sintoma de insatisfação. O que isso significa, de fato, eu não sei. Mas o que eu não posso negar é que não vejo a hora de saber como irá terminar essa primeira temporada de Revenge.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sacudindo a poeira

Depois e uma temporada distante, decidi retomar as atividades no blog.
Um dos motivos da minha ausência é a falta de tempo, mas no fim o tempo que escrever um post ocupa não  pode ser preenchido com nada mais nobre. Assim, é bom dar uma passa aqui de vez em quando.