Quando eu era criança, eu gostava de fazer arte. Brincava muito, na maior parte do tempo sozinho (por falta de opção, pois não morava perto de outras crianças em boa parte da infância, e sou muito temporão). Mas minha imaginação era boa e eu me dava bem nisso. Morava no sítio, outro elemento importante sobre minha solidão infantil. Enfim, das coisas que eu gostava de brincar, desenhar era uma delas. Muito, mesmo. Tinha algum talento, parece, pois todo mundo elogiava. Diziam que eu ia ser artista. Adorava essa ideia, mas não acreditava muito nisso. Não me tornei artista, mas tenho redescoberto o desenho como uma forma de expressão importante. Comprei um bocado de materiais e volta e meia me pego brincando de desenhar, novamente.
Outra coisa que sempre gostei foi de música. Sempre. Meu sonho era que em casa a gente tivesse uma vitrola, mas isso nunca aconteceu. Só quando eu já era adolescente. Então eu mais cantava do que outra coisa. Não tenho voz de cantor, mas acho que sou até afinadinho para performances de box de banheiro. No entanto, o que eu mais queria na época era aprender a tocar violão. Minha irmã, quando eu tinha uns 8 anos, comprou um Giannini, para fazer um curso na paróquia da cidade. Eu achei aquilo incrível! Talvez outra hora eu conte sobre como ela comprou o violão e como eu participei de todo o processo. O fato é que ela começou o curso e eu fui me envolvendo com esse mundo. Não aprendi acordes na época, mas alguns dedilhados nas primeiras cordas, como "Parabéns pra você"e outras. Adorava. Mas isso passou e, aos 16 anos, quando eu estava muito viciado em escutar música pop-rock, tentei novamente aprender, comprei um manual de banca de jornal, mas não deu certo. Achei muito difícil. Mas a vontade nunca passou. Só adormeceu. Pois bem, esse ano, além de voltar a desenhar, resolvi que vou aprender a tocar violão. Comprei um pela internet, um bem simples, para ver se consigo aprender algo. E está dando certo! Faz dois meses e dois acordes, mas já me sinto muito feliz. Acho que dessa vez conseguirei aprender o básico para tocar algumas musiquinhas e me distrair nas tardes de verão.
Tenho recuperado a vontade de aprender coisas. Tem tanto que posso fazer! Voltar a dirigir, que aprendi tardiamente e nunca mais voltei a praticar. Aprendi a nadar faz dois anos e me faz muito bem. Cozinhar, que além de uma necessidade, é algo que gosto. Tenho feito coisas novas na cozinha e isso também me anima. Penso em aprender Espanhol e Italiano. E começarei a fazer musculação, por conta da saúde e da idade. Os 46 anos caíram como uma bomba em mim, pois me indicaram que tenho que me cuidar muito melhor. Estou atento a isso e fazendo escolhas. A análise, como já falei aqui, foi uma delas. Tem sido muito bom.
Enfim, que venham os próximos anos e as próximas aprendizagens.
E muita arte na minha vida.