domingo, 10 de novembro de 2024

Keane, 20 anos de Hopes And Fears, nos nossos 25 anos.

Ontem fomos ao Show do Keane, em São Paulo.

Resolvi escrever minhas impressões logo, senão perco a emoção do momento. 

Ouço essa banda desde o seu primeiro disco, Hopes and Fears, que faz 20 anos e é o tema da turnê atual. Na verdade, meu marido é quem sempre gostou mais do Keane, o que eu acho o máximo, uma vez que a parte mais pop do casal sou eu. E claro que eu adoro as músicas, especialmente dos três primeiros discos.

O fato é que ontem, bem quando a gente completava 25 anos de união (bodas de prata!), ganhamos de presente do universo esse show, apresentação única em São Paulo. Não podia ter sido melhor.

O show foi fabuloso e nem tenho como falar aqui sobre tudo. As performances foram impecáveis e o repertório foi excelente, mesmo para fãs menos dedicados, como é meu caso. Gosto muito mas não acompanho tudo. Então me senti feliz ao ouvir antigas canções como “Somewhere Only We Know” e “Everybody’s Changing”. A primeira canção, "Can't Stop Now", já indicava o que estava por vir. Foi uma noite de celebração. Para mim, um dos momentos mais tocantes foi em "Perfect Symmetry", que gosto muito, mas é muito difícil escolher. Por exemplo, a surpresa no Bis, com a cover de "Under Pressure", do Queen com David Bowie, uma das músicas favoritas do meu marido, foi de cair o queixo. A gente nem sonhava com isso, então foi outro presente pra gente. 

Se for para falar de alguma frustração, eu gostaria de ter escutado "Atlantic" e "Black Burning Heart", mas como eram do segundo disco, compreendo que não caberiam. O foco era no primeiro, motivo de toda a comemoração da turnê.

Enfim, só posso dizer que foi um dos melhores show da minha vida. 

A vida sem música é impossível.



segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Final de ano chegando

 2024 foi um ano tão estranho em tantos sentidos que nem percebi que ele está quase no final. 

Novembro e dezembro são meses especiais, é meu aniversário de casamento, é aniversário do meu marido, termina o semestre letivo, chega o recesso, as festas... enfim, muita coisa legal, que me faz prestar atenção que 2024, esse ano esquisito, está acabando.

Escrevi um bocado por aqui sobre o quão estranho ele foi. O segundo semestre, porém, já foi mais leve e senti mudanças positivas, fruto de muito auto-cuidado. Demorou 46 anos mas percebi, de verdade, a importância e o sentido desse cuidado de si. Ninguém pode fazer isso pela gente. Colocar-se em primeiro lugar não é sinônimo de ser egoísta, mas justamente o contrário: só inteiros podemos pensar e agir em relação ao outro. 

Sigo nessa toada, tentando sempre prestar atenção em mim, nas minhas necessidades e nos meus desejos. E nos meus limites. 

Que venha o final do ano.


sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Orientar

Acabei de ter uma reunião de orientação. Sou professor universitário há 9 anos e sempre penso nessa função específica, a de orientador, como de grande responsabilidade. Sempre tive bons orientadores e eles são meu referencial, tento me aproximar das qualidades deles que me fizeram o pesquisador e docente que sou hoje. Há, com isso, um medo também, o medo do lugar que ocupamos na vida das pessoas. Por exemplo, acontece de eu sonhar, até hoje, com meu orientador dos anos da pós-graduação. De certa forma, o orientador ocupa um lugar paterno, com tudo que pode vir com ele: admiração, raiva, medo... e um bocado de transferência. Claro, agora partindo um pouco para a psicanálise: o orientador acaba tendo um papel de analista. Os encontros de orientação parecem sessões de terapia, até a duração é parecida. Esse é outro aspecto que realça a responsabilidade dessa função. Mas, sim, é muito gratificante ver o crescimentos dos orientandos. Ao mesmo tempo, é divertido perceber o quando de mim está neles, nas falas, nos textos, nos trejeitos. Mas, também, como vão se constituindo como profissionais a seu modo, com suas perspectivas e modos de ver as coisas. 




quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Arte na vida

Quando eu era criança, eu gostava de fazer arte. Brincava muito, na maior parte do tempo sozinho (por falta de opção, pois não morava perto de outras crianças em boa parte da infância, e sou muito temporão). Mas minha imaginação era boa e eu me dava bem nisso. Morava no sítio, outro elemento importante sobre minha solidão infantil. Enfim, das coisas que eu gostava de brincar, desenhar era uma delas. Muito, mesmo. Tinha algum talento, parece, pois todo mundo elogiava. Diziam que eu ia ser artista. Adorava essa ideia, mas não acreditava muito nisso. Não me tornei artista, mas tenho redescoberto o desenho como uma forma de expressão importante. Comprei um bocado de materiais e volta e meia me pego brincando de desenhar, novamente. 

Outra coisa que sempre gostei foi de música. Sempre. Meu sonho era que em casa a gente tivesse uma vitrola, mas isso nunca aconteceu. Só quando eu já era adolescente. Então eu mais cantava do que outra coisa. Não tenho voz de cantor, mas acho que sou até afinadinho para performances de box de banheiro. No entanto, o que eu mais queria na época era aprender a tocar violão. Minha irmã, quando eu tinha uns 8 anos, comprou um Giannini, para fazer um curso na paróquia da cidade. Eu achei aquilo incrível! Talvez outra hora eu conte sobre como ela comprou o violão e como eu participei de todo o processo. O fato é que ela começou o curso e eu fui me envolvendo com esse mundo. Não aprendi acordes na época, mas alguns dedilhados nas primeiras cordas, como "Parabéns pra você"e outras. Adorava. Mas isso passou e, aos 16 anos, quando eu estava muito viciado em escutar música pop-rock, tentei novamente aprender, comprei um manual de banca de jornal, mas não deu certo. Achei muito difícil. Mas a vontade nunca passou. Só adormeceu. Pois bem, esse ano, além de voltar a desenhar, resolvi que vou aprender a tocar violão. Comprei um pela internet, um bem simples, para ver se consigo aprender algo. E está dando certo! Faz dois meses e dois acordes, mas já me sinto muito feliz. Acho que dessa vez conseguirei aprender o básico para tocar algumas musiquinhas e me distrair nas tardes de verão. 

Tenho recuperado a vontade de aprender coisas. Tem tanto que posso fazer! Voltar a dirigir, que aprendi tardiamente e nunca mais voltei a praticar. Aprendi a nadar faz dois anos e me faz muito bem. Cozinhar, que além de uma necessidade, é algo que gosto. Tenho feito coisas novas na cozinha e isso também me anima. Penso em aprender Espanhol e Italiano. E começarei a fazer musculação, por conta da saúde e da idade. Os 46 anos caíram como uma bomba em mim, pois me indicaram que tenho que me cuidar muito melhor. Estou atento a isso e fazendo escolhas. A análise, como já falei aqui, foi uma delas. Tem sido muito bom.

Enfim, que venham os próximos anos e as próximas aprendizagens.

E muita arte na minha vida.









sábado, 14 de setembro de 2024

Análises

Fiz terapia por 8 anos. Foi fundamental. Consegui trabalhar questões que eram muito difíceis. Mas todas elas ligadas ao modo como eu lidava com o ambiente ao meu redor, ao meu comportamento e ao comportamento das outras pessoas. Isso não é pouco, é essencial que analisemos nosso comportamento e como ele afeta, positivamente ou não, a nossa vida. 

Chegou um dia em que minha terapeuta falou que estava chegando a hora de a gente finalizar aquele processo... que vamos combinar, já tinha sido bem longo. Mas eu ficaria ali, facilmente, por mais tempo. Mas o profissionalismo e a ética de minha terapeuta falaram mais alto, e ela me "deu alta". Mas uma "alta" relativa: me sugeriu trabalhar com outra abordagem, psicanalítica. Foi então que comecei a pensar seriamente nesse assunto, que já fazia parte dos meus planos.

Depois e um ano, em meio a uma crise, ligada a questões de saúde, busquei um analista. 

Já passou de quatro meses e vejo o quanto é importante esse processo analítico. Enfrentar os próprios fantasmas, olhar no espelho. Não existe coisa mais difícil. 

Mas sigo firme e gostando demais desse caminho. 

Sugiro enfaticamente. Faça análise.