(considerações sobre arte, cinema, música, sociologia e outras coisas mais...)
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
O público e o privado
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
The long goodbye
Bom, a vida só se aprende sendo vivida. E eu vivi Paris. Nem preciso dizer que é uma cidade linda, cheia de cultura, de lugares incríveis, de boa comida, de vinhos baratos e deliciosos, de queijos formidáveis, enfim, de tudo aquilo que sempre se ouve dizer de Paris - mas com um adicional imprescindível: muitas pessoas maravilhosas. Sim, em geral, o povo francês não é realmente acolhedor, e isso eles mesmos reconhecem. Mas se você tem a chance de se aproximar, de se mostrar, de provocar, muitos deles podem ser companhias sensacionais e, algumas vezes, amigos de verdade.
Eu tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas incríveis aqui, não apenas franceses, mas também ingleses, escoceses, turcos, enfim, pessoas de todo o mundo, muitos dos quais hoje fazem parte do meu rol de amigos. E a coisa mais triste de deixar essa terra não é ficar longe da paisagem ou da cultura, sem dúvida uma perda enorme, mas sobretudo dos amigos que fiz aqui. Claro que a cidade ajuda, e os encontros aqui são sempre regados a bom vinho, boa comida e boa conversa.... como dizemos, todos aqui ficamos muito "gaté" (mimados). Não que não haja problemas, eles existem em todo lugar, mas creio que pra mim só ficarão boas lembranças. E reitero, especialmente por causa das pessoas que eu conheci. Elas foram acolhedoras e gentis, muito mais do que eu poderia imaginar.
Enfim, falta agora muito pouco pra voltar pra casa, e levo daqui muita coisa na bagagem. Aprendi muito, não apenas para a tese, mas para a vida - missão cumprida. Estou triste, pois vou deixar para trás uma série de coisas que se tornaram importantes, e me refiro especialmente às novas amizades - mas também estou muito feliz. Feliz porque volto pra casa, para os meus amigos de sempre, para os meus familiares, para os meus gatos... que saudade desse povo todo! Não seria ótimo se o mundo fosse menor e a gente pudesse ficar perto de todo mundo que gosta?
Mas enfim, c'est la vie, e ela continua...
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Túmulo de Debret
Cemitério de Montmartre (7ª Divisão), Paris, França
Foto: Autor do blog (www.aquarelasnachuva.blogspot.com)
sábado, 29 de janeiro de 2011
Feijoada na França
Bem, apesar do meu medo de tudo dar errado, funcionou bem, os franceses e outros estrangeiros gostaram e agradeceram muitas vezes. Muitos agora querem a receita... acho que fiz minha parte na divulgação de uma coisa boa do Brasil. Aliás, é preciso deixar isso destacado: as pessoas adoram o Brasil e os brasileiros, e tudo o que se refere a nós deperta interesse.
Enfim, graças aos meus amigos abelhudos, me vi numa situação que, no fim, tranformou-se em uma experiência inesquecível, e por isso eu tenho mais é que agradecê-los.
De todo modo, falta agora menos de um mês pro meu retorno ao Brasil. O tempo vôa, mas as memórias, essas, ficam pra sempre. E eu levarei muitas daqui.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Pessoas
Hoje foi a festa de confraterznização do Cérise, associação comunitária da região de Paris onde moro e onde uma vez por semana participo de reuniões de conversação em francês. Nesse lugar, onde há as mais diversas atividades e cursos a preços módicos, existe esse curso de conversação para estrangeiros, que é gratuíto. Lá eu e o Alê conhecemos muita gente interessante, de vários lugares do mundo, e todos, claro, temos que conversar em francês. A experiência é incrível. Em nossa turma há alguns turcos, uma inglesa, uma escocesa e uma japonesa. As professoras, claro, são francesas e pessoas extremamente amáveis.
Hoje, na festa de confraternização, todos os níveis de curso se reuníram, e as pessoas levaram comidas de seus respectivos países, tudo muito gostoso e interessante. De todo modo, fiquei mais próximo da minha turma, e foi muito legal pois, regada a vinho bom e comidas gostosas, qualquer conversa(ção) fica mais interessante e desinibida. É realmente interessante saber coisas sobre o modo de vida de outros povos, suas comidas, bebidas, sentimentos, e, da mesma forma, explicar nossas idiossincrasias para essas pessoas. E, com isso, o francês vai se tornando cada vez mais presente na vida.
Antes de vir para Paris eu tinha feito um curso de um ano, o que era suficiente para ler textos acadêmicos. Eu imaginava que esse francês seria suficiente para chegar aqui, e que em pouco tempo eu estaria "craque". Doce ilusão. Chegar aqui foi a constatação de que eu não sabia nada, e que conversar sobre o troco no supermercado seria tarefa inexequível. Tive então a certeza de que eu não iria aprender nada, e deveria me contentar com minhas leituras na biblioteca que, de todo modo, eram a única coisa importante para a realização das minhas pesquisas de doutorado. Mas depois de entrar nesse grupo de conversação as coisas melhoram muito, e de pouco em pouco meu ouvido foi se acostumando com as conversas, e minha timidez diminuiu, a ponto de eu poder dizer, agora, "não entendi, dá pra repetir mais devagar?".
A lingua é uma ferramenta, útil, importante, e necessária não apenas para ler bons livros em outro idioma, mas para interagir com outras pessoas. Uma coisa ajuda a outra, e assim vai...
O mais legal é isso, fazer amizades, e conhecer outras realidades. Só posso falar por mim, mas mesmo tendo vindo acompanhado para um país estrangeiro, a vida pode ser muito difícil, por mais que se trate de uma cidade cosmopolita. O que faz a diferença é a interação com o mundo, com as pessoas. Partilhar experiências enriquece a mente e fortalece as emoções. Ser estrangeiro nunca é fácil, mas quando se compartilha as próprias experiências, tudo fica muito mais fácil e divertido. Afinal, o melhor do mundo são as pessoas.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
O outro lado da neve
As calçadas e as ruas ficam cobertas por essa neve, que vai derretendo e se transforma em um tipo de lama, meio fofa, meio rígida, com pequenas poças d'água. O resultado é um chão liso e perigoso de se caminhar. Os carros circulam com cautela, pois há riscos de acidente. O metrô no final da tarde estava um caos, trens lotados e atrasados, e os ônibus pararam de circular, por conta das ruas escorradias. Não entendo como isso pode acontecer em uma cidade como Paris. Como eles não prevêem situações como essa? Enfim, a neve promoveu certo caos, em parte porque aqui não é comum nevar no inverno, e em parte porque o inverno sequer começou. Acho que isso deve ser menos problemático no Alasca ou na Suécia, onde a neve é, todo ano, uma realidade esperada e conhecida.
E eu? Nem ligo, continuo achando lindo, e torcendo para que neve no natal. Let it snow!
sábado, 4 de dezembro de 2010
Brincando na neve
Imagina-se que a neve é o pior sinal de frio, mas já passei dias mais frios por aqui apenas com chuva, que, a meu ver, é bem mais gelada, pois molha a roupa.
A paisagem com a neve é linda, calma, suave. Fiquei com pena dos bichos, no caso, dos patos que moram no lago do bosque, que no dia estava congelado. Mas imagino que eles entendam instintivamente o que está acontecendo.
De todo modo, com frio ou não, a minha "criança interior" ficou contente ao afundar a bota na neve, pegar um punhado com a mão (até sem luva, mas realmente é petrificante!), escrever a data no chão, etc. Achei lindo. Era como se eu estivesse em um daqueles cartões de natal que ficava olhando na infância - com aquele natal norte-americano, claro, cheio de neve - ai que ódio, pura alienação. Mas não tenho como negar que acho lindo. Penso que não gostaria de morar em um país em que todo inverno fosse assim (lembrando que ainda é outono), mas como experiência está sendo divertido.
Fotos: D. (Aquarelas na chuva).
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Os parisienses e as baguetes
Sim, o ato de comprar a baguete é o próprio inicio da refeição, a pessoa simplesmente começa a arrancar pedaços de sua extremidade, e sai caminhando feliz mastigando o suculento pão deles de cada dia. Admito que, quando criança, eu às vezes comia uma parte da "bengala" enquanto voltava pra casa, mas eu raramente comprava pão, minha mãe sempre fez isso em casa. E, de todo modo, eu era criança, esse pessoal aqui é bem crescidinho e faz a mesma coisa. Já vi gente mordendo o pão, e não um sanduíche individual, mas aquele que parecia estar levando para casa.
Isso não é tudo. O trajeto desse pão, da padaria (boulangerie) até a casa da pessoa, também é algo pitoresco. Não é raro que a mesma pessoa que pega o dinheiro seja aquela que irá pegar a baguete, nem sempre com luvas ou algum objeto - é tudo bem epidérmico, mesmo. Depois disso, o comprador pega seu pão e sai contente e feliz rumo ao lar, onde terá sua refeição, geralmente com um ótimo vinho que terá pago poucos euros. Nem sempre o pão é embalado, e já cansei de ver gente colocando o pão direto na bolsa, com uma parte pra fora, tomando um gostoso ventinho fresco, ou então atrás do carrinho de bebê. No supermerado, muita gente coloca o pão solto por entre as outras mercadorias, sem embalagem alguma. Outro dia um rapaz apoiou sua baguete no corrimão da escada rolante do metrô enquanto subia, e um senhor apoiou suas duas baguetes na calçada enquanto ajeitava suas sacolas de compras. Básico.
Talvez eu seja meio neurótico, mas posso garantir que não sou o Dr. Bactéria. Porém, não entendo essa relação das pessoas com as baguetes, pois os outros alimentos não recebem esse tratamento. Acredito que seja parte da cultura, mas não entendo qual o sentido. De todo modo, nem de baguete eu gosto tanto, geralmente compro pão de forma integral, que eu prefiro.
Espero não ser mal interpretado, eu gosto muito dessa cidade e de seu modo de vida. Mas não posso deixar de me supreender com algumas coisas que considero excêntricas. Isso, na verdade, é o mais divertido da viagem!
domingo, 21 de novembro de 2010
Potiche
O filme, claro, é repleto de ironia e aponta certa hipocrisia da sociedade francesa do inicio dos anos 80, a falsidade de valores familiares como fidelidade, dedicação aos filhos, ao lado de interesses políticos e econômicos. A trama se desenrola de forma leve e despretenciosa, carregada de cores vivas e vibrantes, que jamais vi em um filme de Ozon - talvez no musical 8 Mulheres, só que bem mais interessante (se cuida, Almodóvar!).
O filme acaba por ser uma homengem à força da mulher e ao seu poder carismático. Pode até estar carregado de ironia, e infinitos clichês. Mas na última cena, em que Suzane canta o clássico C'est beau la vie (A vida é bela), de Jean Ferrat, me vi tão contagiado quanto sua plateia no filme (não vou dar maiores informações sobre o assunto, não custa evitar spoillers!), que tive vontade de cantar o refrão junto. É delicioso, e em tudo diferente dos filmes anteriores de Ozon - que eu adoro, diga-se de passagem - mas revelando um tipo de otimismo que nunca supus ver em um filme dele.
Recomendo, afinal, às vezes a vida pode ser uma m***a, mas ela é mesmo bela.
domingo, 19 de setembro de 2010
Um domingo [nada] qualquer
Saímos de lá e resolvemos ir a um bosque que ficava na última estação do metrô de Sacre Coeur, chamado Bois de Boulogne. Ao chegarmos resolvemos alugar uma bicicleta, o que foi legal, pois o parque é todo plano e dá pra pedalar sossegadamente por entre as árvores. Aliás, um lugar lindo que merece ser visitado, certamente. Mas o mais legal é que vi um esquilo vermelho bebendo água no riacho! Tentei tirar foto, mas a bicicleta o assustou e ele despareceu. Mas foi realmente uma supresa pra mim, nenhum outro esquilo apareceu depois.
Quando íamos devolver a bicicleta, resolvemos pedalar mais, até a Avenida Champs Élysées, pois eu queria dar uma olhada na loja da Virgin, uma concorrente da Fnac por essas bandas. Isso foi possível porque pode-se alugar uma bicicleta num local e devolver em outro, sem problemas. E fomos. Aquela avenida é um luxo só, e cheia de gente, normalmente. Mas em frente a um cinema todo chique havia uma aglomeração exagerada, e resolvemos conferir (por insistência do Alê, assumo, eu queria continuar a andança pela avenida). E sabe quem iria aparecer lá? A Julia Roberts, para o lançamento do seu novo filme Comer, rezar, amar. Subimos em um muro que tinha lá, dividindo o espaço com centenas de outros curiosos, mas deu pra ver a moça chegando, linda, simpática, linda, educada, atenciosa, linda e , eu já disse linda? Ok, ela estava longe, uns 20 metros do nosso disputado ponto de observação, nem deu pra tirar fotos. Aliás, tinha tanto fotógrafo lá que nem teria como, eles ocupavam todos os bons espaços. Mas eu vi, ela estava lá, linda, como os cabelos castanhos, enfim, linda. Eu nem acreditei naquilo. Mas era verdade.
Voltamos pra casa rindo como dois bobos, afinal quando na vida a gente ia imaginar cruzar sem querer com a Julia Roberts? Coisa do destino, mesmo.
E eu achando que a sorte do dia era ver o esquilo vermelho!
sábado, 18 de setembro de 2010
Sobre Paris, cinema e a ilusão
O bairro de Montmartre é muito bonito, tem, como posso dizer, uma cara bem francesa (?). Pequenos bistrôs, ruas estreitas, mesas nas calçadas e mercearias onde se vendem flores, frutas, legumes, frutos do mar e coisas assim, além, é claro, de muitos turistas. O café do filme realmente existe, mas há que se fazer algum esforço pra reconhecer o ambiente.
Por dentro, há muitas diferenças, além da mais óbvia que é a inexistência da tabacaria da personagem Georgette - que de fato havia, mas foi retirada quando o café passou para um novo proprietário. As redondezas do café, por sua vez, não são calmas como aquelas mostradas pelo filme, que na película são suaves como a própria Amélie. Isso só mostra que o cinema é, sim, uma arte, que pode até trabalhar com elementos do chamado "real", mas faz deles gato-e-sapato e cria uma nova realidade - nesse caso, muito mais interessante. Não que o lugar não tenha seu glamour - as fotos de Audrey Tatou espalhadas e a permanência de alguns elementos característicos, como o banheiro unisex e as luzes no balcão, não permitem que esqueçamos de onde estamos. É uma experiência muito legal.
Ainda na coisa do filme criar uma nova realidade, me pego aqui pensando na cidade de Paris que ele nos sugere: tão calma e vazia, mesmo quando as cenas são nas estações de metrô ou em praças públicas. Talvez por isso o filme seja tão agradável. Ele oferece um mundo meio mágico em que a personagem do filme supera, de forma intrigante, mas não menos apaixonante, sua incapacidade de se envolver profundamete com as pessoas. Não sei se as coisas tem que ter uma função, mas acho que o cinema, muitas vezes, oferece ao público experiências que só ele pode. Ele consegue criar um mundo diferente, mas em tudo parecido com o nosso. Isso é ou não é um tipo de magia? Eu diria mais, é bruxaria da boa!
---
Penguern, Urbain Cancelier, Dominique Pinon, Maurice Benichou.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Aquarelas Francesas
Vou começar do começo.
O Vôo
A viagem de avião teve duas escalas antes de chegar a Paris: uma em Brasilia e outra em Lisboa. Não é segredo pra ninguém que eu não gosto de voar, mas admito que é confortante saber que pode-se atravessar o mundo em poucas horas. De São Paulo a Brasília foram quase duas horas de vôo pela TAM, com direto a almoço gostosinho composto de arroz, feijão, carne e salada. Très brésilien. Foi show, a tripulação era ótima e atenciosa e o avião praticamente não tremeu. Em Brasília encontrei um certo caos, a fila para o check-in no guichê da empresa (TAP) era gigante e já estava na hora de embarcar. Mas como toda aquela multidão tinha o mesmo destino, eles não deixariam todos ali, né?
Como eu já falei, era minha primeira vez numa viagem ao exterior e tudo era novidade. Achei o avião enorme e, como sempre me disseram, é sempre melhor voar nesses tipos, pois chacoalham menos no céu. O que eu sei é que o treco tremeu e muito ao passar na altura do Equador, em pleno oceano Atlântico, e tremeu por um bom tempo. Eu morro de medo de turbulências, sempre acho que vão cair aquelas máscaras de oxigênio (o que, convenhamos, significa: "vamos todos morrer"). Mas isso não aconteceu. A comida era boa e os comissários de bordo, todos portugueses legítimos, simpáticos, mas não exageradamente pacientes com o bando de passageiros da classe econômica (como eu). Às vezes eles eram meio secos, mas jamais mal-educados. Conosco foram sempre atenciosos, mas sem exageros (estávamos preocupados com a coisa de trocar de avião, por conta da bagagem e dos horários dos respectivos vôos, mas ninguém lá dentro sabia direito o que nos informar sobre isso). Enfim, deu certo.
Chegamos em Lisboa e foi a maior emoção, ao pisar no chão meu coração parecia que ia saltar pela boca. Enfim eu estava no tal Velho Mundo. Mas faltava menos de 20 minutos para o vôo para Paris, de modo que nem deu tempo de apreciar esse momento. Levei uma bronca do funcionário da Imigração, pois passei pela porta da direita ao meu guichê, quando deveria ser pela da esquerda - detalhe: as duas portas davam no mesmo destino. Enfim, eu não estava em casa, de modo que aceitei a bronca e pedi desculpas. Várias!
O vôo para Paris foi sossegado, mas a aeronave era velha, parecia um ônibus daqueles antigos. Nem tinha água ou café. Foi a seco, mesmo. Mas nem importava, em poucos minutos estaríamos em Paris, e isso era tudo o que importava.
Assim, por volta das 10 da manhã do dia 6 de setembro de 2010 pisamos em solo francês, no aeroporto de Orly. Mas isso já é assunto para outra postagem!
Bisou!
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Iniciando o segundo semestre.
É muito bom estar de volta. A temporada no Rio foi muito boa, produtiva para a tese, enriquecedora para a alma. Como deu pra perceber na série de postagens anteriores, essa viagem mexeu muito comigo – percebi como o Rio de Janeiro é uma cidade, digamos, intrigante. Aprendi muito. E concluí que preciso é viajar mais, assim, talvez, os estranhamentos sejam menores.
Pretendo, oportunamente (e não muito adiante, eu espero) fazer um resumo sobre minha estadia, com dicas sobre a cidade, aliás, sobre a parte da cidade na qual vivi, estudei, interagi. Afinal, foram trinta dias que passaram como um raio.
Mas agora estou em casa. E como é bom. Chego aqui repleto de manuscritos, que agora precisam ser relidos, sistematizados, analisados e, finalmente, incorporados à tese. Mas isso é outra história… falamos disso depois.
Última foto, de celular, de dentro do avião… voltando para Terra da Garoa.
Home sweet Home
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #11. Casa de Rui Barbosa
Na Fundação Casa de Rui Barbosa você irá encontrar um museu, um lindo jardim e uma biblioteca. O museu é a casa onde Rui Barbosa morava, e fica logo na entrada. No fundo do quintal fica a biblioteca pública, que possui um acervo muito interessante e peculiar. Entre essas duas coisas há o jardim, com muitas árvores, flores, espelhos d'água, pássaros canoros e crianças - aliás, bebês! Vários, com suas respectivas mães, babás, etc, tornando o ambiente super familiar e leve. Claro que isso, de alguma forma, contrasta com o silêncio que se espera de um ambiente de pesquisas. Mas, de fato, não atrapalha em nada. O que atrapalha são alguns usuários da biblioteca, que falam alto, mas isso existe em TODA biblioteca - o que me deixa sempre irritado, mas não é o assunto agora.
Enfim, o lugar é lindo, pitoresco, suave, fica no bairro do Botafogo e é um dos meus favoritos nessa cidade.
Foto: Anderson RT
domingo, 26 de julho de 2009
Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #10. Pente azul escuro
Ontem fomos ver uma exposição de pintores russos que está no Centro Cultural Banco do Brasil, chamada Virada Russa. Vi muitas coisas bonitas, mas o ponto alto foi poder ver, bem de perto, dois quadros do Kandinsky e um do Chagall. Passei uns bons minutos olhando para o quadro do Kandinsky (abaixo), não por pedantismo, mas porque realmente senti vontade de ficar olhando. Conheci a obra desse artista em 1999, quando li seu livro Do espiritual na arte, e desde então o admiro. Poder ver um quadro como esse, ao vivo, foi uma experiência inesquecível e única.
Enfim, o Rio tem muitas coisas boas, para além das maravilhosas paisagens. E foi bom poder ter ficado aqui por um tempo. Mas já estou com saudade de casa, e feliz por saber que em breve é de lá que estarei escrevendo essas coisas.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #8. Digressões
Trabalhar em outra cidade pode ser uma experiência interessante, por ser diferente de apenas "tirar férias". Quando se viaja a passeio, tudo é mais tranquilo, e as diferenças culturais, por exemplo, tornam-se um ingrediente extra na diversão. No meu caso, esse ingrediente extra também existe, e é muito interessante, mas pode ser um problema, em uma viagem de poucas semanas, onde a variável tempo é determinante para o sucesso da empreitada. Não dá para se dar ao luxo de ambientar-se aos poucos, é preciso interagir com o meio imediatamente.
Lagoa Rodrigo de Freitas, vista do Corcovado.
Foto: Anderson RT.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #6. Real Gabinete Português de Leitura
Apesar de ser um lugar muito bonito, fica num lugar meio feio do centro. Aliás, como saí de lá às 18h00, era hora do rush de pedestres... um verdadeiro caos! Se você acha que São Paulo é caótico no final da tarde, é porque nunca esteve nas estreitas ruas do centro do Rio de Janeiro na mesma hora. É uma confusão mesmo. Em São Paulo me parece que, mesmo com toda a movimentação de pessoas e carros, a coisa é toda mais organizada. Enfim, isso provavelmente não passa de uma impressão tipicamente paulista, aliás, como tudo mais que tenho escrito por aqui.
Foto: Anderson RT