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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

O público e o privado

Hoje tomei a decisão de abrir novamente o blog para acesso público. Minha animação nasceu da nostalgia: amanhã viajo para Paris para uma estadia de trabalho de 30 dias. Estou feliz pois há 10 anos (sim, tudo isso) eu morei lá por 6 meses para o doutorado sanduíche. Foi uma experiência tão marcante que ainda sinto os cheiros, a temperatura, as texturas... Muita água passou por baixo da ponte desde então, e parte disso está documento nesse blog. Estive outras vezes na Europa, e em outros lugares. Mas Paris tem um lugar muito especial na minha história. Vivi coisas bem intensas por lá e poder repetir a experiência, ainda que por 30 dias apenas, vai ser muito legal. E não é repetir, afinal eu não tenho mais 31 anos, mas 41, não sou estudante e sim professor, e muitas outras coisas mudaram na minha vida. Mas algo daquela pessoa está aqui, animada com esse retorno, e quero que essa pessoa aproveite muito esses 30 dias!
Isso tudo me fez abrir o blog novamente. Não que alguém leia, mas escrever para um público, ainda que imaginário, sempre é mais instigante. Vou tentar documentar um pouco essa viagem. Vamos ver se funciona. 
À tout à l'heure!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

The long goodbye

Há cerca de seis meses eu me via preocupado com a iminência da viagem para Paris, e de como as coisas seriam: "Será que vou entender o que as pessoas falam? Será que o tempo vai passar rápido? Será que vou conseguir fazer aquilo que planejei? Será que vou sentir muita saudade de casa? Será... será... será?"
Bom, a vida só se aprende sendo vivida. E eu vivi Paris. Nem preciso dizer que é uma cidade linda, cheia de cultura, de lugares incríveis, de boa comida, de vinhos baratos e deliciosos, de queijos formidáveis, enfim, de tudo aquilo que sempre se ouve dizer de Paris - mas com um adicional imprescindível: muitas pessoas maravilhosas. Sim, em geral, o povo francês não é realmente acolhedor, e isso eles mesmos reconhecem. Mas se você tem a chance de se aproximar, de se mostrar, de provocar, muitos deles podem ser companhias sensacionais e, algumas vezes, amigos de verdade.
Eu tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas incríveis aqui, não apenas franceses, mas também ingleses, escoceses, turcos, enfim, pessoas de todo o mundo, muitos dos quais hoje fazem parte do meu rol de amigos. E a coisa mais triste de deixar essa terra não é ficar longe da paisagem ou da cultura, sem dúvida uma perda enorme, mas sobretudo dos amigos que fiz aqui. Claro que a cidade ajuda, e os encontros aqui são sempre regados a bom vinho, boa comida e boa conversa.... como dizemos, todos aqui ficamos muito "gaté" (mimados). Não que não haja problemas, eles existem em todo lugar, mas creio que pra mim só ficarão boas lembranças. E reitero, especialmente por causa das pessoas que eu conheci. Elas foram acolhedoras e gentis, muito mais do que eu poderia imaginar.
Enfim, falta agora muito pouco pra voltar pra casa, e levo daqui muita coisa na bagagem. Aprendi muito, não apenas para a tese, mas para a vida - missão cumprida. Estou triste, pois vou deixar para trás uma série de coisas que se tornaram importantes, e me refiro especialmente às novas amizades - mas também estou muito feliz. Feliz porque volto pra casa, para os meus amigos de sempre, para os meus familiares, para os meus gatos... que saudade desse povo todo! Não seria ótimo se o mundo fosse menor e a gente pudesse ficar perto de todo mundo que gosta?
Mas enfim, c'est la vie, e ela continua...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Túmulo de Debret

Hoje visitei o túmulo do Debret. Foi realmente emocionante, afinal temos uma "relação" há um bom tempo. Ele não é muito conhecido aqui na França, de modo que seu nome nem constava na lista de "famosos" da entrada do cemitério. Na primeira vez que estive lá não encontrei nada, por isso percebi que precisava fazer uma pesquisa extra. Descobri na internet o local do cemitério onde ele estava, que era a sétima divisão. Mesmo assim não foi fácil encontrar, contei com a ajuda do Alê, que foi comigo. Mas, enfim, missão cumprida.
Sei que pode parecer meio mórbido, mas compartilho aqui a foto:



Sepultura de Jean-Baptiste Debret (1768-1848)
Cemitério de Montmartre (7ª Divisão), Paris, França

Foto: Autor do blog (www.aquarelasnachuva.blogspot.com)



Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma

sábado, 29 de janeiro de 2011

Feijoada na França

Na associação onde me encontro semanalmente com outros estrangeiros para praticar o francês há um café. Esse café, como toda a associação, não tem fins lucrativos, por isso tudo lá é bem baratinho. Nesse café há, semanalmente, um almoço especial, geralmente com a comida típica de algum local do mundo, feito, se possível, por algum dos estrangeiros que lá se encontram. E outro dia estavam interssados em saber mais sobre a comida típica brasileira, e o Alê e a Carol, disseram publicamente que eu sabia fazer feijoada, e daí pra frente não teve como me esconder... fui "convidado" pra fazer o tal prato. Na verdade, eu não sei fazer, de fato, uma legítima feijoada, o que eu faço é feijão preto com vários tipos de linguiça e bacon, até porque não gosto de feijoadas tradicionais, com todas aquelas coisas fortes - no máximo uma carne-seca ou costelinha. De todo modo, aceitei o convite, pois seria deselegante recusar, já que eu frequento o local de graça. Seria uma oportunidade de retribuir.
No fim das contas, 45 pessoas se inscreveram para o evento, pois houve certa publicidade. Como no dia choveu, apareceram apenas 30, mas, de todo modo, eu tinha que fazer comida pra um munderéu de gente - algo que jamais havia tentado. Assim, expliquei para o responsável pelo café o que ele deveria comprar (tivemos que adapatar alguns ingredientes, mas ficou bem parecido, no final), o que incluia uma panela de pressão (aqui eles chamam de Cocotte Minute, é uma marca comercial). Claro que convoquei o Alê e a Carol para me ajudar, e uma amiga inglesa, Jill, se ofereceu para ajudar também: "Serei brasileira por um dia, pelo menos"', disse ela, sorrindo. Como o local tem pouca estrutura, resolvemos que seria prudente começar um dia antes, para evitar problemas de última hora - eu sequer sabia quanto tempo o feijão daqui demoraria pra ficar cozido. Assim, fizemos uma panela de 10 litros e duas de 7,5, litros totalizando 25 litros de feijoada! Fora isso, uma mega panela de arroz (parboilizado) precisou ser feita; uma outra amiga brasileira, Marina, fez uma farofa light, apenas com manteiga e farinha, pra acompanhar. Para beber, água ou vinho - nada de cerveja ou caipirinha - afinal, é Paris, e tudo tem limite - rs.
Bem, apesar do meu medo de tudo dar errado, funcionou bem, os franceses e outros estrangeiros gostaram e agradeceram muitas vezes. Muitos agora querem a receita... acho que fiz minha parte na divulgação de uma coisa boa do Brasil. Aliás, é preciso deixar isso destacado: as pessoas adoram o Brasil e os brasileiros, e tudo o que se refere a nós deperta interesse.
Enfim, graças aos meus amigos abelhudos, me vi numa situação que, no fim, tranformou-se em uma experiência inesquecível, e por isso eu tenho mais é que agradecê-los.
De todo modo, falta agora menos de um mês pro meu retorno ao Brasil. O tempo vôa, mas as memórias, essas, ficam pra sempre. E eu levarei muitas daqui.

Cartaz de divulgação do almoço brasileiro.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Pessoas

Admito, tem horas que eu odeio só uma coisa no mundo: as pessoas. Topa-se com tanta falta de gentileza e modos por aí, em todo lugar, que dá vontade de ficar em casa e pronto. Mas, eu sei, isso não é uma regra. O melhor do mundo, na verdade, são as pessoas.
Hoje foi a festa de confraterznização do Cérise, associação comunitária da região de Paris onde moro e onde uma vez por semana participo de reuniões de conversação em francês. Nesse lugar, onde há as mais diversas atividades e cursos a preços módicos, existe esse curso de conversação para estrangeiros, que é gratuíto. Lá eu e o Alê conhecemos muita gente interessante, de vários lugares do mundo, e todos, claro, temos que conversar em francês. A experiência é incrível. Em nossa turma há alguns turcos, uma inglesa, uma escocesa e uma japonesa. As professoras, claro, são francesas e pessoas extremamente amáveis.
Hoje, na festa de confraternização, todos os níveis de curso se reuníram, e as pessoas levaram comidas de seus respectivos países, tudo muito gostoso e interessante. De todo modo, fiquei mais próximo da minha turma, e foi muito legal pois, regada a vinho bom e comidas gostosas, qualquer conversa(ção) fica mais interessante e desinibida. É realmente interessante saber coisas sobre o modo de vida de outros povos, suas comidas, bebidas, sentimentos, e, da mesma forma, explicar nossas idiossincrasias para essas pessoas. E, com isso, o francês vai se tornando cada vez mais presente na vida.
Antes de vir para Paris eu tinha feito um curso de um ano, o que era suficiente para ler textos acadêmicos. Eu imaginava que esse francês seria suficiente para chegar aqui, e que em pouco tempo eu estaria "craque". Doce ilusão. Chegar aqui foi a constatação de que eu não sabia nada, e que conversar sobre o troco no supermercado seria tarefa inexequível. Tive então a certeza de que eu não iria aprender nada, e deveria me contentar com minhas leituras na biblioteca que, de todo modo, eram a única coisa importante para a realização das minhas pesquisas de doutorado. Mas depois de entrar nesse grupo de conversação as coisas melhoram muito, e de pouco em pouco meu ouvido foi se acostumando com as conversas, e minha timidez diminuiu, a ponto de eu poder dizer, agora, "não entendi, dá pra repetir mais devagar?".
A lingua é uma ferramenta, útil, importante, e necessária não apenas para ler bons livros em outro idioma, mas para interagir com outras pessoas. Uma coisa ajuda a outra, e assim vai...
O mais legal é isso, fazer amizades, e conhecer outras realidades. Só posso falar por mim, mas mesmo tendo vindo acompanhado para um país estrangeiro, a vida pode ser muito difícil, por mais que se trate de uma cidade cosmopolita. O que faz a diferença é a interação com o mundo, com as pessoas. Partilhar experiências enriquece a mente e fortalece as emoções. Ser estrangeiro nunca é fácil, mas quando se compartilha as próprias experiências, tudo fica muito mais fácil e divertido. Afinal, o melhor do mundo são as pessoas.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O outro lado da neve

Hoje o dia amanheceu do jeito que eu sempre quis ver: um bocado de neve caindo do céu, deixando os telhados brancos. Como moro no último andar, posso ver a neve caindo sobre os prédios menores, e é mesmo uma coisa bonita. Mas não dá pra ficar em casa vendo essa "beleza", pois a vida acontece, também, do lado de fora. Foi então que eu comecei a enteder a razão de o pessoal daqui não curtir muito esse acontecimento.
As calçadas e as ruas ficam cobertas por essa neve, que vai derretendo e se transforma em um tipo de lama, meio fofa, meio rígida, com pequenas poças d'água. O resultado é um chão liso e perigoso de se caminhar. Os carros circulam com cautela, pois há riscos de acidente. O metrô no final da tarde estava um caos, trens lotados e atrasados, e os ônibus pararam de circular, por conta das ruas escorradias. Não entendo como isso pode acontecer em uma cidade como Paris. Como eles não prevêem situações como essa? Enfim, a neve promoveu certo caos, em parte porque aqui não é comum nevar no inverno, e em parte porque o inverno sequer começou. Acho que isso deve ser menos problemático no Alasca ou na Suécia, onde a neve é, todo ano, uma realidade esperada e conhecida.
E eu? Nem ligo, continuo achando lindo, e torcendo para que neve no natal. Let it snow!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Brincando na neve

Todos dizem que é raro nevar em Paris, mas o fato é que tem nevado, e eu fiquei bem contente, pois tinha muita vontade de conhecer neve. Outro dia, quando fomos até a Universidade de Versalhes em Saint-Quentin-en-Yvelines, vi que tinha nevado um bocado por lá, mais do que em Paris, e pude tirar umas fotos.



Imagina-se que a neve é o pior sinal de frio, mas já passei dias mais frios por aqui apenas com chuva, que, a meu ver, é bem mais gelada, pois molha a roupa.
A paisagem com a neve é linda, calma, suave. Fiquei com pena dos bichos, no caso, dos patos que moram no lago do bosque, que no dia estava congelado. Mas imagino que eles entendam instintivamente o que está acontecendo.



De todo modo, com frio ou não, a minha "criança interior" ficou contente ao afundar a bota na neve, pegar um punhado com a mão (até sem luva, mas realmente é petrificante!), escrever a data no chão, etc. Achei lindo. Era como se eu estivesse em um daqueles cartões de natal que ficava olhando na infância - com aquele natal norte-americano, claro, cheio de neve - ai que ódio, pura alienação. Mas não tenho como negar que acho lindo. Penso que não gostaria de morar em um país em que todo inverno fosse assim (lembrando que ainda é outono), mas como experiência está sendo divertido.



Fotos: D. (Aquarelas na chuva).

Creative Commons License Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.




segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Os parisienses e as baguetes


Não há como negar, Paris é uma cidade linda. E uma das coisas mais legais, pelo menos para estudantes como eu, são os supermercados. Sim, locais de verdadeiro deleite, pois mesmo as comidas mais baratas são boas. Os molhos-prontos, por exemplo, são realmente bons, e não como aqueles "X"-ettes da vida que encontramos no Brasil. Hoje, por exemplo, fiz um risoto com molho pronto de champignon e ficou muito bom, modéstia parte. Mas não é sobre isso que quero falar, e sim sobre as baguetes.
Ao preço de € 0,80 compra-se a tal da baguete, sem a qual parece ser inadmssível viver-se por aqui. No final da tarde, é impressionante o número de pessoas que transitam pelas ruas com suas baguetes a tira-colo. Se existe um fato social, a baguete é o fato social francês por excelência. Tem até máquinas em que se colocam moedas e o pão sai, pronto pra ser devorado.
Sim, o ato de comprar a baguete é o próprio inicio da refeição, a pessoa simplesmente começa a arrancar pedaços de sua extremidade, e sai caminhando feliz mastigando o suculento pão deles de cada dia. Admito que, quando criança, eu às vezes comia uma parte da "bengala" enquanto voltava pra casa, mas eu raramente comprava pão, minha mãe sempre fez isso em casa. E, de todo modo, eu era criança, esse pessoal aqui é bem crescidinho e faz a mesma coisa. Já vi gente mordendo o pão, e não um sanduíche individual, mas aquele que parecia estar levando para casa.
Isso não é tudo. O trajeto desse pão, da padaria (boulangerie) até a casa da pessoa, também é algo pitoresco. Não é raro que a mesma pessoa que pega o dinheiro seja aquela que irá pegar a baguete, nem sempre com luvas ou algum objeto - é tudo bem epidérmico, mesmo. Depois disso, o comprador pega seu pão e sai contente e feliz rumo ao lar, onde terá sua refeição, geralmente com um ótimo vinho que terá pago poucos euros. Nem sempre o pão é embalado, e já cansei de ver gente colocando o pão direto na bolsa, com uma parte pra fora, tomando um gostoso ventinho fresco, ou então atrás do carrinho de bebê. No supermerado, muita gente coloca o pão solto por entre as outras mercadorias, sem embalagem alguma. Outro dia um rapaz apoiou sua baguete no corrimão da escada rolante do metrô enquanto subia, e um senhor apoiou suas duas baguetes na calçada enquanto ajeitava suas sacolas de compras. Básico.
Talvez eu seja meio neurótico, mas posso garantir que não sou o Dr. Bactéria. Porém, não entendo essa relação das pessoas com as baguetes, pois os outros alimentos não recebem esse tratamento. Acredito que seja parte da cultura, mas não entendo qual o sentido. De todo modo, nem de baguete eu gosto tanto, geralmente compro pão de forma integral, que eu prefiro.
Espero não ser mal interpretado, eu gosto muito dessa cidade e de seu modo de vida. Mas não posso deixar de me supreender com algumas coisas que considero excêntricas. Isso, na verdade, é o mais divertido da viagem!



domingo, 21 de novembro de 2010

Potiche

Outro dia fui assistir ao novo filme do François Ozon (Potiche, 2010), não apenas porque gosto desse diretor, mas porque era tanta publicidade pela cidade que minha curiosidade aumentava a cada dia.
Dos filmes que assisti desse diretor, a maioria, sem sombra de dúvida, é carregada de tamanha densidade e momentos de tristeza ou sofrimento que eu meio que duvidei do "colorido" dos posters espalhados pelas ruas. Duvidei se tratar de um filme divertido. E eu me enganei. O filme é muito engraçado, e o elenco não deixa a peteca cair. Catherine Deneuve arrasa como a dona de casa de vida monótona à sombra do marido, um grande empresário do ramo de guarda-chuvas. É essa situação, esse papel, que os franceses chamam de "potiche". Porém, em razão de uma reviravolta na trama, Suzane (Deneuve) vê-se diante da possibilidade de virar o jogo e tornar-se alguém importante, mostrando-se uma verdadeira lider carismática.
O filme, claro, é repleto de ironia e aponta certa hipocrisia da sociedade francesa do inicio dos anos 80, a falsidade de valores familiares como fidelidade, dedicação aos filhos, ao lado de interesses políticos e econômicos. A trama se desenrola de forma leve e despretenciosa, carregada de cores vivas e vibrantes, que jamais vi em um filme de Ozon - talvez no musical 8 Mulheres, só que bem mais interessante (se cuida, Almodóvar!).
O filme acaba por ser uma homengem à força da mulher e ao seu poder carismático. Pode até estar carregado de ironia, e infinitos clichês. Mas na última cena, em que Suzane canta o clássico C'est beau la vie (A vida é bela), de Jean Ferrat, me vi tão contagiado quanto sua plateia no filme (não vou dar maiores informações sobre o assunto, não custa evitar spoillers!), que tive vontade de cantar o refrão junto. É delicioso, e em tudo diferente dos filmes anteriores de Ozon - que eu adoro, diga-se de passagem - mas revelando um tipo de otimismo que nunca supus ver em um filme dele.
Recomendo, afinal, às vezes a vida pode ser uma m***a, mas ela é mesmo bela.



domingo, 19 de setembro de 2010

Um domingo [nada] qualquer

Era um domingo qualquer e eu estava meio entediado. Daí o Alê teve a brilhante idéia de irmos à igreja de Sacre Coeur, que não conhecíamos. E foi uma excelente idéia, o lugar é fabuloso, tem uma escadaria enorme e a vista, lá do alto, é impagável (fotos ainda na máquina, mas hei de postar depois). Aliás, percebi que lá foram rodadas algumas cenas do filme da Amélie Poulain, que eu falei no post anterior. Enfim, a vista é linda e a igreja, por dentro, também é incrível.
Saímos de lá e resolvemos ir a um bosque que ficava na última estação do metrô de Sacre Coeur, chamado Bois de Boulogne. Ao chegarmos resolvemos alugar uma bicicleta, o que foi legal, pois o parque é todo plano e dá pra pedalar sossegadamente por entre as árvores. Aliás, um lugar lindo que merece ser visitado, certamente. Mas o mais legal é que vi um esquilo vermelho bebendo água no riacho! Tentei tirar foto, mas a bicicleta o assustou e ele despareceu. Mas foi realmente uma supresa pra mim, nenhum outro esquilo apareceu depois.
Quando íamos devolver a bicicleta, resolvemos pedalar mais, até a Avenida Champs Élysées, pois eu queria dar uma olhada na loja da Virgin, uma concorrente da Fnac por essas bandas. Isso foi possível porque pode-se alugar uma bicicleta num local e devolver em outro, sem problemas. E fomos. Aquela avenida é um luxo só, e cheia de gente, normalmente. Mas em frente a um cinema todo chique havia uma aglomeração exagerada, e resolvemos conferir (por insistência do Alê, assumo, eu queria continuar a andança pela avenida). E sabe quem iria aparecer lá? A Julia Roberts, para o lançamento do seu novo filme Comer, rezar, amar. Subimos em um muro que tinha lá, dividindo o espaço com centenas de outros curiosos, mas deu pra ver a moça chegando, linda, simpática, linda, educada, atenciosa, linda e , eu já disse linda? Ok, ela estava longe, uns 20 metros do nosso disputado ponto de observação, nem deu pra tirar fotos. Aliás, tinha tanto fotógrafo lá que nem teria como, eles ocupavam todos os bons espaços. Mas eu vi, ela estava lá, linda, como os cabelos castanhos, enfim, linda. Eu nem acreditei naquilo. Mas era verdade.
Voltamos pra casa rindo como dois bobos, afinal quando na vida a gente ia imaginar cruzar sem querer com a Julia Roberts? Coisa do destino, mesmo.
E eu achando que a sorte do dia era ver o esquilo vermelho!

sábado, 18 de setembro de 2010

Sobre Paris, cinema e a ilusão

Quando terminei o post anterior imaginei fazer algo meio folhetinesco, numa sequência de acontecimentos. Não vou. Pois, se for assim, os dias vão passando e vou acumulando coisas que poderiam ser escritas, mas não estão na "ordem sequencial" (não sei se essa expressão é redundante, mas gosto dela assim). Assim, vou falar sobre uma parte do dia de hoje, que foi muito bacana e merece registro.
Logo cedo tomamos o café e fomos para Montmartre. Tinha duas coisas que queríamos fazer por lá, além, é claro, de conhecer uma nova região: ir ao cemitério do bairro, onde (creio eu) está enterrado meu caríssimo pintor Jean-Baptiste Debret, fantasminha camarada que me acompanha desde os tempos de graduação, ou conhecer o Café des 2 Moulins, onde foi gravado parte do filme O fabuloso destinho de Amélie Poulain. Não é difícil supor que optamos por ir ao café.
O bairro de Montmartre é muito bonito, tem, como posso dizer, uma cara bem francesa (?). Pequenos bistrôs, ruas estreitas, mesas nas calçadas e mercearias onde se vendem flores, frutas, legumes, frutos do mar e coisas assim, além, é claro, de muitos turistas. O café do filme realmente existe, mas há que se fazer algum esforço pra reconhecer o ambiente.
Por dentro, há muitas diferenças, além da mais óbvia que é a inexistência da tabacaria da personagem Georgette - que de fato havia, mas foi retirada quando o café passou para um novo proprietário. As redondezas do café, por sua vez, não são calmas como aquelas mostradas pelo filme, que na película são suaves como a própria Amélie. Isso só mostra que o cinema é, sim, uma arte, que pode até trabalhar com elementos do chamado "real", mas faz deles gato-e-sapato e cria uma nova realidade - nesse caso, muito mais interessante. Não que o lugar não tenha seu glamour - as fotos de Audrey Tatou espalhadas e a permanência de alguns elementos característicos, como o banheiro unisex e as luzes no balcão, não permitem que esqueçamos de onde estamos. É uma experiência muito legal.
Ainda na coisa do filme criar uma nova realidade, me pego aqui pensando na cidade de Paris que ele nos sugere: tão calma e vazia, mesmo quando as cenas são nas estações de metrô ou em praças públicas. Talvez por isso o filme seja tão agradável. Ele oferece um mundo meio mágico em que a personagem do filme supera, de forma intrigante, mas não menos apaixonante, sua incapacidade de se envolver profundamete com as pessoas. Não sei se as coisas tem que ter uma função, mas acho que o cinema, muitas vezes, oferece ao público experiências que só ele pode. Ele consegue criar um mundo diferente, mas em tudo parecido com o nosso. Isso é ou não é um tipo de magia? Eu diria mais, é bruxaria da boa!



(Esquina onde fica o Café des 2 Moulins, na rua Lepic, 15)


(Café des 2 Moulins, ambiente interno com fotos de Audrey Tatou)

(Fotos: Aquarelas na chuva - blog)

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INFORMAÇÕES SOBRE O FILME

Diretor: Jean-Pierre Jeunet
Elenco: Audrey Tautou, Mathieu Kassovitz, Rufus, Yolande Moreau, Artus de
Penguern, Urbain Cancelier, Dominique Pinon, Maurice Benichou.
Trilha Sonora: Yann Tiersen
Duração: 120 min.
Ano: 2001
País: França




terça-feira, 14 de setembro de 2010

Aquarelas Francesas

Eu tinha pensando em criar um blog parelo para escrever durante a viagem, mas como percebi que a coisa não rendia, achei melhor deixar tudo por aqui, mesmo. Se eu não atualizo um blog com a frequência necessária, imagine dois? Portanto, sempre que possível passarei por aqui para compartilhar minhas impressões dessa primeira viagem para fora do Brasil.
Vou começar do começo.

O Vôo

A viagem de avião teve duas escalas antes de chegar a Paris: uma em Brasilia e outra em Lisboa. Não é segredo pra ninguém que eu não gosto de voar, mas admito que é confortante saber que pode-se atravessar o mundo em poucas horas. De São Paulo a Brasília foram quase duas horas de vôo pela TAM, com direto a almoço gostosinho composto de arroz, feijão, carne e salada. Très brésilien. Foi show, a tripulação era ótima e atenciosa e o avião praticamente não tremeu. Em Brasília encontrei um certo caos, a fila para o check-in no guichê da empresa (TAP) era gigante e já estava na hora de embarcar. Mas como toda aquela multidão tinha o mesmo destino, eles não deixariam todos ali, né?
Como eu já falei, era minha primeira vez numa viagem ao exterior e tudo era novidade. Achei o avião enorme e, como sempre me disseram, é sempre melhor voar nesses tipos, pois chacoalham menos no céu. O que eu sei é que o treco tremeu e muito ao passar na altura do Equador, em pleno oceano Atlântico, e tremeu por um bom tempo. Eu morro de medo de turbulências, sempre acho que vão cair aquelas máscaras de oxigênio (o que, convenhamos, significa: "vamos todos morrer"). Mas isso não aconteceu. A comida era boa e os comissários de bordo, todos portugueses legítimos, simpáticos, mas não exageradamente pacientes com o bando de passageiros da classe econômica (como eu). Às vezes eles eram meio secos, mas jamais mal-educados. Conosco foram sempre atenciosos, mas sem exageros (estávamos preocupados com a coisa de trocar de avião, por conta da bagagem e dos horários dos respectivos vôos, mas ninguém lá dentro sabia direito o que nos informar sobre isso). Enfim, deu certo.
Chegamos em Lisboa e foi a maior emoção, ao pisar no chão meu coração parecia que ia saltar pela boca. Enfim eu estava no tal Velho Mundo. Mas faltava menos de 20 minutos para o vôo para Paris, de modo que nem deu tempo de apreciar esse momento. Levei uma bronca do funcionário da Imigração, pois passei pela porta da direita ao meu guichê, quando deveria ser pela da esquerda - detalhe: as duas portas davam no mesmo destino. Enfim, eu não estava em casa, de modo que aceitei a bronca e pedi desculpas. Várias!
O vôo para Paris foi sossegado, mas a aeronave era velha, parecia um ônibus daqueles antigos. Nem tinha água ou café. Foi a seco, mesmo. Mas nem importava, em poucos minutos estaríamos em Paris, e isso era tudo o que importava.
Assim, por volta das 10 da manhã do dia 6 de setembro de 2010 pisamos em solo francês, no aeroporto de Orly. Mas isso já é assunto para outra postagem!

Bisou!

terça-feira, 7 de setembro de 2010




Novas postagens em breve...



terça-feira, 4 de agosto de 2009

Iniciando o segundo semestre.

É muito bom estar de volta. A temporada no Rio foi muito boa, produtiva para a tese, enriquecedora para a alma. Como deu pra perceber na série de postagens anteriores, essa viagem mexeu muito comigo – percebi como o Rio de Janeiro é uma cidade, digamos, intrigante. Aprendi muito. E concluí que preciso é viajar mais, assim, talvez, os estranhamentos sejam menores.

Pretendo, oportunamente (e não muito adiante, eu espero) fazer um resumo sobre minha estadia, com dicas sobre a cidade, aliás, sobre a parte da cidade na qual vivi, estudei, interagi. Afinal, foram trinta dias que passaram como um raio.

Mas agora estou em casa. E como é bom. Chego aqui repleto de manuscritos, que agora precisam ser relidos, sistematizados, analisados e, finalmente, incorporados à tese. Mas isso é outra história… falamos disso depois.

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Última foto, de celular, de dentro do avião… voltando para Terra da Garoa.

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Home sweet Home

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #11. Casa de Rui Barbosa


Na Fundação Casa de Rui Barbosa você irá encontrar um museu, um lindo jardim e uma biblioteca. O museu é a casa onde Rui Barbosa morava, e fica logo na entrada. No fundo do quintal fica a biblioteca pública, que possui um acervo muito interessante e peculiar. Entre essas duas coisas há o jardim, com muitas árvores, flores, espelhos d'água, pássaros canoros e crianças - aliás, bebês! Vários, com suas respectivas mães, babás, etc, tornando o ambiente super familiar e leve. Claro que isso, de alguma forma, contrasta com o silêncio que se espera de um ambiente de pesquisas. Mas, de fato, não atrapalha em nada. O que atrapalha são alguns usuários da biblioteca, que falam alto, mas isso existe em TODA biblioteca - o que me deixa sempre irritado, mas não é o assunto agora.
Enfim, o lugar é lindo, pitoresco, suave, fica no bairro do Botafogo e é um dos meus favoritos nessa cidade.


Nessa foto é possível ver algumas da senhoras com seus bebês. Como ainda eram 9h00 da manhã, eles eram poucos. No horário do almoço a densidade bebeológica é realmente grande! Junto com os pássaros, eles são responsáveis pela trilha sonora local.

Foto: Anderson RT

domingo, 26 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #10. Pente azul escuro

Enfim, a última semana. Parece que foi ontem que cheguei, e agora faltam poucos dias para encerrar minhas atividades por aqui. Foi mesmo muito corrido. Acho que preciso voltar em outro momento, a passeio. Trabalhei bastante. Muitas horas diante de livros, papéis e micro-filmes.
Já sinto saudades de muitas coisas daqui, mas admito que essa temporada me fez ver que a cultura carioca é bem diferente daquela de onde eu venho, o que não significa que seja melhor ou pior - é apenas diferente. Mas já falei disso várias vezes nessa série de posts, então pulemos essa parte. De qualquer modo, foi uma temporada produtiva e muito interessante.
Ontem fomos ver uma exposição de pintores russos que está no Centro Cultural Banco do Brasil, chamada Virada Russa. Vi muitas coisas bonitas, mas o ponto alto foi poder ver, bem de perto, dois quadros do Kandinsky e um do Chagall. Passei uns bons minutos olhando para o quadro do Kandinsky (abaixo), não por pedantismo, mas porque realmente senti vontade de ficar olhando. Conheci a obra desse artista em 1999, quando li seu livro Do espiritual na arte, e desde então o admiro. Poder ver um quadro como esse, ao vivo, foi uma experiência inesquecível e única.
Enfim, o Rio tem muitas coisas boas, para além das maravilhosas paisagens. E foi bom poder ter ficado aqui por um tempo. Mas já estou com saudade de casa, e feliz por saber que em breve é de lá que estarei escrevendo essas coisas.


Kandinsky. Pente azul escuro.
Óleo sobre tela, 1917.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #8. Digressões

Indo para a terceira semana no Rio. O tempo passa rápido. Mas passa diferente.
Trabalhar em outra cidade pode ser uma experiência interessante, por ser diferente de apenas "tirar férias". Quando se viaja a passeio, tudo é mais tranquilo, e as diferenças culturais, por exemplo, tornam-se um ingrediente extra na diversão. No meu caso, esse ingrediente extra também existe, e é muito interessante, mas pode ser um problema, em uma viagem de poucas semanas, onde a variável tempo é determinante para o sucesso da empreitada. Não dá para se dar ao luxo de ambientar-se aos poucos, é preciso interagir com o meio imediatamente.
A vida no Rio de Janeiro é realmente diferente da vida nas outras (poucas) cidades por onde já passei. Mas é especialmente diferente de São Paulo.
Como toda grande cidade, aqui também é o reino do caos, do trânsito maluco, das ruas abarrotadas de pessoas no centro, dos vendedores ambulantes que gritam para vender seus produtos, das buzinas... Porém, parece que aqui as pessoas são mais felizes. Ao observá-las no corre-corre na hora do almoço, por exemplo, não vejos as mesmas expressões da Avenida Paulista, no mesmo horário. Elas não têm a cara fechada, nem muita pressa de chegar ao seu destino. Não ficam bravas se o motorista para na faixa de pedestre, e não hesitam em atravessar no sinal verde dos carros. Aqui também é muito fácil alguém que você jamais viu começar a conversar contigo, do nada, sem constrangimento. Isso significa, por outro lado, que alguns tipos de formalidade não existem. A impressão que tive é que as relações passam sempre por um registro informal, especialmente em alguns serviços, como nos cafés e restaurantes, por exemplo. Se a gente faz uma abordagem exageradamente formal, do tipo "por favor", "por gentileza", etc., isso pode atrapalhar o diálogo, que tende a ser mais rápido, do tipo curto e grosso. Percebo que as pessoas, nesses momentos, nem sempre entendem quando eu digo "muito obrigado", ao final de um atendimento - por ser, talvez, algo não muito comum. Falar demais, acredito, é correr o risco de não ser compreendido. Isso faz com que inúmeras vezes eu tenha precisado repetir o que disse, ainda que a língua seja a mesma (aliás, acho que o sotaque diferente tende a deixar o que eu falo mais incompreensível ainda).
E também há a coisa da cidade de aparência antiga. As construções do centro do Rio são sensacionais, monumentais e incríveis. A Biblioteca Nacional, por exemplo, é algo espantoso, tanto por fora quanto por dentro. Esse tipo de construção, que existe em todo o centro, deixa a cidade com uma cara antiga, o que, associado às ruas estreitas como a do Ouvidor ou a Travessa de Ouvidor, nos conduz a outro tempo, daqueles dos livros de história ou dos romances. Mas essas ruas de paralelepípedos, que de tão cheias de pessoas parecem calçadas, têm também veículos e motos, que não hesitam em buzinar para os tranquilos pedestres que ali perambulam.
Acho que é isso. É espantoso como uma cidade, em um mesmo país, possa ter diferenças tão marcantes em relação a outra, que fica a menos do quinhentos quilômetros de distância. O Rio é muito peculiar, mesmo. Não sinto, por exemplo, um contraste tão grande ao ir para uma cidade do interior de São Paulo, pois nessas cidades há um tipo de registro de vida urbana muito parecido com a capital do Estado, respeitando, claro, as proporções. O Rio, não. Tem uma identidade muito precisa, sobre a qual eu poderia escrever muito mais coisas. E tem tanto a ser dito: a mistura de culturas, a coisa da violência ao lado do pitoresco, as paisagens indescritíveis, a questão do orgulho do modo-de-ser-carioca, a preciosidade dos acervos públicos, paraíso de qualquer pesquisador, a arte nas ruas - enfim, um universo ilimitado que transita do caos ao sublime em questão de metros ou minutos.
Passadas essas primeiras semanas, acho que já estou me acostumando com o ritmo da cidade. E posso dizer que estou gostando, pois poderia escrever muito mais coisas aqui. Mas é bom deixar assunto para outros posts. Até outra hora, então!



Lagoa Rodrigo de Freitas, vista do Corcovado.

Foto: Anderson RT.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #7. Imagens

Estátua de Camões, em frente ao Real Gabinte Português de Leitura.


Rua do Catete.

Esposição com fotos de interiores de residências. Museu de Folclore Edison Carneiro, no Jardim do Museu da República (Palácio do Catete).

Jardim do Museu da República (Palácio do Catete).
Fotos: Anderson RT.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Voyage pittoresque et sociologique au Rio: #6. Real Gabinete Português de Leitura

Hoje passei o dia estudando no Real Gabinete Português de Leitura. É um lugar muito bonito, com as paredes repletas de livros. É monumental. Possui um acervo primoroso, especialmente sobre a história e a literatura de Portugal e do Brasil colonial. É um lugar bom pra estudar, apesar de ser movimentado, com um entra-e-sai constante de turistas. Fui fotografado tantas vezes que fico me imaginando em vários orkuts e facebooks da vida agora... Eu mesmo tirei uma foto (sem flash, naturalmente):

Apesar de ser um lugar muito bonito, fica num lugar meio feio do centro. Aliás, como saí de lá às 18h00, era hora do rush de pedestres... um verdadeiro caos! Se você acha que São Paulo é caótico no final da tarde, é porque nunca esteve nas estreitas ruas do centro do Rio de Janeiro na mesma hora. É uma confusão mesmo. Em São Paulo me parece que, mesmo com toda a movimentação de pessoas e carros, a coisa é toda mais organizada. Enfim, isso provavelmente não passa de uma impressão tipicamente paulista, aliás, como tudo mais que tenho escrito por aqui.

Foto: Anderson RT