Outro dia das mães.
Outro dia em que assisto Tudo sobre minha mãe, do Almodóvar.
Que filme sensacional. Alguns dirão: puro melodrama. E daí? O que seria da vida sem o melodrama? E o que o Almodóvar faz é muito mais do que isso... é clássico, é delicado, é humano. Não é novela, é arte.
Mas hoje venho aqui falar de minha mãe.
Quando nasci, ela faria 38 daí um mês. Se hoje isso é normal, na época, ter filho aos 38 já era considerado um abuso. Minha avó, que alguém a tenha, criticava o fato de minha mãe não tomar pílula. Moderna? Não, egoísta, mesmo. Insensível. Minha mãe queria ser mãe enquanto pudesse, mesmo sem saber. E sempre foi uma boa mãe, e ainda é. Até hoje cuida de mim, mesmo de longe. Cresci ouvindo a pergunta: - Ela é sua avó? -Não, é minha mãe!, eu respondia sempre. Não era fácil, mas não a trocaria por duas de vinte, jamais. Hoje ela tem 72 anos, e logo fará 73. E estarei lá, ao lado ela, para dar o abraço de sempre, o beijo de sempre, o carinho de sempre. Pois eu a amo. É tão difícil ter certeza de amar alguém, não é? Mas eu a amo. Ela sempre foi uma mãe e tanto. Mais que uma mãe, era mãe e avó, com todo o rigor e carinho dos dois papéis. Espero tê-la por perto por muitos mais anos.
2 comentários:
Puxa, fazia tempo que não via "Aquarelas" !! DÊ, que bom que entrei aqui hoje ...
Adoro essas mulheres modernas que abriram caminho para nós. Mamãe tinha 33 quando nasci,e ainda fui a única (que absurdo!). E viva as regrinhas bobas sendo quebradas!
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