(considerações sobre arte, cinema, música, sociologia e outras coisas mais...)
quarta-feira, 20 de março de 2019
Small talk
O marcador small talk neste blog nasceu para classificar postagens como essa, que não tem necessariamente um assunto específico. Poderia se chamar divagações, mas eu gosto de small talk, que pode ser traduzido com conversa fiada, conversa trivial etc. A inspiração vem de uma música homônima da dupla Roxette, do seu álbum Joyride (1991). Nem é uma música de sucesso, mas é animada e eu gosto. A ideia é que muitas vezes são nas conversas mais triviais que a gente resolve grandes questões. A vida não pode depender de grandes momentos para seguir. O cotidiano, o dia-a-dia, o arroz com feijão, é a base de nossa existência. Há meses eu não escrevo aqui. O blog nem é mais público, escrevo para mim mesmo. Totalmente sem sentido! Mas nada garante que eu vá deixar isso sempre assim. Hoje estou extremamente cansado. Quarta-feira, às vezes, é um dia bem puxado no trabalho, fico na universidade os três turnos. Mas é tão bom poder dizer isso. Agora são quase 22 horas. Hoje foi dia de evento, levei minha sala da pós-graduação para assistir a aula inaugural do semestre, com uma professora incrível (Lisete Arelaro). Tem horas que eu nem acredito que eu consegui o emprego dos sonhos, aquele que milhares de garotas se matariam para ter (frase do filme O Diabo Veste Prada... rs...). Mas eu tenho esse emprego, aquele que eu sonhei e que foi absurdamente difícil de conquistar. Esse blog conta um pouco dessa história, pois ele nasceu em 2007, no começo do meu doutorado. Que trajetória! Tanta coisa aconteceu de lá para cá. Nem tudo é glamour, a universidade não é a mesma. A vida de docente é muito difícil. Estamos agora em uma época em que nossa profissão é mal vista pela sociedade, que nos vê como inimigos. Nem toda a sociedade, felizmente, mas boa parte da opinião pública, muito dela formada em correntes de WhatsApp. Mas tudo vale a pena quando estou dando aulas, na relação com @s estudantes, que é o que revigora a gente. As condições não são favoráveis, a gente sempre se sente devendo algo. Não há uma estrutura que nos permita cumprir como gostaríamos nossa carreira, que é pautada por ensino, pesquisa, extensão e gestão. Mas eu não me imaginaria fazendo outra coisa. Enfim, hoje eu quis entrar aqui e falar disso. De como sou feliz por ter o trabalho que tenho, um lugar onde aprendo a cada dia, a cada aula preparada, a cada conversa com um colega ou estudante. O saldo, no fim, é positivo, mesmo com salário congelado desde que eu entrei (está congelado há 5 anos, mas eu entrei depois disso...). C'est la vie. É esperar pelo melhor, mesmo num cenário que em tudo nos assusta e nos entristece. Hoje minha conversa fiada foi essa.
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