Acabei de terminar de passar as notas de minhas turmas de graduação do primeiro semestre. Essa frase, sozinha, carrega mais significados do que pode parecer. Nela eu digo "notas", "semestre" e "minhas turmas". Se eu volto no tempo e lembro de minhas inquietações e angústias sobre o futuro, planos, ideais, uma frase como essa era um sonho, algo desejado e supostamente tão intangível. Eu lembro de sonhar, de fato, sendo professor, dando aulas, passando em algum concurso, comemorando isso... e foi tanta luta para conseguir isso. Mas consegui, e parte disso apareceu registrado nesse blog, mas grande parte, não. Muitos momentos tristes, frustrantes, desanimadores, entre os anos de 2011 e 2016, meio que ficaram apenas na minha memória, e talvez apareçam aqui "ever now and then". Viver o sonho, por sua vez, é algo que só vivendo se sabe o que é. Então após a alegria do sonho realizado começam a aparecer os problemas que todo trabalho traz junto: cansaço, frustrações, angústias, raiva, desânimo, decepção, tristeza etc. Tem horas que esses sentimentos tomam quase todo o lugar do essencial, que é maior e mais importante: a alegria e a satisfação de estar fazendo o que sonhou, num lugar legal, em condições muito boas. Não são as condições do passado, e muito menos as ideais. Mas ainda assim, é o emprego dos sonhos, "aquele pelo qual milhares de garotas matariam" (sim, o filme O Diabo Veste Prada é um guilty pleasure que assumo). Então, em dias como hoje, final de semestre, passando a notas, lembro de imaginar que legal seria poder fazer isso um dia. Passar as notas dos "meus" estudantes. Sempre quis ser professor. Terminei o doutorado em 2011 e foram 5 anos até dar certo. Cinco anos difíceis. Mas todos valeram a pena. E hoje estou aqui, terminei de passar as notas, estou ouvindo um dos meus vinis favoritos na vitrola, enquanto tomo uma taça de vinho tinto. Nada mal.
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