O que é o amor - perguntava Haddaway nos anos 90.
Camões dizia que é um fogo que arde sem se ver, e Renato Russo iria bater na mesma tecla.
Haneke iria sugerir que até um homicídio pode ser prova de amor.
Bem, hoje para mim o amor foi um gatinho que conheci ontem. Escutamos chorar na rua em frente de casa - eu ia ignorar e tocar a vida, mas o Alê insistiu em procurar. Achou, sujo, sob os carros da rua, bravo, negro, corajoso, mas miudinho de tudo. Levamos leite, mas ele não deu as caras. No dia seguinte, um porteiro da rua nos chamou, ele tinha voltado. Alê foi lá e o trouxe para casa. Fiquei bravo, pois a gente não poder ter mais gatos, a nossa gatinha é ciumenta e hipertensa, não gosta de concorrência. E agora? Acionei minha rede mas parecia que nada iria acontecer. Esse gato miou a noite toda, pois o deixamos preso no banheiro, por causa da Capitu, nossa rainha felina. De manhã marcamos uma veterinária, que o examinou, vacinou, vermifugou. E depois disso, ele se aninhou no meu colo como se fosse meu. Me abraçou, me lambeu. Parecia que queria ficar. Mas alguém o quis, a melhor notícia! Eu fiquei aliviado, ele teria um lar, a Capitu ficaria bem, e a gente também. Mas era tarde. Agora ele já havia me conquistado. Quase voltei atrás na decisão de dá-lo para adoção. Mas não voltei, essa era a decisão acertada. Ele teria um lar carinhoso e com proteção. A Mega Sena dos gatinhos. E eu fiquei feliz, mas também triste. Agora meu coração estava marcado por ele, para sempre. Já sinto saudades de Otello (nome que o Alê tinha dado para ele, para o cadastro na clínica veterinária). Ele faz parte da minha história. Ou seja, em menos de 24 horas juntos, já nasceu o amor. Não precisa uma vida, basta um olhar. O amor não tem nada a ver com tempo, mas com encontros.
Para sempre Otello!
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