quarta-feira, 2 de maio de 2018

Submersão

O novo filme de Win Wenders é daquele tipo que a gente não vê a hora de acabar para ver como tudo vai terminar. Falo isso porque não adianta esperar um filme leve, pois de leve ele não tem nada. Gostei da maneira como ele associa uma história de amor entre duas pessoas como a história de amor dessas pessoas com seus ideais mais "nobres", "coletivos". Um belíssimo modo de se pensar a relação indivíduo-sociedade. E ficamos frustrados no fim, precisamente, como indivíduos que somos. Mas é uma boa frustração, daquelas que faz a gente ficar refletindo um bom tempo. O que nos move? O amor? Uma causa? A necessidade de deixar algo para a posteridade? Questões como essas movem o filme, mas nem por isso a gente deixa de torcer por um final feliz para o par romântico. Como disse a personagem de Roissy de Campos, no filme Madame, no fundo, todos queremos um filme daqueles estrelados por Hugh Grant, em que o mocinho corre atrás da mocinha na chuva, e eles vivem felizes para sempre.



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