Ontem assisti ao filme Coco, ou Viva - A vida é uma festa. Gostei e, sim, é de chorar no final. O filme é visualmente bonito e tem o mérito de falar da cultura mexicana, o que não é pouco se pensarmos onde foi feito. Mas ele é repleto de clichês: um menino que quer ser músico, mas a família quer que ele seja sapateiro, como manda a tradição. Os conflitos são previsíveis e tudo vai meio assim até os primeiros 70 minutos de filme. Mas a última meia hora faz tudo valer a pena, tem várias reviravoltas (também previsíveis) que prendem a atenção e emociona. Viva é um filme educativo, que valoriza a família etc. Por isso, é um tanto conservador. E é possível não ser, mesmo em filmes para crianças. Pensemos, por exemplo, em Procurando Nemo, Wall-E ou Divertida Mente, que trataram de questões igualmente relacionadas à família, às relações humanas, à alteridade etc., mas de um jeito menos óbvio. Fora tudo isso, não entendo até agora porque mudaram tanto o nome do filme em português.
No mais, o personagem mais legal do filme é o cachorrinho estabanado (Dante), mas mesmo ele é subaproveitado na trama.
Para mim, Coco é um filme bom, até mesmo melhor que Com amor, Van Gogh, em alguns sentidos (ainda não terminei de ver Van Gogh, quando o fizer, quero escrever algo aqui). Vale a pena ver, diverte, faz chorar, todas essas coisas. É um filme que tenta re-encantar o mundo. Talvez de vez em quando isso seja preciso, afinal.
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