"Perdi vinte em vinte e nove amizades, por conta de uma pedra em minhas mãos. Embriaguei morrendo vinte e nove vezes. Estou aprendendo a viver sem você. Já que você não me quer mais passei vinte e nove meses num navio, e vinte e nove dias na prisão. E aos vinte e nove com o retorono de Saturno decidi começar a viver. Quando você deixou de me amar aprendi a perdoar e a pedir perdão. E vinte e nove anjos me saudaram. E tive vinte e nove amigos outra vez"
[Legião Urbana, Vinte e nove]
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Hoje faço 29 anos. Não há muito o que escrever, talvez porque houvesse muito.
Não sei se fazer vinte e nove anos realmente tem a ver com o retorno de Saturno, como o Renato Russo diz, nem sei se é uma época de tantas transformações na vida, algumas trágicas, outras fantásticas.
Penso que a vida tem sempre tudo isso, dependendo de como nos colocamos nela. Podemos vivê-la sem grandes turbulências, evitando todo e qualquer grande emoção, nascendo, vivendo e morrendo no lugar seguro de sempre; é uma opção. Mas podemos ousar, ousar sonhar, ousar querer. Existe uma frase bem bonitinha, num filme mais bonitinho ainda, que se chama Procurando Nemo (se ainda não viu, ainda não viveu!). 
A cena é mais ou menos assim: o pai de Nemo, o peixe-palhaço, que de palhaço não tinha nada, prometia a ele, depois da morte da mãe e das centenas de irmãozinhos (ainda em ovas) que, se dependesse dele, nada aconteceria a ele na vida: ele seria sempre seguro, talvez dentro da mesma anêmona onde moravam. Ao ouvir esse depoimento, a peixinha Dori (ilária, pois sofre de perda de memória recente), em um dos grandes momentos de rigor didático do filme, diz: "Mas se não deixar acontecer nada a ele, nada vai acontecer a ele!". A frase parece boba e óbvia, mas traduz uma verdade universal: a vida para quem vive eternamente dentro da anêmona pode ser muito segura, mas não é vida. Viver é estar exposto, e dar a cara a tapa, é ir em busca de algo mais. Para quem ousa querer, a vida tem sempre "retornos de Saturno", e não apenas aos vinte e nove anos.
A cena é mais ou menos assim: o pai de Nemo, o peixe-palhaço, que de palhaço não tinha nada, prometia a ele, depois da morte da mãe e das centenas de irmãozinhos (ainda em ovas) que, se dependesse dele, nada aconteceria a ele na vida: ele seria sempre seguro, talvez dentro da mesma anêmona onde moravam. Ao ouvir esse depoimento, a peixinha Dori (ilária, pois sofre de perda de memória recente), em um dos grandes momentos de rigor didático do filme, diz: "Mas se não deixar acontecer nada a ele, nada vai acontecer a ele!". A frase parece boba e óbvia, mas traduz uma verdade universal: a vida para quem vive eternamente dentro da anêmona pode ser muito segura, mas não é vida. Viver é estar exposto, e dar a cara a tapa, é ir em busca de algo mais. Para quem ousa querer, a vida tem sempre "retornos de Saturno", e não apenas aos vinte e nove anos.
Feliz Aniversário para mim!
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PS (05/05/2007): Olha só que interessante: minha amiga Cristina Traskine também escreveu sobre esse assunto no blog dela, dêem uma conferida: http://shesohigh.blogspot.com/2007/01/vinte-e-nove.html.
