sábado, 7 de novembro de 2020

Um ano bem particular

É novembro de 2020, faz calor, tem pernilongos por aqui. Tem feito noites frias, mas hoje não parece que haverá vento. Esse ano tem sido bem particular, e está quase no fim. Os Estados Unidos tiveram sua eleição presencial e o candidato democrata venceu, um sinal positivo em defesa da civilização. Independente de muita gente dizer que não faz grande diferença, a verdade é que a diferença é enorme, pois tirar aquele ser do poder era uma questão de honra e de redirecionamento dos eixos da democracia. A esperança é que isso respingue no Brasil e até 2022 as coisas também comecem a voltar para os trilhos por aqui também. Hoje tive um sábado tranquilo, como não tinha há tempos. Esse ano tem sido bem particular e tenho trabalhado muito. Gosto do meu trabalho, várias coisas boas aconteceram nesse sentido, então não é um sacrifício, mas sinto que não realizo tudo o que deveria ou gostaria. Mas não é um ano típico e isso ou os quilos que ganhei são coisas menores. Estou vivo, com saúde, e em que pese o clichê dessa afirmação, é a mais pura verdade. Esse tem sido um ano bem particular, mas, sinceramente, 2019 foi bem mais difícil para mim, individualmente. Assim, que termine 2020 com toda sua particularidade e que 2021 seja ao menos um pouco mais amistoso. 

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Escrever e sobreviver

Ainda estamos na pandemia Covid-19, sem previsão de uma melhora nos próximos meses. 
Mais de 80 mil pessoas já morreram no Brasil e a atmosfera é de medo e tristeza, mas também de irresponsabilidade, muita gente saindo às ruas como se não estivesse acontecendo nada, comércios fingindo que estão fechados, prefeituras fingindo que fiscalizam e assim a coisa segue. 
Ontem terminei uma das disciplinas on-line que dei no semestre - foram três e uma experiência bem peculiar. Uma das estudantes, que já é formada em jornalismo, disse que a atividade que eu pedi como forma de avaliação (criação de uma página sobre o tema do curso no Facebook) foi boa, pois ela voltou a sentir vontade de escrever. Segundo ela, escrever se converteu em uma atividade apaziguadora, diante do caos em que vivemos. Para mim faz todo o sentido: quando eu estava no doutorado, que era uma época de grande ansiedade, foi o momento em que criei esse blog, e nos três primeiros anos da pesquisa fui muito produtivo por aqui, o que ajudou demais na escrita da tese. O fato é que a fala da estudante me estimulou a voltar aqui e escrever algo. Realmente é muito gostoso fazer isso. Recomendo. 
Vamos lá, crie seu blog. Eu sei que é algo vintage em tempos de TikTok, mas não tem comparação. Escrever é bem mais profundo do que gravar 15 segundos de um vídeo, que pode ser bem divertido, mas equivale ao Twitter, em termos de escrita. Escrever visando um público é diferente de escrever um diário: exige posicionamento, responsabilidade, cuidado com a forma etc. Percebi como isso foi fundamental para a atividade da disciplina, os estudantes ficaram muito estimulados e fizeram coisas incríveis. Portanto, escreva, divulgue, deixe suas impressões sobre o mundo. Certamente seu texto irá ajudar alguém a pensar sobre si mesmo, sobre o mundo, sobre a vida.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Tempos de quarentena

Há meses eu não escrevo aqui. Muita coisa aconteceu desde meu último post. Vivemos agora uma pandemia, a Covid-19, também conhecida como coronavírus. É uma gripe muito forte para qual ninguém tem imunidade e a coisa está bem grave. 
Parei de ir ao trabalho em 13 de março e desde então trabalho a partir de casa, via Internet. Têm sido tempos turbulentos e difíceis. Muita gente morrendo mundo afora e cada vez mais no Brasil. Agora há pouco li que são mais de 9 mil mortos no Brasil. A primeira morte foi em março, façam as contas da tragédia que isso representa. Para mim, tem dias bons e duas ruins. Altos e baixos, mas estamos saudáveis por aqui. Mas o medo de ficar doente é grande e cada saída à rua, cada vez menos permitida, é sempre uma aventura, no mau sentido.
Mas a vida segue.
Espero voltar aqui uma hora dessas pra dizer que tudo passou.

domingo, 1 de março de 2020

Comfort Song

Per Gessle compôs Around the corner (The comfort song) um dia após a morte de Marie Fredriksson. A música foi lançada antes de ontem (28/02/2020), mas só consegui ouvi-la hoje. É lindíssima. A melodia é triste, a letra também, e os arranjos são bem simples. Grande parte da música é cantata por Helena Josefsson, companheira de Per em vários projetos musicais desde 2003, quando ele não mais acreditava em uma volta do Roxette. Embora a letra seja permeada por certo pesar, aponta para algo positivo: "In the dark the Earth keeps on turning/ Longing for the morning light/ It takes the backroads and fools the night/ It knows the sun is shining/ Somewhere around the corner/ Around the corner". Singelo e significativo: a vida tem momentos de grande escuridão, mas o movimento é sempre em busca da luz. A tristeza que experimentei ouvindo a música vem do sentimento sobre as perdas que ela alude, claro, mas sobretudo pela ausência de Marie: é inevitável imaginá-la cantando os vocais no lugar de Helena, numa música que cairia como uma luva em qualquer álbum do Roxette. A sensação de que isso nunca mais irá acontecer traz um aperto no coração. Assim como nunca mais comerei o feijão feito pela minha mãe. Mas algo de eterno existe quando nos lembramos dessas pessoas que se foram, e que tanta alegria nos trouxeram. Do melhor modo que podia, Per Gessle nos deu esse pedacinho do eterno, ao fazer essa singela homenagem a sua amiga Marie Fredriksson.


Per Gessle (Feat. Helena Josefsson). Around the corner (Comfort Song)
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=7vHo2lF_8bM




terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Ela

Tem dias que a saudade cai como uma bomba.

sábado, 25 de janeiro de 2020

Gosto musical, novelas e fitas K7

Em 1990 eu estava na sexta série, na minha pequena cidade de pouco mais de 1000 habitantes. Quase uma escola rural, na verdade - tínhamos até aula de agricultura. O gosto musical mais geral girava em torno da música sertaneja, que na época estava a mil com figuras como Leandro & Leonardo, Gian &; Giovani e Zezé di Camargo e Luciano. Era também o tempo do pagode de bandas como Raça Negra, Só pra Contrariar etc. Eu odiava ambas as ondas. Mas ainda não tinha um gosto musical - em casa a gente nunca teve aparelho de som e meu sonho era ter um rádio toca-fitas. Isso aconteceu graças ao meu irmão, que morava fora e voltou pra casa com um rádio mono da Philips. Esse rádio se tornou meu melhor amigo e graças a ele comecei a gravar fitas K7 de músicas que tocavam nas FM's. Eu sempre fui muito de cair de cabeça nas coisas, então passava horas ouvindo rádio até gravar as músicas que eu queria. Acabei me tornando bem habilidoso nisso, mesmo naquele rádio simples e sem recursos (nem tinha duplo deck - se não souber do que estou falando, Google it). Enfim, as FM's se tornaram minha diversão. 
Muitas das músicas que eu gostava conhecia nas trilhas sonoras de novelas. Não posso negar que meu gosto musical se construiu com base das seleções de Nelson Motta. Foi assim que eu comecei a prestar atenção no Roxette, quando ouvi Spending my time na trilha de Perigosas Peruas, uma novela das sete estrelada por Vera Fisher, Silvia Pfifer e Mário Gomes. Eu adorava essa novela e suas músicas - que vinham também de Information Society, Eric Clapton, Deborah Blando... Mas apenas do Roxette me tornei fã. Depois de sair à caça de músicas deles nas rádios, acabei comprando fitas K7 piratas. Na época, de cada 10 fitas desse tipo, apenas umas 4 eram de qualidade razoável, mas a gente arriscava mesmo assim, pois fitas originais eram caríssimas. Enfim, em setembro de 1992 comprei a fita do álbum Joyride e não teve jeito, começou uma vida de imersão nas músicas da banda, que me estimulou, entre outras coisas, a aprender inglês. Traduzia tudo o que podia e assim fui aprendendo o idioma. 
Enfim, essa é uma parte da minha história com o Roxette. Não é glamourosa, mas é minha. 
E não a trocaria por outra, como tudo na minha vida.




sábado, 18 de janeiro de 2020

2020

2019 foi um ano muito ruim. Do ponto de vista político, nem comentarei, leiam as notícias e saberão. Do ponto de vista pessoal, muito pessoal, foi ruim demais. Minha mãe se foi. Embora sabendo e reconhecendo que para ela foi um descanso mais do que merecido, seja pela vida de trabalho incansável pela família, seja pela doença que a deixou acamada por mais de 3 anos, a tristeza foi sem tamanho. E ela se foi um dia antes do meu aniversário, o que abala qualquer espírito dos mais desencanados. Depois, em dezembro, se foi Marie Fredriksson, conhecida pelo trabalho no Roxette, mas que para mim era bem mais do que isso. Acompanhava sua carreira em todos os sentidos e sua voz sempre foi trilha sonora da minha vida, desde os 14 anos. Agora não a escuto com frequência e não sei quando nem se voltarei a fazê-lo. Claro que coisas muito boas também aconteceram em 2019 e, num sentido amplo, já tive anos bem piores em muitos sentidos. Mas alguns acontecimentos o marcaram para sempre e me alegro por estarmos em 2020. Vamos torcer para ser um ano mais amistoso.