segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Saudade

Acho que estou numa fase meio sensível da vida. Serão os 44? Será o pós-pandemia? Sei lá. Sei que hoje o Facebook me enviou uma foto de lembrança de algo que aconteceu 8 anos atrás. Uma foto de meu gatito Pedro. Eu fiquei tão triste ao ver a foto. Pedro morreu em 2016, dois anos depois. Sinto uma saudade tão grande dele. Fico pensando se vale a pena ter pets. Eles duram tão pouco. E têm uma presença tão intensa em nossa vida. Depois fica essa saudade. Realmente não sei. Hoje tenho ainda minha doce Capitu, 16 anos, guerreira, luta há 6 anos com doença renal. Depois que Capitu se for, não temos planos de mais pets. Não sei se isso vai mesmo ser dessa forma. Mas talvez ela seja a última. Espero que fique muito tempo com a gente ainda.


domingo, 25 de setembro de 2022

Viver e amar (intensamente)

Estou ouvindo aqui a nova música de PG Roxette, espécie de continuidade do Roxette, que terminou em 2019 com a morte de Marie Fredriksson. A música é boa, alegre, radiante, com a mesma vibração dos anos 80 e 90. A música, Walking on air, é o segundo single do álbum que sai em outubro, Pop-up Dynamo! No geral a música e o projeto estão sendo bem recebidos pelos fãs, embora uma parte insista em dizer que não existe Roxette sem Marie. Bem, não mesmo, por isso agora é PG Roxette. Dialeticamente, é e não é Roxette. Particularmente, admiro a coragem de Per Gessle, tomando o legado que construiu ao lado de Marie e tocando o baile, literalmente. A vida continua. Falamos isso muitas vezes, mas nem sempre conseguimos colocar em prática. Agora há pouco me lembrei de uma amiga querida que morreu no começo de 2020, após uma curta batalha de 6 meses contra uma doença bem séria. Eu não a via há muito tempo, e soube de sua morte depois do ocorrido, pois notei que ela não postava mais fotos no Instagram, que era por onde a gente se comunicava. Não tínhamos amigos em comum, pois os poucos conhecidos em comum não faziam mais parte da vida dela. Por isso não soube nada na época. Fiquei arrasado. Lendo os últimos posts dela, sempre nos dizia para aproveitar cada dia, viver com intensidade e abandonar o que nos faz sofrer. E cultivar o que nos deixa feliz. De alguma forma, mas longe do ideal, tenho tentado isso, evitar gastar energia demais com coisas que não me fazem bem. Pois a vida é um sopro e nunca sabemos o tempo que temos. Por isso, cá estou, ouvindo as músicas novas do PG Roxette. Lembrando de como era feliz quando o Roxette lançava algo novo, ficando um pouco triste porque nunca mais ouvirei uma música nova com a voz da Marie. Também não comerei mais a comida da minha mãe, e nem sentirei meu gato, Pedro, me cutucar quando estou trabalhando no computador. Tudo isso agora é apenas parte de lugares muito doces da minha memória. São parte de mim. E há coisas por aqui, lindas, como as músicas novas de PG Roxette, meu marido, que está ali na mesa dele trabalhando, ao lado de minha gatinha Capitu, que está em nossa vida há 16 anos, e espero que ainda fique muitos! E domingo terá eleição para presidente, e estou com um grito preso na garganta. Espero que seja uma dia de libertação. Esse post foi um tanto estranho, como que uma síntese de várias emoções juntas. Mas o principal é: a vida é um privilégio. Vamos aproveitá-la. E amar, muito, sempre, excessivamente.



PG Roxette, Walking on Air.

domingo, 18 de setembro de 2022

SP e amor

Em 2002 me mudei para São Paulo para tentar ingressar no mestrado. Foi uma mudança e tanto, considerando que eu morava a vida toda no interior (Marília-SP), com algumas visitas à metrópole desde o ano 2000 ou 2001 - não lembro direito. Sempre tive certa fixação por essa cidade, morria de vontade de visitar. Pois cá estava eu, morando com meu então namorado, para essa virada radical na existência. Ele entrou no mestrado em 2002 e eu, por sorte, empenho ou esperança, acabei ingressando em 2003. Terminei o mestrado em 2006 e já estava morando novamente na cidade do interior de origem (pulei, obviamente, todo a constelação de acontecimentos nesse ínterim). O mestrado havia sido exaustivo e eu começava a me reaproximar do meu antigo trabalho, e por uns meses cheguei a pensar que deveria direcionar todo meu investimento profissional para ele. Mas acabei confirmando que minha paixão era a Sociologia e as Imagens, então em 2007 estava eu no doutorado, novamente em São Paulo, para dar prosseguimento a esse plano audacioso. Em resumo (muito disso pode ser lido neste blog), terminei o pós-doutorado em São Paulo em 2014 e meu mudei para Campinas, pois havia a possibilidade de outro pós-doc por lá e meu companheiro, agora marido (de papel passado, sim, porque desse tipo de direito a gente não pode abrir mão), havia conseguido uma vaga efetiva como docente. Dois anos depois, entre inúmeros eventos e sentimentos que não cabe falar agora, tornei-me docente na Unicamp, e esse foi o ápice de quase 20 anos de estudo, formação e luta. Hoje sou Professor Doutor II e sinto-me feliz profissionalmente. Mas, a vida tem dessas coisas, por diversos motivos, profissionais e pessoais, alugamos um pequeno apartamento em São Paulo e cá passamos alguns dias durante a semana. E novamente São Paulo faz parte da minha vida. Revisito locais do passado, alguns exatamente iguais, outros totalmente diferentes. Tenho memórias e sensações diversas. Um misto de reconhecimento, identidade e estranhamento. Gosto daqui. Sinto-me parte daqui. Mas também sinto-me de fora, forasteiro, estrangeiro (Simmel rules!). Mas quem não? São Paulo é uma cidade majestosa, desafiadora, divertida. Para mim, voltar para cá, ainda de forma intermitente, depois de tantos anos, mostra o quanto estamos conectados. Tanto se passou desde 2002, mudamos tanto, ambos. Mas ainda somos os mesmos. Guardamos sonhos no almoxarifado da alma. Ainda há muito a se fazer. Existe amor em SP.



Fonte: https://www.whatelsemag.com/10-vistas-mais-bonitas-sao-paulo/