sábado, 29 de julho de 2023

Teses da vida

Em 21 de maio de 2008 eu publiquei, neste mesmo blog, a primeira postagem sobre a tese de doutorado que eu, então, começava a escrever.  Três anos depois, no dia 29 de abril de 2011, eu a defendia, lá no Salão Nobre do Prédio da Administração da FFLCH - USP. Tanta coisa aconteceu depois disso, e muito foi narrado por aqui. Mas eis que, sei-lá-quantos-anos-depois (acho que 12 anos desde a defesa, 15 desde a postagem que falei, 16 desde que comecei o doutorado), cá estou, escrevendo uma nova tese. Agora, para minha candidatura à Livre Docência, pela Unicamp, local onde trabalho como docente desde 2016.  Mas, nem preciso dizer, é tudo muito diferente. A tese de agora não é fruto de uma pesquisa específica que comecei para que ela existisse, mas de um longo processo de pesquisa que começou, enfim, desde que me tornei doutor, lá em 2011. São anos de pesquisa sobre imagem e sociedade, agora com foco maior no cinema educativo, que serão materializados na nova tese. Assim, a pesquisa se desenvolveu a partir de diversos projetos, que seguiram em paralelo a todo um universo de trabalho que envolve a vida docente em uma universidade pública - falo em termos de ensino, pesquisa, extensão, gestão, orientação de trabalhos etc. Diferente da época do doutorado, em que eu "só" fazia a pesquisa, e podia me dedicar muito mais e de forma exclusiva a ela. Porém, diferente do tempo do doutorado, minha vida profissional e meu futuro não dependem dessa tese, já tenho meu lugar e a tese é um modo de materializar anos de pesquisa em algo a ser apresentado à comunidade, e que pode me tornar "Professor Associado" da Unicamp. Um contexto muito diferente de um doutorando bolsista, sem emprego e cheio de esperança - fé, eu diria - que tudo daria certo no final. Demorou bastante para dar certo: foram 5 anos entre a defesa da tese e ocupar um posto como docente na Unicamp. Assim, de certa forma, a tese de livre docência, que agora escrevo, é apenas mais uma das frentes de trabalho que preciso desenvolver, dentro de um emprego que eu já tenho. Tudo é diferente por esse prisma. Tem mais elementos de satisfação e menos de pressão. Claro, isso também porque, hoje em dia, fazer uma tese de livre docência tem uma conotação diferente de quando meus professores fizeram isso. Era algo muito maior, mas mesmo o doutorado era. Infelizmente, hoje o ritmo, o tempo e as cobranças acadêmicas são outras, e as perspectivas, também. De todo modo, fico feliz em estar passando por esse processo, que não digo que seja "fácil", mas é mais leve do que quando fiz o doutorado ou mesmo o mestrado. A maturidade tem que valer para alguma coisa! Enfim, sigo no trabalho, e até o final do ano espero já ter defendido a tese e tudo mais. Assim, como eu disse há sei-lá-quantos-anos no primeiro post sobre esse assunto, pode perguntar sobre a minha tese.