sexta-feira, 31 de julho de 2020

Escrever e sobreviver

Ainda estamos na pandemia Covid-19, sem previsão de uma melhora nos próximos meses. 
Mais de 80 mil pessoas já morreram no Brasil e a atmosfera é de medo e tristeza, mas também de irresponsabilidade, muita gente saindo às ruas como se não estivesse acontecendo nada, comércios fingindo que estão fechados, prefeituras fingindo que fiscalizam e assim a coisa segue. 
Ontem terminei uma das disciplinas on-line que dei no semestre - foram três e uma experiência bem peculiar. Uma das estudantes, que já é formada em jornalismo, disse que a atividade que eu pedi como forma de avaliação (criação de uma página sobre o tema do curso no Facebook) foi boa, pois ela voltou a sentir vontade de escrever. Segundo ela, escrever se converteu em uma atividade apaziguadora, diante do caos em que vivemos. Para mim faz todo o sentido: quando eu estava no doutorado, que era uma época de grande ansiedade, foi o momento em que criei esse blog, e nos três primeiros anos da pesquisa fui muito produtivo por aqui, o que ajudou demais na escrita da tese. O fato é que a fala da estudante me estimulou a voltar aqui e escrever algo. Realmente é muito gostoso fazer isso. Recomendo. 
Vamos lá, crie seu blog. Eu sei que é algo vintage em tempos de TikTok, mas não tem comparação. Escrever é bem mais profundo do que gravar 15 segundos de um vídeo, que pode ser bem divertido, mas equivale ao Twitter, em termos de escrita. Escrever visando um público é diferente de escrever um diário: exige posicionamento, responsabilidade, cuidado com a forma etc. Percebi como isso foi fundamental para a atividade da disciplina, os estudantes ficaram muito estimulados e fizeram coisas incríveis. Portanto, escreva, divulgue, deixe suas impressões sobre o mundo. Certamente seu texto irá ajudar alguém a pensar sobre si mesmo, sobre o mundo, sobre a vida.

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