segunda-feira, 12 de maio de 2025

Discos são um tesouro

Adoro comprar discos. Sobretudo, discos de vinil.

Desde criança, sempre foi um dos meus grandes sonhos de consumo: discos, fitas, depois CDs, DVDs... claro que, como éramos pobres, em casa não havia aparelhos de som, video-cassetes, nem nada disso. Apenas quando eu tinha uns 12 anos meu irmão apareceu e casa com um rádio gravador mono. E aquilo abriu minha mente. A música se tornou parte tão integrante da minha vida, que jamais saiu. Nunca mais parei de escutar música com regularidade. É incrível eu não saber tocar nada, e meio frustrante, também. Ano passado até comprei um violão para estudos, mas não fui muito adiante estudando sozinho. Pretendo encontrar um professor e avançar nisso.

Meu primeiro LP foi o Look Sharp!, do Roxette. Eu comprei em janeiro de 1992, quando voltei de uma viagem escolar, pois economizei uns trocos para isso. No entanto, fui ter um toca-discos em casa apenas 2 anos depois, presente de minha irmã, que comprou um melhor para ela. Meu primeiro CD foi uma coletânea do Roxette, de 1995. Fomos ter CD player em casa no ano seguinte. Em 1996 compramos um vídeo-cassete, mas claro que eu já tinha a VHS com os hits do Roxette esperando... DVD eu fui ter apenas em 2002, já morando com meu companheiro, em São Paulo, para fazer o mestrado. Também conseguimos comprar um bom aparelho de som nessa época, ele era maravilhoso: tinha um carrossel para 5 CDs! Uma ostentação! Montei uma bela coleção de CDs.

Mas eu já tinha uma pequena coleção de vinis, guardadinha em algum lugar. E daí o mundo resolveu trazer o vinil de volta e minha antiga paixão foi lentamente se acendendo novamente. Mas demorou para eu entrar nessa onda, de novo. Sobretudo porque eles voltaram como luxo, caríssimos. E as vitrolas, também. Mas, em 2017, ganhei do meu marido uma vitrolinha e, desde então, não parei mais de aumentar a minha coleção. Para mim, é uma alegria ir a uma loja de discos. Como uma criança na loja de brinquedos ou como um pinto no lixo (nunca entendi a origem dessa expressão, mas acho pitoresca). Encontrar um disco raro no meio de um monte de coisa que nada vale (para mim, claro), é como achar um tesouro. Por isso a metáfora do "garimpar". É bem isso. 

Hoje vou dar uma volta pelo centro da cidade, e dar uma garimpada. Vamos ver que preciosidades encontrarei.


(Imagem: https://www.buscape.com.br/toca-discos/conteudo/melhores-toca-discos)

sábado, 1 de março de 2025

Cinema e Sociedade: Ainda Estou Aqui

Sou sociólogo e minhas pesquisas sempre envolveram a relação entre arte e sociedade. Com cinema, particularmente, só comecei a trabalhar em 2011. E desde então, sigo cada vez mais envolvido com esse tema. Sempre gostei de assistir a filmes, mas nunca imaginei que isso poderia se tornar parte do meu trabalho. 

Pois bem, nada mais oportuno para quem ainda tem dúvidas sobre o poder do filme sobre o mundo social é o impacto causado pelo sucesso mundial de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. Estrelado por Fernanda Torres, o filme conta o drama familiar da família Paiva sob os arbítrios da ditadura brasileira. O filme me tocou, mas muitos filmes me tocam, isso não é grande mérito, no meu caso. Mas eu realmente fiquei impressionado como a forma do filme, seu modo cuidadoso de lidar com aquele horror. E, claro, muito em razão da performance fora do comum de Fernanda Torres. 

Amanhã será a premiação do Oscar. Domingo de Carnaval. A principal emissora de canal aberto irá transmitir a cerimônia, deixando, com isso, de mostrar os desfiles no Rio de Janeiro. Não é pouca coisa. O filme concorre em três categorias: melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz. Eu acho que tem chances, sobretudo nas últimas duas categorias. 

O clima é de final de Copa do Mundo, algo que, se não me engano enormemente, é inédito no Brasil.

Fica aí evidência das relações entre cinema e sociedade, para quem tenha duvidado disso algum dia.

Um brinde ao cinema nacional. 

Já somos vitoriosos.

Imagem: Wikipedia