terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre Charm School, novo álbum do Roxette


Depois de 10 anos sem um álbum de músicas inéditas*, o Roxette reaparece no cenário pop mundial com Charm School.
Eu pensei muito se deveria escrever algo sobre o disco, ou então quando o faria. Mas eis que hoje resolvi. Não é uma resenha - posso até fazer isso outro dia, comentando cada faixa, mas quero apenas deixar aqui algumas primeiras impressões.
O disco, de maneira geral, tem sido bem recebido mundo afora, e alcançado o topo das vendas logo na primeira semana do lançamento. Parece que a maioria dos fãs ficou contente com o resultado, mas há uma parcela que não gostou, considerando o álbum monótono. É um ponto de vista. Para mim, trata-se de um álbum maduro, suave e coerente - e, tenho certeza, repleto de músicas lindas. Nele pode-se encontrar um pouco de tudo o que o Roxette já fez, de canções pop dançantes (She's got nothing on (but the radio)), passando por baladas de classe como No one makes it on her own (uma das músicas mais lindas da dupla) e folks como Dream on ou Way out, a faixa de abertura do disco. Only when I dream provavelmente é a balada mais próxima à tradição do Roxette, com uma levada mais atual e urbana. Foi de cara a música que mais gostei.
Quem procura, porém, as guitarras rasgadas e os violinos dramáticos de Crash! Boom! Bang! (1994) ou a sonoridade dançante de Have a Nice Day (1999) ficará decepcionado. Também gosto muito desses dois discos, especialmente do Crash! Boom! Bang!, mas agora a proposta é outra. É o retorno do Roxette, após anos de incerteza quanto à continuidade da dupla. E o álbum reflete um pouco da atmosfera de revitalização do duo. Não mais dois jovens suecos em busca da fórmula pop perfeita para ganhar as paradas mundiais ou mesmo de artistas maduros que procuram se manter no auge atualizando seu som conforme as tendências atuais. Trata-se de um álbum calmo, suave, mas vibrante e cheio de vida. Para mim, um dos melhores trabalhos da dupla, sem sombra de dúvida. Talvez um dos que tenha mais personalidade, ainda que alguns prefiram chamar isso de monotonia. É um exemplo para as novas gerações de como se fazer música pop sem cair na mesmice, nem se rebaixar às batidas recorrentes nas paradas de sucesso. Uma verdadeira Charm School**...






* Em 2006 a dupla lançou as músicas One wish e Reveal na coletânea A Collection of Roxette Hits: Their 20 Greatest Songs!

**
Escola de boas maneiras.

Um comentário:

Luiz Alexandre disse...

Parabéns pelo post, Anderson. Muito bem escrito, sem precisar daquela velha e cansativa puxação de saco. Concordo plenamente com você em tudo!

Abraços.