quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Roxette Review - Parte 1 (1986-1992)

Para mim, o Roxette é o que se pode chamar, ainda hoje, de uma banda cujo rótulo de pop (ou pop-rock) tem uma conotação muito séria. Trata-se de uma carreira de mais de vinte anos e uma contribuição efetiva ao pop europeu de boa qualidade. Assim, farei aqui um breve comentário sobre cada trabalho da dupla, respeitando a cronologia, em três postagens. Os comentários abaixo, ainda que sejam embasados em alguma objetividade, são muito pessoais...


1986 - Pearls of passion
Trata-se do primeiro álbum da dupla, lançado apenas em alguns países da Europa e Canadá. Em 1996 teve lançamento mundial, em razão dos 10 anos da banda. A maioria das músicas eram demos do cantor compositor Per Gessle, em sueco, e foram "convertidos" para o inglês para integrarem o disco. A primeira música de trabalho (single) foi Neverending Love. A sonoridade é bem anos 80 mesmo, e o álbum ainda não traz nenhuma identidade ao Roxette, mas as músicas são bem divertidas e já demonstravam o que estaria por vir, não só nas canções pop (up-tempo), mas nas baladas, que seriam, nos anos seguintes, a marca registrada do Roxette. Os destaques do disco são Soul Deep, Voices, Neverending Love, From one heart to another e So far Away. Na edição de 1996 o CD veio com faixas-bônus, com algumas inéditas, remixes, demos e a primeira versão de It must have been love, lançada em 1987 (a música, com novo arranjo, fez parte da trilha sonora do filme Pretty Woman, em 1990).

1988 - Look Sharp!
Foi o disco que inaugurou o Roxette no cenário pop internacional. Um estudande americano que fazia intercâmbio na Suécia levou uma cópia em K7 para sua cidade, Minneapolis, e a apresentou a uma rádio. Pouco tempo depois, com muita pirataria, a música The look ficava em primeiro lugar na para americana da Billboard - quano o disco foi lançado na América, em 1989, a música já era um sucesso absoluto. O álbum já vinha com mais personalidade, um pop seguro e dançante, e uma balada séria, Listen to Your Heart. Os outros destaques do álbum são Dangerous, Dressed for success, Paint, Dance Away e Cry. O CD traz uma faixa-bônus, (I could never) Give you up.

1991 - Joyride
Meu eterno favorito, Joyride consagrou o Roxette mundialmente, sobretudo por ter sido lançado logo após o estrondoso sucesso de It must have been love, no filme Pretty Woman, de 1990. O álbum foi sucesso instantâneo, e teve uma turnê mundial, que passou pelo Brasil. A música Spending my time foi trilha sonora da novela global Perigosas Peruas, e isso popularizou ainda mais a dupla entre os brasileiros. Os destaques são Joyride, Fading Like a Flower (everytime you leave), Spending my time, The big L., Watercolours in the rain, e Perfect Day (as últimas duas citadas não foram single, apesar do álbum ter lançado cinco deles). O CD vinha com três faixas a mais que o LP, e uma delas é Soul deep, que, originalmente lançada no álbum de 1986, aparece aqui em uma versão mais empolgante. A música menos interessante é Physical Fascination - a meu ver, a coisa mais boba que Per Gessle poderia ter feito na vida... Mas ela não consegue estragar o trabalho final, que é uma obra prima do pop dos anos 90, e o mais vendido da banda.

1992 - Tourism
Durante a turnê mundial Join the Joyride - 1991-92, o Roxette aproveitou a inspiração e a energia da banda para gravar seu álbum menos convencional. Contendo canções ao vivo, inéditas, b-sides e outtakes, Tourism foi gravado em estúdios e palcos do mundo afora, incluindo o estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro, onde gravaram a música Fingertips e um night clube fechado de São Paulo, onde gravaram Never is a long time. Em Buenos Aires, gravaram duas músicas em quartos de hotel (So far away e Here comes the weekend). A atmosfera do disco é realmente diferente, apresentando-se mais adulta e menos pop-ish, com exceção do primeiro single, cujo refrão não saía das rádios e das bocas brasileiras em 1992: How do you do!, que foi um dos maiores sucessos do Roxette no Brasil. Os destaques do disco, contudo, são as músicas mais calmas, como The rain e So far away (que aparece no primeiro álbum, de 1986, mas ganha, aqui, um toque de classe com piano e acordeon). Com ares country, It must have been love aparece parte ao vivo, parte estúdio, e pouco lembra a versão "Julia Roberts". Um dos destaques do discos é a antiga Silver Blue, criada em 1988, balada curiosa que certamente é uma das melhores coisas presentes no disco. Um dos grande sucessos radiofônicos do álbum foi Queen of rain, que teve um belo clipe, com algumas locações no Monte Saint Michel, na França. O LP era duplo e trazia inúmeras fotos com imagens de cada local do mundo. Não foi um disco tão bem sucedido, sobretudo em comparação com o hit-maker Joyride, seu antecessor.

(tem continuação...)

3 comentários:

Cristina disse...

Conforme fui lendo os seus comentários, fui me lembrando da época em que essas músicas faziam parte do meu cotidiano. Foi como se eu visse a década de 90 passar novamente diante dos meus olhos...

ART disse...

acho que nós estamos velhos cris...

Anônimo disse...

Estava eu procurando algo interessante para assistir, ler e ouvir na internet, ai lembrei de Roxette que é um celero de músicas que viraram inesqueciveis obras.