sexta-feira, 4 de maio de 2007

O número 7

Estamos em 2007. Uma certa operadora de celular está fazendo uma campanha publicitária utilizando o número "7": "Dê um celular novo para sua mãe, e ela falará com todo mundo por 7 centavos o minuto!". Mas parece que o tal do número 7 é mesmo cabalístico (adianto: não entendo nada de numerologia ou coisa parecida, mas se alguém souber e quiser compartilhar, escreva um comentário no final dessa postagem. Agradeço!).

Outro dia, depois de ouvir uma música que gosto muito, chamada "Den Sjunde Vågen", de Marie Fredriksson, cantora e compositora sueca, fui pesquisar e descobri que seu título signifca "A sétima onda". Na mesma hora imaginei que isso talvez fosse uma "questão sueca", pois há um filme do diretor Ingmar Bergman, lançado em 1956, que se chamava Det sjunde inseglet (O sétimo selo), história na qual um cavaleiro desafia a Morte para uma partida de xadrez - sua vida dependerá da sua vitória:

De qualquer forma, essa coisa do número 7 me intrigou... Pense bem nas coisas cujo número 7 é a base: 7 dias da semana, 7 notas musicais, 7 pecados capitais, 7 maravilhas do mundo, e por aí vai a saga do número 7. Não tenho a mínima idéia do que isso possa significar, mas que deve ter alguma relação, deve.

Selecionei aqui músicas que têm o número sete como referência:

"Den Sjunde Vågen" (The Seventh Wave)
[M.Fredriksson/L. Lindbom, 1985]

"Den första vågen när du ser på mej
Och i mina ögon finns ett svar till dej
Den andra vågen doft från ditt hår
Linjer jag kan följa minnen utav år
Den tredje vågen finns i din hand
En våg av silver som når min strand
Den fjärde vågen inifrån min själ
En våg av kärlek utan svek och skäl
Den femte vågen stormar inom mej
Lust och längtan kräver mer av dej
Den sjätte vågen blir ett med dej
Den sjätte vågen besegrar mej
Den sjunde vågen...
Ta det bara långsamt
Som dyningarna på ett hav
Ta det bara långsamt, långsamt
Världen kommer finnas kvar
Ta det bara långsamt, långsamt
"

Tradução:

"A primeira onda, quando você me olha
E em meus olhos há uma resposta para você.
A segunda onda, perfume dos seus cabelos,
Linhas nas quais percorro lembranças dos anos que se foram.
A terceira onda está em suas mãos
Uma onda de prata que atinge meu litoral.
A quarta onde, intrínseca a minh'alma
Uma onda de amor sem equívoco ou razão.
A quinta onda causa em meu interior
Desejos de ter mais de você.
A sexta onde vem com você,

A sexta onde me conquista,
A sétima onda...

Apenas a receba calmamente, calmamente
Como uma maré alta
Receba-a calmamente

O mundo esperará
Apenas a receba calmamente.
"


"Love is the seventh wave" (trecho)

[Sting, 1985]

"There is a deeper wave than this
Rising in the land
There is a deeper wave than this
Nothing will withstand
I say love is the seventh wave
"

Tradução:

"Há uma onda mais profunda que essa
Surgindo na terra
Há uma onda mais profunda que essa
Nada suportará
Eu digo que o amor é a sétima onda"


Reparem bem: as duas músicas européias, criadas no mesmo ano, têm praticamente o mesmo título: falam sobre a tal da sétima onda... que raios será isso?

Para finalizar, um música brasileira, interpretada por Renato Braz, descreve a repetição do número 7 na história da humanidade:

"7x7"
[Guinga e Aldir Blanc, intérprete: Renato Braz, 1998]

"Sete mares, sete léguas
Sete palmos, sete quedas
Sete estrelas formam a Ursa
Sete encruzilhadas
Sete veis sim
Sete veis não
Sete cores do arco-íris
Sete arcanjos, sete virgens
Sete notas na viola
Sete grãos de trigo
Sete veis céu
Sete veis chão
Sete noites que me fecho
Sete dias que me abro
Sete velas brancas
Sete candelabros
Sete foram as paixões
Sete ilusões
Sete selos, sete portas
Na hora sete vem Eva
Tenho sete namorados
Sete voltas na coleira do cão
Sete orações
Sete é o quatro da terra
Como três, luz, filho e rei
Homem de sete instrumentos
No sétimo eu descansei
Sete apóstolos pescando
No evangelho de João
Um Jesus Cristo sete vezes
Dos seus sonhos a questão
Pelos sete ferimentos
Em teu sutil coração
Eu setenta vezes sete
Preciso pedir perdão
"

Enfim, sabe-se lá se isso tem algum fundamento!

De qualquer maneira, onde há fumaça, há fogo...

Enquanto isso, a gente vai pintando o sete, sempre que possível!




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Nota de agosto de 2007: O diretor Ingmar Bergman, citado no início desse tópico, morreu no dia 30 de julho desse ano, uma grande perda para o cinema mundial.



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2 comentários:

Cristina disse...

Alguma explicação tem, e eu acho que já ouvi falar sobre isso. Mas não me pergunte, eu não lembro agora.
Ah, tem as "7 pragas do Egito" tbém, né? rs
beijo!

Anônimo disse...

como nosso vínculo acadêmico é inegável, atormento seu blog com uma referência bibliográfica! é um texto do sevcenko que li no colegial. foi quando descobri essa coisa mística que carrega esse tal número sete:

SEVCENKO, N. 'As Muralhas Invisiveis da Babilonia Moderna'. REVISTA OCULUM, Campinas, v. 1, p. 44-49, 1985.

ele começa falando sobre o sete e depois fala sobre segregação urbana. li há uns 10 anos (7+3), mas nunca esqueci a coisa do... sete! aliás... feliz 2007 pra você! e pra todos nós! que continuemos pintando o sete! afinal, 7 e 7 são 14, e com mais 7, 21.
beijo.