quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Sobre vagalumes

Quando criança, eu morava no sítio. Hoje em dia, descobri que é mais bonito falar que era no campo, ou então, na roça, se quiser um efeito mais pitoresco. Mas era no sítio que eu morava, a roça, para mim, era onde ficava a plantação. E campo, esse, era o de futebol. Mas na faculdade, ou no mundo da poesia, é mais bonito falar em "campo"... Enfim, quando eu morava no sítio, era muito comum ver vagalumes durante a noite, havia aos montes! Sempre achei que se tratava de um bichinho meio mágico, mas eu não era tão inocente, e desde que comecei a ler já sabia se tratar de uma reação química natural do animal. Eu descobri isso na minha enciclopédia, linda, de capa vermelha, que tinha vários volumes, chamada Enciclopédia Júnior Anglo Brasileira - lá eu aprendia de tudo um pouco, tanto sobre vagalumes quanto sobre borboletas, lendas, dinossauros e fatos históricos. Mas nunca deixei de fantasiar que eles eram meio mágicos, sempre os imaginava como aquelas fadinhas iluminadas dos filmes. Às vezes eu os prendia em uma caixa de fósforo, mas logo soltava, porque eles não iluminavam tanto quando viam-se presos. Também costumava segurá-los dentro da mão, e assim tinha uma mão iluminada. Mas o bonito era vê-los voando.
Então eu cresci, o sítio virou campo e não vejo mais vagalumes. Graças aos pesticidas, existem poucos deles na "roça", assim com há poucas borboletas... E nas cidades, graças à forte luz artificial, os poucos que existem acabam perdendo sua luz natural, o que atrapalha a reprodução da espécie. Mas outro dia, mesmo estando numa dessas cidades onde não há mais noite, fui visitado por centenas deles, agraciado com sua luz e sua dança... mas foi apenas um sonho. E sabemos que nos sonhos tudo pode acontecer.

3 comentários:

Anônimo disse...

que bonito! :)
e uma piscadinha de luz verde pra você!!! ;)

Cristina disse...

No sítio (eu também falo assim) é fácil ver vagalumes e eu já vi aqui no quintal de casa também, mas isso é bem raro. Nunca consegui pegar nenhum, no entanto.
É um dos bichinhos mais poéticos que existe, ao lado das borboletas. :]

Unknown disse...

rs... eu sempre achei bonito o efeito dos vagalumes (ou vaga-lumes? nunca sei...), mas confesso que, como boa fresca que sempre fui, sempre tive medo deles e nunca quis chegar perto o suficiente para pegá-los.
ave, não sou nada poética...rs
beijo