segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Nicolas Taunay e Roxette

Há poucos dias, um site australiano que vende músicas em formato digital registrava na 30ª posição da parada de downloads a música Dangerous, do Roxette. Fato curioso, uma vez que a música já tem vinte anos, fez todo o sucesso que tinha que fazer nas paradas mundiais entre os anos de 1988 e 1989. Quem foi adolescente no final dos anos 80 certamente conhece o batido refrão:"Hold on tide, you know she's a little bit dangerous...". Claro que eu gosto muito dessa música, um clássico do pop, mas confesso que não entendo muito bem como essas coisas acontecem... mas elas acontecem. O que faz as pessoas ressuscitarem coisas do passado? Mistério.
O mesmo acontece em uma esfera mais refinada, o mundo sofisticado das artes visuais. Há épocas em que alguns pintores, esquecidos por tempos e tempos, ressurgem no cenário artístico, graças ao empenho de críticos e historiadores, e caem nas graças do público. Isso tem acontecido, por exemplo, com o pintor franês Nicolas Antoine Taunay (1755 - 1830), que esteve no Brasil no início do século XIX e produziu muitas imagens sobre o Brasil, especilamente paisagens. Ele fez parte de um grupo de artistas franceses que esteve no país durante o reinado de D. João VI para fundar a Academia de Belas-Artes. Nesse grupo estava também o artista Debret, de quem já falei nesse blog, que é mais conhecido que Taunay. Mas desde o ano passado, com o início das comemorações referentes à vinda da Família Real para o Brasil, esse pintor passou a receber maior atenção de críticos e estudiosos, ganhando exposições, palestras, publicações, e ficando, com isso, mais conhecido. Na arte às vezes assim, as coisas ressuscitam depois de séculos. Mas como vimos, isso também acontece em esferas menos intelectuais, como na música pop.

Nicolas Taunay, Morro de Santo Antonio em 1816, óleo sobre tela, 45 x 56,5 cm


Assim talvez seja a natureza humana, gostamos de coisas novas, mas sempre nos resta algum saudosismo. Agora mesmo eu estou aqui, ouvindo Dangerous em modo "repeat-on"... e é uma delícia!
E, cá pra nós, onde mais você encontraria um texto articulando, ao mesmo tempo, Taunay e Roxette? Seja bem-vindo(a) ao meu blog.


Clipe de Dangerous:




Dangerous
(Roxette)
Look Sharp!, 1988.

3 comentários:

Unknown disse...

depois que fiz pesquisa política numa cidade do interior, fiquei meio desconfiada. a gente gosta porque é nostálgico, eu concordo e tenho até certa simpatia por nostalgia, melancolia e afins...

mas não sai a pulguinha da orelha, que diz que quem reinventa não é a gente - nostálgica - mas aquele treco que a mão invísel regularia... rs

beijos!

Cristina disse...

Essas coisas são meio bizarras mesmo. Eu vi um tópico no yahoo (eu acho) falando que os anos 90 estão na moda de novo (!?). De qquer modo, um revival não faz mal a ninguém - a não ser que seja oportunista (o pior é que a maioria o é rs). beijo!

ART disse...

eu concordo com o mercado ditar as regras, mas nem sempre isso explica. no caso dos downloads, as gravadores não têm como controlar tanto... e no caso de Dangerous, duvido que tenha havido especial preocupação da gravadora, que é péssima e decadente, em sua divulgação na austrália... Às vezes o gosto popular tem autonomia, nem sempre a mão invisível do liberalismo conduz as coisas. acho...