Nessa vida de fazer tese, acabo tendo que ler muitas coisas. Mas o problema disso é que, quando tenho momentos de folga, tento fazer outras coisas pra me distrair, como ir ao cinema, ficar na internet ou mesmo ver TV, o que só consigo fazer quando estou comendo algo. Com isso, raramente eu uso meu tempo livre para ler, o que, num ditado meio popular, significaria que, ao descansar, carrego pedra! Mas não é bem assim, tenho tentado mudar essa concepção... e hoje dei um tempo na tese e resolvi ler alguma coisa que não fosse acadêmica (pois é assim, pra quem não é do meio, fique sabendo que uma tese se faz também, via de regra, lendo muitas outras teses que já estão prontas). E escolhi para isso a Clarice, A hora da estrela. Eu nem tenho o livro, li uma versão digital, em formato de e-book. Bom pra quem gosta de ler na tela, mas eu prefiro ainda os livros de papel.
Enfim, permiti-me esse privilégio, de em plena quarta-feira ficar lendo uma obra de literatura. E foi maravilhoso. Sempre gostei da Clarice, com suas palavras agudas, ferozes, sua ironia... Mas nunca tinha lido essa obra.
Na verdade, acabei de terminar. Ainda estou meio tonto, bêbado como a Macabéa, ao sair da casa da cartomante, aquela que previu uma mudança radical em sua vida. Que coisa esse mundo da literatura? Aliás, que coisa o mundo das artes, esse mundo de mentiras que ajuda a gente a entender a maior de todas elas: a vida. E, sendo uma grande mentira, a vida é também uma grande arte.
Que coisa mais doida, né? Não há como passar ileso por uma experiência com a arte, seja ao olhar uma pintura, uma peça de teatro, um filme bacana, ou qualquer outra forma de expressão. Eu, pelo menos, me sinto sempre melhor, e menor, diante de toda a confusão que a vida é. O problema é que às vezes nos levamos muito a sério. E no fim, as coisas não são tão sérias assim. É por isso que eu gosto de cemitérios. Não, eu não sou gótico ou algo parecido, eu não freqüento cemitérios! Mas quando estou em cemitério e vejo aquelas fotos, de pessoas que viveram há tanto tempo, fico imaginando suas vidas, seus sonhos e projetos, suas preocupações... e que agora são apenas fotos naquelas molduras. No fim é isso. Talvez não devamos levar tudo a ferro e fogo, ficarmos nos cobrando o tempo todo, nos culpando pelo que fizemos ou deixamos de fazer, procurando a perfeição, nossa e dos outros, enfim, levando tudo muito a sério.
No fim, às vezes, o que aparece é uma Mercedes amarela. Então, enquanto isso não acontece, o negócio é aproveitar a vida, mesmo que ela seja, como diz Clarice, um soco no estômago.
Enfim, permiti-me esse privilégio, de em plena quarta-feira ficar lendo uma obra de literatura. E foi maravilhoso. Sempre gostei da Clarice, com suas palavras agudas, ferozes, sua ironia... Mas nunca tinha lido essa obra.
Na verdade, acabei de terminar. Ainda estou meio tonto, bêbado como a Macabéa, ao sair da casa da cartomante, aquela que previu uma mudança radical em sua vida. Que coisa esse mundo da literatura? Aliás, que coisa o mundo das artes, esse mundo de mentiras que ajuda a gente a entender a maior de todas elas: a vida. E, sendo uma grande mentira, a vida é também uma grande arte.
Que coisa mais doida, né? Não há como passar ileso por uma experiência com a arte, seja ao olhar uma pintura, uma peça de teatro, um filme bacana, ou qualquer outra forma de expressão. Eu, pelo menos, me sinto sempre melhor, e menor, diante de toda a confusão que a vida é. O problema é que às vezes nos levamos muito a sério. E no fim, as coisas não são tão sérias assim. É por isso que eu gosto de cemitérios. Não, eu não sou gótico ou algo parecido, eu não freqüento cemitérios! Mas quando estou em cemitério e vejo aquelas fotos, de pessoas que viveram há tanto tempo, fico imaginando suas vidas, seus sonhos e projetos, suas preocupações... e que agora são apenas fotos naquelas molduras. No fim é isso. Talvez não devamos levar tudo a ferro e fogo, ficarmos nos cobrando o tempo todo, nos culpando pelo que fizemos ou deixamos de fazer, procurando a perfeição, nossa e dos outros, enfim, levando tudo muito a sério.
No fim, às vezes, o que aparece é uma Mercedes amarela. Então, enquanto isso não acontece, o negócio é aproveitar a vida, mesmo que ela seja, como diz Clarice, um soco no estômago.
"Os que me lerem, assim, levem um soco no estômago para ver se é bom. A vida é um soco no estômago" (Clarice Lispector, A hora da estrela).
2 comentários:
Belo comentário. Só poderia mesmo vir de uma pessoa sensível como vc Dê. Um grande abraço...
Dê, qdo eu li "A hora da estrela" entrei em estado de depressão... Clarice me traumatizou (rs)
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